O Feitiço de Paty

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Lorenza

Acordei ouvindo ao longe a movimentação dentro do parque de exposição. Tentei mover meu braço, mas estava dormente. Patrícia dormia sobre ele, agarrada a mim. A envolvi com cuidado em um abraço para que ela não acordasse. Seu corpo estava todo descoberto. Beijei sua testa me desvencilhando com cuidado para que ela não despertasse ainda. Me encostei na parede e fiquei sentada ao seu lado gravando na minha mente aquela imagem. Como queria ter ali comigo meu estojo de carvão e um cavalete para poder imortalizar aquele momento, sua silhueta perfeita, seu rosto em uma expressão serena. Peguei um lápis e um caderno acima da cabeceira e fiz os primeiros traços do que viria a ser o quadro que ficaria de frente a minha cama. Após alguns minutos ela trocou de posição se virando de costas, deitando de ladinho, deixando aquela bunda MARAVILHOSA e seu sexo DELICIOSO bem na minha direção. Salivei!!! PUTA QUE PARIU, QUE DELICIA É ESSA PETIÇA!!!

Troquei a folha e novamente fiz outro esboço. Depois de um tempo, saí sem fazer barulho e tomei um banho... Aiiiii, que delícia sentir a água cair nas minhas costas onde a Oncinha arranhou... Era uma ardência boa que me lembrava de tudo o que aconteceu. Sorri como uma boba para minha imagem no espelho. Após falar com Júnior, enviei para Carolina mensagem comunicando que meu amigo iria passar lá e se ela poderia preparar uma pequena bolsa para minha Oncinha.

Preparei uma bandeja de café da manhã para ela, pelo menos eu tentei. Nunca tinha feito isso antes. Abri o frigobar e fiquei matutando o que ficaria bom... Me lembrei que em todos os filmes, quando alguém preparava o café da manhã na cama, sempre tinha um jornal. Sorri ao pegar um exemplar da minha revista favorita e arranquei uma flor artificial do arranjo que Ba tinha colocado em cima da pia a minha revelia!!! Sempre odiei flores artificiais, mas era o que tinha para o momento. Depois de preparar e montar tudo sorri com o resultado.

— Bom dia – Me assustei tentando tampar a bandeja e empurrando Paty de volta para cama.

— Lô, preciso fazer xixi!

— Tá, mas fica com os olhos fechados. Eita diacho, que mulher difícil fazer uma surpresa... – Que merda, ela não podia ter acordado... Tenho um defeito enorme, quando contrariada eu fico emburrada mesmo e não consigo disfarçar... Mas acho que eu fiz barulho demais.

Patrícia tomou um banho e me pediu uma roupa.

—Aqui está, Dra. Delícia: sua cor preferida – Ela abriu uma fresta na porta do box e eu forcei a entrada — Humm... Me deixa entrar aí... Pra te ajudar... Te enxugar... Falei rindo enquanto tentava entrar. Ela se apoiou na porta e tentava tampar meus olhos rindo sem parar. Assim que ela saiu cobri seus olhos a fazendo subir para cama.

Nada me preparou para o que eu senti ao presenciar sua expressão encantada e suas lágrimas ao ver o café da manhã que eu tinha preparado para ela. Era muita felicidade por algo tão simples. Sorri ao vê-la passando ambrosia na bisnaguinha, ela não fazia ideia do que era. Quando fui jogar aquele sanduiche no lixo, Júnior bateu na porta do laboratório. Fui atender.

— Bom dia, Brother. Nossa, valeu mesmo!!! – Eu disse já pegando a bolsa que ele me estendia.

— Bom dia Bro, dona Carolina colocou roupa aí pra uma viagem. Ela disse que depois do almoço aparece por aqui.

— Ela sacou?

— Você tem alguma dúvida? Ela só é discreta, mas é antenada.

—Agora vai, que eu vou tomar café na cama – Eu disse piscando para ele.

— Ô, delícia! Quer ajuda? – Ele disse já pulando para fora do trailer para se esquivar do meu murro e me jogando um beijo! Sorri, mas fiz cara de brava em seguida.

Amor Animal (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora