II - O Bilhete

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"Katie a diversão se aproxima, prepare-se"

Esse bilhete foi motivo de grande preocupação para todos da minha casa. O impacto do empurrão na árvore  em minha cabeça não foi tão forte, entretanto esse bilhete me causou grandes dúvidas.

- Como foi o suposto palhaço que você viu?

- Xerife! A Minha filha ainda está em estado de choque, deixa ela se acalmar um pouco.

A última vez que a minha mãe falou com um Xerife foi quando jogou pedras na janela de uma antiga vizinha por ter esquecido de desligar a mangueira e ter encharcado o quintal da nossa casa.

- Senhora entendo sua preocupação, mas não podemos tardar em um caso tão complexo assim. Já fazem alguns anos que não ocorre nenhum assassinato nessa cidade.

- Também entendo sua posição como Xerife, mas você tem que entender a minha como mãe!

Essa discussão só está me deixando mais assustada. Minha mãe não para quieta. Nunca tive problemas ou medo de polícia ou coisa parecida. O que me incomoda muito é o fato de alguém estar fantasiado de palhaço, isso não é um filme de terror ou um livro de ficção, é história real, como algo tão estúpido pode ter acontecido? Mais sem sentido ainda é eu ter corrido em direção ao suposto palhaço, qualquer pessoa sã teria ficado paralisada.

- Mãe! Tudo bem...

Minha mãe saiu da sala do xerife e me deixou para ser interrogada.

- Oi Katie! Sou o novo xerife da cidade e espero que você responda as peguntas com calma e sinceridade. - O Xerife era novato na cidade, tem aparência de adolescente, moreno alto e musculoso, cabelos rasteiros e pretos, assim como seus olhos negros.

Eu nunca estive em uma situação semelhante à essa em minha vida. O nervosismo habita em mim nesse momento. A cidade estava abalada, a população nunca tinha visto tantos policiais no mesmo local, agentes especializados em assassinatos misteriosos, detetives e tudo mais. Com um avanço da tecnologia tão presente nesses últimos 10 anos no país, seria fácil encontrar o assassino... ou não!

- Como foi o suposto palhaço que você viu? - Falou, sentado em sua poltrona atrás da mesa.

- Xerife...

- William

- Xerife William... Eu estava falando sobre a Sarah no palco, quando, do nada, na saída do local apareceu um palhaço, segurando alguns balões, uma faca com sangue e cabelo, eu acho, acenando em minha direção.

Xerife William digitava tudo em seu computador.

- Mas Katie...Qual motivo de você ter corrido atrás desse palhaço? Já tinha visto ele antes?

- Xerife Acho que foi impulso, não sei. Mas, não, não, nunca vi esse palhaço.

Eu estava respondendo as perguntas de forma confusa e sem muita coerência e o Xerife estava percebendo. Afinal, qual é o bom policial que iria acreditar em um história absurda dessas?

- É realmente estranho você ter corrido atrás de uma pessoa que você não conhece...

- Xerife o que eu acho realmente estranho é existir diversas pessoas suspeitas e você está interrogando logo a melhor amiga da Sarah. O que é realmente estranho Xerife, é um palhaço em um cemitério e muito parecido com aquele que a cidade conhece bem! Mas tem uma coisa que não é estranha xerife: O Modo que o guarda de trânsito foi assassinado é bem semelhante a como o psicopata Bob agiria em suas carnificinas...

- Katie, não estamos falando da Sarah, o caso dela já está bem encaminhado. Esse é um novo caso, estamos falando do guarda de trânsito. - O xerife levanta de sua cadeira, abre a janela do escritório, coça a cabeça e retorna para sua cadeira. - Sabe, é muito difícil ficar mudando de cidades por conta de uma profissão, principalmente quando você constrói vínculos em outras cidades, só passei por duas, me apaixonei - ri - , fiz amigos e o momento mais triste é a despedida, claro. Quando descobri que vinha para essa cidade fiquei desmotivado, aqui é conhecido como o paraíso, mas ao chegar me deparo com um caos desses, não tenho muito tempo de profissão, mas é extremamente estranho.

KARMA - A Morte Do Seu Lado Onde as histórias ganham vida. Descobre agora