Five

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Ariel acordou escutando uma risadinha sapeca que conhecia bem. Ao abrir os olhos, percebeu que ainda estava agarrada a Edmundo, que dormia como uma pedra. As bochechas dela esquentam e ela se afasta devagar para não acorda-lo. Ao se levantar, viu Lúcia, já de pé, olhando pra ela e sorrindo.

-Bom dia, flor do dia. Dormiu bem? Parece que sim.- diz Lúcia sorrindo. Ariel fica mais vermelha ainda. Pedro e Susana ainda dormiam profundamente, assim como Edmundo.

-Não sei do que está falando, Lu.- disse Ariel tranquilamente, mas de tranquila, não tinha nada! Sabia bem que Lúcia nunca mais iria esquecer da cena dela e Edmundo dormindo abracadinhos, bem colados.

-Ah, não sabe? Então por que suas bochechas estão tão vermelhas? Está parecendo que vai explodir a qualquer minuto.- diz Lúcia e Ariel bufa.

-Ta bom, me pegou no flagra.- disse a menina indo sentar ao lado da amiga. -Estava frio. Edmundo só quis me ajudar a me esquentar. Só. Não significa nada.

-Você pode negar o quanto quiser, mas sei que é apaixonadinha por ele, e ele por você. Não sou besta, e conheço Edmundo como a palma da minha mão. Aliás, conheço os dois como a palma da minha mão.- diz a mais nova com um sorriso largo. -Só falta vocês dois perceberam que se amam.

-Deixa disso, Lu!- retruca Ariel. -Ed é meu melhor amigo. E só.

-E é realmente só a amizade dele que você quer?- pergunta Lúcia e Ariel se cala. Não havia parado pra pensar no que queria até aquele momento.

-O que as duas tanto falam ai?- pergunta a voz sonolenta de Pedro. -Tem pessoas querendo dormir.

-Levante-se, meu Rei!- zomba Ariel. -O sol já nasceu!

-Ah vai a merda, Ariel.- murmura Pedro voltando a se deitar na grama.

Mas logo começaram a acordar, e estavam todos de pé. Lúcia ficava rindo toda vez que Ariel estava perto de Edmundo, deixando a garota muito vermelha e Edmundo muito confuso.

-Bem, precisamos sair dessa ilha.- disse Edmundo o que todos já estavam querendo fazer.

Foram, então, tomar água no riacho, seguiram ele até a praia. Constataram que não havia jeito de sair dali que não fosse de barco ou nadando.

-Vamos ter que atravessar a nado.- Disse Edmundo.

-Pra Susana é fácil. Já pros outros, não sei. - disse Pedro olhando Edmundo, que mal conseguia dar duas braçadas, e Lúcia, qhe mal se aguentava a tona.

-Seja como for, é muito provável que tenha correntes aqui. Papai sempre diz para não nadarmos em lugares desconhecidos.- diz Susana.

Os quatro comecaram a discutir algo, mas Ariel já não prestava atenção. Escutava um barulho estranho, e via na curva da foz do rio uma movimentação estranha.

-Pessoal.- chama ela, mas eles a ignoram, ainda discutindo. -Pessoal!- nenhum dos quatro a olhou. -Calem a boca!- ela gritou e os quatro se calaram, olhando confusos para ela. -Olhem ali. O que é aquilo?

Foi ai que surgiu um barco, vindo na direção deles. Ariel arregalou os olhos e puxou os outros quatro para se esconderem no mato. Ela não havia gostado nada nada daqueles homens, que vinham remando o barco.

-Aqui está bom!- ouviram um soldado dizer. Pegaram, então, um anão, e estavam prestes a joga-lo na água para se afogar.

Ariel puxa uma flecha, mas Susana já havia disparado uma, no barco, ganhando a atenção deles. Os outros sairam do esconderijo, indo atrás de Susana. Pedro e Edmundo sacaram suas espadas.

-Soltem ele!- grita Susana e os soldados largam o anão na água. Enfurecida, Ariel dispara uma flecha na perna de um dos soldados, que grita e cai na água. O outro da um grito e pula na água, nadando para longe dali.

Pedro e Edmundo pulam na água para salvar o anão, e as meninas correm até a margem.

Pedro deixa o anão na areia e Lúcia corta com seu punhal as cordas que o prendiam.

-"Soltem ele"?- grita o anão ao se levantar. -É o melhor que podia dizer?

-Um simples obrigada bastaria.- diz Susana indignada.

-Eles estavam indo bem em me afogar sem a sua ajuda!- diz o anão irritado.

-Talvez devessemos ter deixado.- diz Pedro amargamente e Ariel o lança um olhar feio.

-Por que eles estavam tentando te afogar?- pergunta Lúcia.

-São Telmarinos. É o que fazem.- diz o anão e os cinco se entreolham, confusos. Telmarinos? Pensou Ariel.

-Telmarinos? Em Nárnia?- diz Edmundo.

-Por onde andaram nos últimos anos?- murmura o anão.

-É uma longa historia.- diz Lúcia. O anão os observa melhor e arregala os olhos.

-Só podem estar brincando comigo. São vocês? Os antigos reis, rainhas e princesa de Nárnia?- diz ele. -Não que eu acredite muito nessa história.

-Rei Pedro, o Magnífico.- disse Pedro estendendo a mão ao anão, que o fitou.

-Podia ter deixado de lado essa parte.- diz Susana.

-Podia mesmo.- diz o anão rindo.

-E por que não acredita nas histórias?- diz Ariel cruzando os braços. -Não somos reais o suficiente para o senhor?

-Vocês são crianças!- diz o anão e Ariel pode ver Edmundo ficando vermelho. -Não se ofenda, por favor, adoramos crianças, mas, bem... O príncipe Caspian esperava por auxílio. Guerreiros. Em plena guerra... E nas histórias vocês são grandes Reis, Rainhas! E princesa! Não... Crianças.

-Ah, você pensa que não aguentamos nada, não é?- diz Edmundo, muito, muito vermelho.

-Não fique zangado! Asseguro-lhes, caros amiguinhos...

-E ainda nos trata por amiguinhos? É demais!- diz Edmundo e se vira pra Pedro. -Não deve então acreditar que essa menina aqui - apontou pra Ariel - lutou ao lado do meu irmão na linha de frente na batalha do Beruna! E só para saber, eramos crianças na batalha do mesmo jeito!

-Edmundo, não vale a pena discutir.- disse Ariel sorrindo pra Pedro, que tirou a espada do cinto.

-Você pode se surpreender.- disse Pedro levantando a espada. O anão o olhou feio.

-Você não quer fazer isso, menino.- disse o anão.

-Eu não.- diz Pedro dando a espada ao anão. -Ele.

Edmundo sorriu e tirou do cinto a sua espada, a levantando. E começaram o combate. Um verdadeiro combate a espada. Edmundo lutava bem. Era o Rei Edmundo novamente, ali, lutando contra Trumpkin, o anão. Quando, num movimento rapido, desarmou o anão, ele caiu abobado na areia, olhando eles com os olhos arregalados.

-Precisa de mais alguma prova? Ariel e Susana podem te mostrar as habilidades dela com o arco e flecha, se não acredita em nós depois disso.- zombou Edmundo.

-Com mil diabos! Talvez o príncipe Caspian tivesse razão! Talvez a trompa tenha funcionado, afinal!- diz o anão.

-Que trompa?

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To pensando em publicar minha fanfic de The Society, vocês leriam?

A Princesa Perdida • As Crônicas De NárniaWhere stories live. Discover now