A Anbu

A verdade incompleta

— Keiko? — Naruto chamou. Eles estavam ali há cinco dias, agora... Sakura comentara que achava que Keiko vinha tendo pesadelos, pois teve um dia que ela acordara muito arfante, os olhos assombrados e suando.

Sakura a ouvirá murmurar coisas baixas durante o sono enquanto lia e vira a garota acordar daquela forma. Keiko saíra do quarto depois do pesadelo e Sakura só a vira no dia seguinte no trabalho.

— Sim, Naruto-Kun? — ela questionou. Os dois tinham ficado de guarda de noite novamente. O lorde feudal deveria estar dormindo há muito, era cerca de duas da manhã, mas eles tinham que guarda-lo nos corredores de longe.

— O que você é minha? Tem o mesmo nome que eu... — disse Naruto. Ele sempre quis conhecer algum parente, e ali estava ela, presente e viva. Quem era? Porque eles não se pareciam nada? Ela podia ter alguma proximidade real?

— Talvez nem sejamos parentes. Nosso Clã era muito grande, o Clã mais importante da Vila do Turbilhão. Essa vila foi destruída na época da Terceira grande guerra ninja e os membros que sobreviveram se espalharam no mundo. — disse Keiko disse naquele tom alheio, frio e distante usual.

Olhou pra Naruto e se arrependeu amargamente. Ele estava com a cabeça meio baixa e os olhos tristes e desanimados. Aquilo apertou o peito dela, lhe lembrando vagamente de um dia muitos anos antes quando achará que não estava sozinha no mundo, que havia uma família para ela, mas que não poderia alcançá-la.

Sua cabeça doeu com a memória distante.

— Sabe... Eu nunca conheci minha família. Só que eu sempre quis conhecer alguém dela, não importa o que fosse. Apenas pra ter a certeza que eu tenho um laço com alguém que eu não tenha sofrido tanto pra conseguir, só algo natural e que sempre tenha estado ali. — Ele estava de pé no corredor, apoiado na parede. Keiko também estava assim, só que na outra extremidade. A ruiva conseguia ver o rosto dele e todas as emoções que passavam ali.

Ela suspirou e se aproximou dele, se sentando apoiada na parede ao lado do mesmo. Naruto a observou, os olhos ainda tristes e desanimados.

— Sente-se, vou lhe contar algo. — disse, finalmente, usando um tom de voz ameno. Menos frio. Não chegava a ser caloroso, mas...

Naruto se sentou ao lado dela, a olhando confuso. Ele a analisou: Durante as rondas noturnas ela não usava aquela roupa laranja, e, sim, um vestido branco muito bonito, com o qual ela também poderia lutar. Naruto notou que de fato o cabelo dela estava muito maior, era assombrosa a velocidade que este crescia.

— Contar o quê? — Naruto perguntou confuso, Keiko o olhou com calma, parecendo pensar e planejar o que falar e como falar.

— Antes de eu entrar pra ANBU NE e ter que aprender a matar minhas emoções, eu sonhava com o dia que eu poderia contar isso a você, Naruto. —disse ela, com um leve meio sorriso. Naruto não estava entendendo mais nada.