Capítulo 13

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Mariana POV

   Não sei mesmo como convencer Clara em não sair com o Niall. Bernard chega amanhã e esse maldito irlandês tinha que dar sinal de vida logo agora que David já tinha resolvido tudo¿ Não vou contar para ele sobre isto, não posso mesmo. Não sei como ele vai se sentir por Clara está cogitando desistir de Bernard, ou pior... Ele está preparando uma surpresa pra ela, não posso deixar que ela ou o loiro estraguem as expectativas dele.

   Durante o caminho até o Moulin Rouge fico pensando em como tirar Niall da cabeça da minha amida, mas o toque do David na minha coxa enquanto ele dirigi faz-me esquecer dos problemas que penso em resolver.

   Um fato interessante do lugar que vamos ests noite é que a tradução para o português de Moulin Rouge é Moinho Vermelho, então isto explica muito bem o porquê da fachada ser um enorme moinho. Foi um cabaré construído no ano de 1889 e tem uma rica história ligada a boémia da cidade. Hoje, obviamente, não está mais em funcionamento, mas oferece vários espetáculos que transportam qualquer turista ao século XIX.

  Tivemos sorte de chegar a tempo de pegar uma mesa perto do palco. Aproveitei para analisar bem aquele lugar. Parece ridículo, mas o tecido vermelho no teto lembrava-me um circo. Tinha iluminação com luzes amarelas e mais detalhes vermelhos espalhados por todo o lugar.

   Pedimos algumas bebidas quando o espetáculo começou, e a todo instante eu batia no braço do David que estava com os olhos diretamente nas pernas das bailarinas. Por sorte tinham bailarinos com corpos muito bem desenhados e extremamente musculosos, com roupas coladas e jogando as bailarinas para cima e para os lados e rodopiando com elas mostrando muita força física. Sim... foi a minha vingança.

   Agradeço a Letícia e a Clara por elas me ajudarem a deixar David com ciúmes, ele fazia careta e apertava a minha perna sinalizando para parar, mas era demasiado tarde para a minha diversão.

- Não consegues me jogar da forma que ele faz –aponto no instante que a bailarina vai para o alto girando e depois cai com as pernas cruzadas nos braços do rapaz.

- Ah é¿

- Não, não consegues –sorrio para ele e ele traz a sua boca até o meu ouvido.

- Vamos ver mais tarde as coisas que consigo fazer ou não. –Riu com a forma que tenta distrair-me com “mais tarde”, ele está mesmo roendo-se de ciúmes  –Está muito metida na frente das suas amigas.

- Culpa sua em querer me trazer aqui. –digo

- Ah não é minha culpa esses caras serem tão bombados que chegam a parecer gays –Não evito de novo em rir. Ele não imagina o quanto o amo e o quanto realmente acho esses caras muito musculosos e gays.

   Quase digo “eu te amo”, mas minha boca travou antes que as palavras saíssem, e a ideia de dizer que amo alguém desta forma, mesmo que seja o David, é assustadora. Nunca disse essas palavras para um cara. Nem para meus ex ficantes e namorados. Apaixonei-me várias vezes, mas nunca senti a necessidade em falar essas palavras como sinto agora com o ele.

- Ia falar alguma coisa¿ -ele me pergunta, ainda estou paralisada e com a boca aberta.

- Ia falar que está lindo hoje –Acho que conseguir sair-me bem.

- Está linda sempre –ele disse sorrindo e depois beijou-me. Deus, está com ele é a melhor sensação de todas, não consigo disfarçar meu sorriso e não me canso do seu toque.

   Depois disto nenhum comentário sobre o corpo dos bailarinos foi dito, e acho que foi também quando comecei a reparar na beleza do espetáculo. Mais trinta minutos de muita dança e roupas muito coloridas, depois as luzes acenderam e os bailarinos agradecem a presença de todos.

Amigas, romances e Paris.Where stories live. Discover now