A tempestade caia tão forte que deixava Ariel assustada; toda aquela água vindo do céu e a agitação do mar eram o suficiente para deixá-la extremamente apreensiva. E para piorar ainda mais, completava quatorze dias que não encontravam terra firme, e isso era capaz de enlouquecer até o mais são dos homens.
Dentro do gabinete do capitão, Ariel, Edmundo, Caspian e Drinian conversavam para tomar as melhores medidas diante de tal situação.
-Então, estamos presos aqui.- disse o Capitão apontando para o mapa sobre a mesa. -Com meia ração, comida e água para duas semanas, no máximo.
Caspian, sentado no sofá, escutava tudo atentamente. Nem sempre tomar decisões era fácil, e Ariel conseguia compreender bem o dilema que o amigo estava passando no momento. Ela havia passado por isso durante dezoito anos, e ela era somente a princesa, não tomava as grandes decisões como Pedro e Edmundo.
-Esta é sua última chance de retornarmos, Majestade. Não há garantias que iremos avistar a Estrela Azul tão cedo. Não nesta tempestade. É uma agulha no palheiro este lugar chamado Ramandu. Podemos passar por ele e cair pela beirada do mundo.
-Ou ser devorados por uma serpente marinha.- disse Edmundo num tom zombateiro. Drinian o olhou feio e Ariel segurou seu sorriso. Edmundo tinha uma incrível habilidade de dizer algo errado na hora errada.
-Só estou dizendo que os homens estão nervosos.- disse Drinian e olhou Caspian.
-Você quer que nós abandonemos a busca. Quer que nós retornemos. - constatou Ariel e Drinian a olhou. -Como poderiamos fazer isso sabendo que Nária será tomada pelo mal se não o detivermos?
-Princesa, não tem nenhuma certeza quanto a isso.- disse Drinian. -Esse mal que tanto falam pode nem se espalhar por Nárnia! E não há certezas que vocês vieram para para-ló.
-Ele já se espalhou por Nárnia, Drinian. Eu vim pra cá por causa disso. Eu tenho certeza.-disse ela.
-O que quero dizer é, esses mares são estranhos para navegação. Nunca vi nada parecido. - e olhou para Caspian, esperando uma resposta. Caspian olhou Drinian, já sem paciência.
-Então, capitão, talvez o senhor queira explicar ao Sr Rince que vamos abandonar a busca pela família dele.- disse Caspian com um olhar duro, que fez o Capitão recuar.
-Vou voltar ao trabalho.- e se virou, pegando sua capa de chuva pronto para sair. Mas, antes que o fizesse, virou e olhou nos olhos de seus reis. -Só vou lhes dar um aviso. O mar prega peças terríveis na mente da tripulação. Bem terríveis.
E saiu, fechando a porta logo atrás de si. Os três presentes na sala se entre olharam.
-Não podemos simplesmente desistir, Caspian.- disse Ariel o olhando.
-Eu sei disso, Ari. Mas não está sendo nada fácil, e se não acharmos terra logo, morreremos de fome!- disse ele e suspirou, voltando a se sentar no sofá.
-As palavras de Aslam pra mim mudaram minha perspectiva, Caspian. Essa não é uma batalha que venceremos com força, mas sim com a inteligência. Temos que proteger nossa mente, por que se o mal a dominar, perdemos.
-Vê? Isso é muito pior que uma batalha corpo a corpo!- resmunga Edmundo e se joga ao lado de Caspian. Ariel para em frente aos dois.
-Só pensam nisso? Força física não se compara nada a força mental, Ed!- disse Ariel. -Temos que resistir, não cair na tentação. Não vai ser nada fácil, talvez seja a maior batalha que já enfrentamos, mas temos que vence-lá. Sinto que essa é minha última vez aqui, e eu não me darei por satisfeita se voltar pra casa derrotada!
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A Princesa Perdida • As Crônicas De Nárnia
FanfictionDurante a Segunda Guerra Mundial, Ariel vai para a casa de seu padrinho, Digory Kirke, por seus pais acharem ser um lugar mais seguro. Ariel tinha memórias daquela casa e de todas as aventuras que havia vivido lá quando era menor. Até uma que ela h...