Realeza Eqüina

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Lorenza

— Nalu, sua cara lisa, tu tem vivência com a lida de campo! Sua safada, me enganou bonito!

— Ah, loirão, nem de longe eu entendo das coisas do campo como você. Mas Mainha sempre fez questão que nós fossemos passar as férias na fazenda do biso no interior de São Paulo. Ela sempre disse que era importante sairmos do Rio, conhecer o campo e a riqueza da cultura.

Ela disse enquanto apeava do cavalo, já dentro do curral.

— Suas mães são show de bola demais, Nalu! Quer dizer, sua família toda. Bora inseminar umas vacas? Serão só duas hoje à tarde, é rapidim.

— Sério? Caraca... Isso eu vou adorar. Isso eu nunca fiz!

Levei Nalu para dentro do trailer e fui mostrando tudo a ela. Mostrei no computador o reprodutor que eu escolhi para usar naquela inseminação e o porquê. Ela prestava atenção em tudo, mas dava para ver na sua cara que ela viajava no que eu falava...

— Lô, foda pra carai tudo isso. Tu é pica, loirão! Tô até pensando em te dar depois disso. – Deu uma sonora gargalhada e fez cara zoeira. — Falando sério, muito legal, cara!

Eita diacho, a franguinha tá passivinha hoje... – Entrei na brincadeira. — Mas eu literalmente nasci pra mexer com isso, Nalu. Eu amo muito o que faço. E é muito gratificante ser reconhecida por isso.

Loirão, o vovô me falou que comprou alguns garanhões por uma grana gigantesca, lá! Porque era filho de não sem quem com não sem quem. Tipo realeza inglesa! – Ela começou a rir — Agora imaginei os cavalinhos tudo de coroazinha... Tá ligada? As éguinhas de vestidinho, daqueles mais fofinhos... – Continuou rindo demais. Eu nem tinha achado tão engraçado, mas ri. — Então você deve vender esses filhotes por um bom preço, né? – Perguntou ainda limpando as lágrimas dos olhos de tanto rir.

— Eu só vendo os tourinhos. As fêmeas eu vou deixando no meu plantel, até que elas estejam com idade pra serem inseminadas ou para eu implantar um embrião de uma cruza bem top.

Falei os valores e Nalu se espantou e se animou ao mesmo tempo. Disse até que se não curtisse tanto compor talvez cursasse veterinária.

Enquanto eu separava os materiais que utilizaríamos, engatamos em uma conversa sobre investimentos e nos surpreendemos em saber que tínhamos o mesmo tino comercial. Na verdade, eu fiquei impressionada em saber que a menina, com menos de vinte anos, também já aplicava no mercado de ações e com ótimos resultados.

— Agora você vai prestar bem atenção no que vou fazer, pois a outra é você quem vai inseminar, Nalu. – Já estávamos no curral e eu iria inseminar a primeira para depois ela fazer a segunda.

— Será que eu dou conta? Ô, loirão... Meu medo é cagar tudo e você perder dinheiro.

— Tenho certeza que vai fazer direitinho. Tu é porreta demais, guria!

Foi uma comédia ver os olhos arregalados dela quando introduzi o braço no reto da primeira novilha fazendo toda a higiene nessessaria para um bom procedimemto. Ia narrando o passo-a- passo e rindo da garota que sempre soltava uma das suas pérolas. Na segunda novilha, Nalu executava tudo.

— Loirão, queria que a Lu me visse assim, enfiando o braço todo dentro da vaca. Caraca, muleque... Que doido! Isso que é um anal de responsa!!

Eu ria de quase me mijar com as bobagens que ela falava sem deixar de explicar o que ela deveria estar "sentindo", o lugar certo de segurar a cérvix uterina e como conduzir o aplicador de sêmen.

Amor Animal (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora