Amigas, romances e Paris.

Capítulo 3

- A comida está uma delícia. –elogiou Mariana enquanto limpava os lábios com o guardanapo.

- Comi dois pratos, estava excelente mesmo. –bebo um gole do suco de maracujá muito gelado.

- Não acredito que a manhã passou tão rápido, já são 11h30min. Que horas vamos sair para o primeiro passeio¿ - disse Clara.

- Pensei se vocês queriam descansar um pouco.

- Eu quero. –levantei a mão.

- Eu também. –concordou Clara.

- Então saímos 14h, acham o suficiente¿

- Sim - respondemos juntas.

- Então tá ok. –finalizou David.

   Clara e eu seguimos para a escada enquanto Mariana ajudava as moças da cozinha a tirar os pratos da mesa, C segurou meu braço assim que cheguei no topo da escada.

- Desculpa por o que comentei na varanda.

- Tudo bem irmã, é só que... É complicado falar sobre ele.

- Você ainda o ama¿

- Não... Acho que nunca amei.

- O que¿! -ela perguntou em confusão.

- Vêm entra aqui, vou explicar. –abri a porta e dei espaço para Clara entrar. Liguei o aquecedor e fechei as sete cortinas do janelão.

- Eu sabia que você não gostava mais dele, sendo que nunca foi uma palavra muito forte.

- Sei disso... Mas eu não gostava dele o suficiente pra ter tirado a virgindade, entende¿ -Clara assentiu e pediu continuação ao ficar calada. Sentei ao lado dela na cama e continuei – Nosso namoro estava estranho e achei que a solução era essa. Foi pior porque eu cheguei ao ponto de nem suportar o toque dele, imagina ele em cima de mim. Não.

- Você está traumatizada¿

- Não, só não senti o sexo de forma como as pessoas falam, sabe¿ Não teve... Paixão, só satisfação. Tudo bem, eu sei o que é um orgasmo, mas qual a vantagem nisso se depois eu fico com vontade de sair correndo de perto dele¿

- Era assim que você se sentia depois de fazer¿

- Sim. –olhei para a porta tentando conter as lágrimas, que lembranças terríveis. –Não que ele não soubesse fazer direito. Ele realmente tinha cuidado em não me machucar e era muito romântico... Mas eu queria amá-lo.

- Olha, você não precisa chorar. –disse Clara calmamente, segurando a minha mão e olhando nos meus olhos que estavam cheios de lágrimas – O que você teve com o Jonas foi uma experiência, ok¿ O sexo é incrível irmã, e se você ainda não o sentiu não considere que você não é mais virgem. Desculpa por eu falar mais cedo que você não era mais... Eu realmente não sabia que tinha sido assim.

- Tudo bem... –eu dizia enxugando as lágrimas que insistiam em cair.

- Não, não está. Mas vai ficar. –ela abraçou-me apertado, aquele abraço que só a sua irmã pode dar e que faz toda a dor passar. –Vai passar completamente quando você fizer amor com alguém que ama, eu prometo.

- Certo.

- Não falo mais dele.

- Ok.

- Me desculpe, Letícia eu...

- Tudo bem, Clara! Relaxa, isso está ficando mais dramático do que o necessário –digo enxugando meu rosto.

- Você tem razão. Vou para o meu quarto, nos vemos mais tarde. –Ela plantou um beijo na minha testa e saiu.