IX - Ápice

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O que é uma vida? Eu diria que é a vida é mais do que qualquer pessoa pode falar. É pela vida que construímos diversas coisas que podem ter vida até depois do final da nossa. E é para vida que construímos coisas. A questão é que muitas vezes temos que doar nossa vida e nossos sentimentos em favor de algo maior do que nossos desejos e nossos sonhos, às vezes temos que abandonar nosso ego e fazer algo maior e melhor do que já estamos fazendo. Tudo que as pessoas mais querem é a felicidade e às vezes para sermos felizes temos que sacrificar algo que nos fazia felizes brevemente. São com essas palavras que Katie começa a vivenciar o ápice do estresse, o ápice do terror, esse será o momento mais emocionante de toda a vida dela, escolhas pesadas e irreversíveis irão acontecer a partir de agora.

Katie

- O que vamos fazer? – Falo desesperada. Pego a bacia de água quente que pegamos na cozinha e os panos limpos para tentar tirar aquele pedaço de madeira das costas do Clark. O pior que nós não poderíamos acordar minha mãe, ele não poderia gritar.

- Esquecemo-nos de algo.

- De que Carlos?

- É bom limpar a ferida antes com alguma coisa de álcool, ou algo assim, você nunca assistiu séries?

Que bom que pelo menos esse hobbie serviu para algo de útil.

- Lá em baixo no porão tem uma prateleira cheia de garrafas de bebidas, traz uma.

O Carlos foi até o porão e trouxe rapidamente, tenho quase certeza que ele foi correndo e voltou correndo, afinal a casa estava completamente escura e eu não julgo, tinha feito o mesmo. Eu estava sentindo culpa, nunca tinha visto uma situação semelhante a essas nem nos filmes. Eu teria que salvar o meu amigo. Amigo? AH! Não sei se o Clark é um, amigo, tá mais para um colega. Mas hoje ele foi além e essa atitude dele merece reconhecimento. A flecha estava cravada bem no meio das costas dele, por sorte não atravessou sua barriga, tenho a impressão que apenas a ponta entrou, mas o estado do Clark é preocupante. Ele está desmaiado e suando bastante, a temperatura do corpo dele não para de subir.

Colocamo-lo deitado no chão com as costas para cima. Apoio à cabeça dele em um travesseiro meu. Molho algumas camisas minhas e enrola na testa dele.

- Temos que tirar a camisa dele. – Eu sei disso, o Carlos falou o obvio que eu não queria aceitar.

- E como vamos fazer isso Carlos?

- Tesoura. – Ele levanta até a minha escrivaninha e pega uma tesoura. Corta a parte de trás da camisa do Clark, fazendo suas costas ficar a amostra, mas seus peitos continuavam cobertos pela camisa rasgada.

E agora? O que é que eu faço? Já assisti em diversos documentários que não é aconselhável você retirar algo que está cravado no corpo sem uma boa cirurgia, mas o Clark não estava sangrando, sua temperatura só estava aumentando. Tenho certeza que sangramento interno é muito perigoso, eu não tinha a mínima noção do que fazer, mas precisava tirar aquela flecha de suas costas. Vou Fazer isso, custe o que custar.

Pego os panos limpos, lavo minhas mãos coma bebida que o Carlos pegou. Jogo os panos limpos na água quente e fico em silêncio procurando coragem.

- Carlos! Dá um pouco de bebida ao Clark.

Ele levanta a cabeça do Clark levemente e derrama uma boa quantidade de bebida na boca do Clark.

- Merda, eu disse pouca.

- Calma Katie, é bom para a dor, não precisa ficar tão tensa.

Sim, eu estava muito tensa, eu não queria ter ninguém morto por minhas mãos. Ops! Na verdade eu queria sim, mas não o Clark, não alguém que eu tenho a missão de salvar. Sei que o Oliver já deve saber do ocorrido, nem abrimos o livro para ler nada, só estávamos preocupados com a saúde do Clark, em salvar ele e retirar essa maldita flecha de suas costas, depois vamos continuar fazendo as coisas que devemos.

KARMA - A Morte Do Seu Lado Onde as histórias ganham vida. Descobre agora