Capítulo 51

178 11 0
                                    

Letícia POV.

28 de dezembro.

Olá diário, faz apenas um dia que não escrevo aqui e já sinto saudades imensas.

   Harry está no banheiro e enquanto isso posso escrever aqui sem ser incomodada ou espionada. Hoje pela manhã quando ele foi pegar minha touca vermelha na minha bolsa, este caderninho de pedras caiu no chão e quando saiu do banheiro Harry estava foleando as páginas! Saltei do banheiro até ele e atirei o caderno de novo no chão. Lembrando agora o rosto dele foi memorável: ele abriu mais os olhos e não sabia se estava assustado com o que leu ou porque joguei o caderno no chão. Preferi não perguntar o quanto ele leu... Brigamos um pouco visto que eu já havia lhe dado um aviso prévio de manter distancia deste caderno.

   Hoje mostramos a cidade para a Jéssica e o Rodolfo. Mariana estava completamente radiante com a visita da irmã e do cunhado. Elas tiraram várias fotos e até uma vídeo chamada com os pais.

   Visitamos mais lojas de roupas e de cosméticos do que as partes históricas da cidade. Jéssica e Clara são igualzinhas, estou começando a suspeitar que é mal de irmã mais velha gostar mais de consumir além de conhecer.

   Sara estranhamente se sentiu confortável com todos nós, mas não entendo porque ela continua aqui, sem namorado e completamente avulsa na viagem. Mariana conversou com ela bem mais do que esperei ser possível, e por uma mensagem de celular ela disse “Sinto-me mal por sentir tantos ciúmes enquanto David estava preparando nosso noivado, vou tentar compensar a merda que fiz”. Sim, eu ri muito da “pena” que ela sente de si, ou da Sara.

   Mas amanhã a portuguesa vai embora, e fico muito, muito feliz que o ódio mortal da Mariana com a Sara tenha se dissolvido depois da festa do noivado.

  Quanto a Clara e o Bernard, as novidades não são muito boas. Hoje eles brigaram mais do que se sentiram amigáveis. Discutiram sore a escolha da comida, a escolha do passeio, os comentários sobre um assunto polêmico e até sobre futebol! Prefiro não pensar que eles estão em crise, eles não podem estar! O natal acabou de passar e ele deu-lhe um lindo presente junto com várias promessas de amor, o namoro deles mal começou para iniciar “crises de relacionamento”.

   O natal... Isto me fez lembrar que ainda não conversei com o Harry sobre a Karlie. Na verdade estou fugindo sempre deste assunto, tenho muito medo que seja tudo confirmado. Não sei qual seria a minha reação... Eu sei que faz um bom tempo que isto aconteceu, ele era jovem e no inicio da carreira, ela era prima e nem o colégio havia terminado, hoje eles são pessoas maduras e o Harry com certeza tem mais estabilidade no emprego caso uma gravidez inesperada apareça, mas a concepção em não querer ter um filho agora pode não ter mudado na mente dele.

   Esta ideia é o que me apavora porque, mesmo que eu não queira ter filhos agora, não quero me sentir insegura com ele, não quero ter pânico quando a minha menstruação atrasar e eu me sentir em um quarto escuro e pequeno, sufocante e apertado. Quero continuar leve como sempre fomos, curtindo mais do que me preocupando.

   Não posso negar que o Harry me ensinou e muito sobre como ser mais “leve na vida”. Eu penso, planejo, modifico e controlo cada passo e cada ação que tenho, com ele eu aprendi a pensar menos e viver mais. Não é um hábito que quero levar para a vida sempre, mas com certeza é o que eu preciso agora, é o que eu e eles precisamos para manter-nos firmes neste relacionamento que aparenta ter um futuro comprometido após janeiro...

   Eu gostaria de poder morar perto dele ou ao menos na mesma cidade, não do outro lado do mundo, assim as coisas ficariam mais simples, eu me sentiria segura que posso continuar com ele sem muitos problemas.

Amigas, romances e Paris.Where stories live. Discover now