Eighteen

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                 Ariel ficou encantada com a beleza, que até então não conhecia, de Nárnia. Já era bela com toda aquela neve e toda aquela tristeza, mas agora, com tanta esperança, tantas árvores sem neve e tanto verde e flores, ficou ainda mais encantada. Não podia conter o sorriso em seu rosto. Estava feliz. Finalmente Nárnia seria livre, ela tinha certeza. Aslam daria um jeito em tudo, como sempre.

                 Estavam todos tão admirados com a beleza do lugar, que nada diziam. Somente se escutava os sons dos pés contra a grama, os sons dos pássaros cantando, sons de suas próprias respirações.

-Acho que estamos perto.- disse o Castor depois de um longo tempo em total silêncio. -Já posso sentir a emoção!

                Ao sairem da floresta, se depararam com colinas, e bem no fundo, viram barracas e tendas montadas. Era ali que estava o grande batalhão de Aslam.

-Finalmente! Ah! - disse Ariel animada.

                 Caminharam mais um pouco, e todos os seres ali presentes abriram passagem para eles, os observando em total silêncio. Centauros, faunos, Dríades, Náiades, unicórnios, águas, leopardos. Os mais diversos tipos de seres que se possa imaginar.

                   A medida que andavam mais para o centro, todos paravam o que estavam fazendo para os olhar e seguir. Varios olhares surpresos e felizes eram lançados aos quatro humanos.

-Por que todos estão nos encarando?- pergunta Susana.

-Talvez eles te achem engraçada.- zomba Lúcia e Susana contorce o rosto numa careta. Ariel e Pedro riem.

                   Pararam então no final, perto da ultima tenda. Pedro levanta sua espada e olha para o centauro ali na frente.

-Viemos para ver Aslam.- diz ele e o Centauro olha para a tenda.

            Todos os seres ao redor se ajoelham, e Ariel faz o mesmo, já sabendo quem apareceria de dentro da tenda. Os Pevensie continuam em pé, confusos. Mas então, Aslam sai da tenda.

                  Era tão belo quanto como Ariel se lembrava dele. Tinha os pelos brilhantes e uma juba gigante. Tinha um olhar feroz, e ao mesmo tempo, acolhedor. Ariel não conseguiu conter um sorriso que nasceu em seus lábios.

                Pedro, Susana e Lúcia se ajoelham, em sinal de respeito a ele. Quando Aslam enfim falou, Ariel sente seu coração palpitar.

-Bem vindo, Pedro, Filho de Adão. - disse o Leão numa voz calma.  -Bem vindas Susana e Lúcia, Filhas de Eva. E bem vinda de volta, Ariel, Filha de Eva. E bem vindos Sr e Sra castor. Recebam meu agradecimento. Mas onde está o quinto humano?

                  Ariel sentiu seu coração pesar; estava tão entretida com os últimos acontecimentos que não teve tempo para sentir a angústia em seu peito, mas agora que enfim haviam achado Aslam, ela bateu com força. Edmundo. Saber que ele estava ao lado daquela bruxa fazia o coração de Ariel doer. Sabia-se la o que ela estava fazendo com ele! E se o tivesse transformado em Pedra? O torturado? O matado? Ariel não gostava nem de pensar na possibilidade.

-Por isso estamos aqui, Senhor.- disse Pedro guardando a espada e se levantando. -Precisamos da sua ajuda. Nosso irmão foi capturado pela feiticeira.

-Capturado? Como isso aconteceu?

-Ele os traiu, Majestade.- disse o Castor e Ariel o lança um olhar de censura. Sabia bem o que faziam com os traidores em Nárnia, e pensar que isso aconteceria com Edmundo, a desesperava, afinal, mesmo irritante e rabugento, Edmundo era tão importante para ela quanto Pedro, Lúcia e Susana.

-Então traiu todos nós!- disse o centauro.

-Calma, Oreius.- disse Aslam. -Estou certo que há uma explicação.

-Acho que sei o que houve, senhor.- disse Ariel. -Se me permite dizer.

            Aslam olha para ela e da um breve sorriso.

-Ariel, Filha de Eva. Princesa de Nárnia. Trouxe a esperança quando nenhum ser mais tinha. É nosso segundo encontro hoje, se você não contar o sonho como um. Pode dizer, criança. Diga tudo.- diz Aslam. Ariel vira rapidamente para os Castores, que tinham a boca aberta, e os lança um olhar de "eu disse que havia o visto aquela vez" e um sorriso triunfante antes de voltar a olhar Aslam.

-Bem...- ela diz e suspira. -Como o senhor sabe, me esqueci de Nárnia por um tempo, até Lu vir a Nárnia e eu me lembrar de tudo. Quando vim para cá com ela ver Sr Tumnus, não imaginei que Edmundo nos seguiria, mas ele seguiu. Ao voltar ao lampião, encontramos ele. Eu vi que ele estava estranho demais, mais que o normal. Veja, tive certeza que algo havia acontecido. Estava muito atordoado, e não era somente por existir uma terra mágica chamada Nárnia dentro de um guarda roupa. Tenho certeza de que ele se encontrou com a feiticeira no tempo em que ficou sozinho aqui, e que ela o enfeitiçou com os Manjares. Ele não tem culpa, Aslam, não conhecia nada aqui, não sabia quem era bom ou ruim, o certo ou o errado. Ele é meio rabugento e abestado, mas é uma boa pessoa. - diz ela arrancando olhares surpresos de Pedro e Susana. Lucia deu um fraco sorriso.

-E é minha culpa, Aslam. Fui duro demais com ele.- diz Pedro num suspiro.

-Todos fomos.- diz Susana.

-Mas ele é nosso irmão, Senhor.- diz Lúcia.

-Eu sei, minha cara. Mas isso só torna a traição ainda pior, enfeitiçado ou não, ele fez suas escolhas. Creio que sabia bem onde estava se metendo, mesmo enfeitiçado, poderia ter evitado.- disse olhando pra Ariel, que abaixou a cabeça. Realmente, havia o avisado sobre a mulher.- Acredito no que a princesa disse.- diz Aslam. - Levaremos tudo isso em consideração, fiquem tranquilos. Iremos dar um jeito. Agora, filhas de Eva, as Dríades as levaram até uma tenda para se arrumarem. Quero ter uma palavra com Pedro.

A Princesa Perdida • As Crônicas De NárniaWhere stories live. Discover now