— Você é uma ridícula... Você se acha, né? Com essas cantadinhas baratas, com esses braços fortes, com essa pose de fodona! Ai, meu Deussssss, QUE ÓDIO!!! Eu tenho certeza que não mereço isso. Com certeza na outra encarnação eu roubei o vinho da sacristia! Com certeza eu comi o pão da santa ceia antes dos parabéns! O que eu fiz, MEU DEUS?! – Ela disse colocando as mãos na cintura, batendo aquela bota espalhafatosa no asfalto e me olhando com os olhos apertados. Hoje ela estava vestida de Barbie Rural!

— Fala pra mim... Além de ser linda, educada, simpática, perfumosa e gostosa pra caralho, o que mais você faz além de alegrar o meu dia? – Ela arregalou os olhos e veio em minha direção colocando o dedo na minha cara, ficando na ponta dos pés. Segurei uma risada. Ela tava linda parecendo um pinscher irritado.

— Olha aqui, suazinha! Você me respeita que eu não sou da tua laia. Você se acha a bambambam, né? A que faz o mundo girar!

— Eu posso não fazer o mundo girar mas com certeza faço sua cama balançar.

— Você é uma escrota!!! Uma babaca!!! – Senti seu hálito no meu rosto. A danada estava chupando Halls preto! Perdi o foco imaginando eu a chupando bem gostoso ali na carroceria da "lindinha". – Seu chefe sabe que você fica atrapalhando o trânsito? Que você queima o nome da empresa dele tratando as mulheres assim na rua. Desse jeito cafajeste? – Ela encarou minha boca e eu umedeci meus lábios com a ponta da língua fazendo com que ela repetisse o gesto involuntariamente. Pronto, eu estava começando a ter êxito.

— Dona Patrícia, se eu não te fecho, eu não teria a oportunidade de ver novamente uma "muié" tão cheirosa como você – Avancei e ela deu um passo para trás se desiquilibrando e teria se estatelado no chão se eu não a tivesse puxado de encontro ao meu corpo. O contato me fez estremecer e fiquei enlouquecida com o cheiro da sua pele. "Que mulher cheirosa da porra! Vou domar essa petiça. Ah, se vou!". Ela apoiou as mãos no meu peito tocando em meus seios, fazendo com que meus mamilos enrijecessem. Ela tirou as mãos rapidamente e vi seus olhos assustados.

— Co...Como você sabe quem eu sou, ele que te mandou? – Ela olha assustada para os lados como se estivesse procurando alguém.

— Calma, dona... Eu achei a sua carteira na estrada, no lugar onde você se sentou aquele dia do pneu – Ela fechou novamente o semblante se afastando bruscamente de mim.

— E cadê a minha carteira? Disse colocando alguns fios dos seus cabelos atrás das orelhas. "Oshi, que vontade de perder os meus dedos naquelas madeixas e puxar a sua boca contra a minha só pra sentir o gosto dela."

Abri a porta do passageiro, peguei a carteira entregando a ela em seguida.

— Que foto feinha a da sua identidade, hein?

— Puta merda! Você é uma ogra, meu Deus... Vou olhar pra ver se não está faltando nada, e se tiver, eu vou ligar pro seu chefe, pode ter certeza disso. Isso não vai ficar assim!

— Opa, posso te ajudar com isso – Disse pegando o cartão de visitas com apenas o telefone da Maruá no console da camionete. — Aqui está, fique a vontade!

— Você é muito abusada, sua... sua... descarada... Tá achando que eu não vou reportar esse seu comportamento? Tenha certeza que eu irei.

Ela cuspiu as palavras e se virou marchando pesado em direção a porta do carro dela. Olhei para o bar e vi Júnior fazendo sinal de "se fudeu" com as mãos. Sorri para ele e disse calma apenas mexendo os lábios.

Me adiantei e antes que ela conseguisse abri a porta coloquei a mão a impedindo. Em um movimento súbito me encaixei em suas costas a prendendo contra o carro.

Amor Animal (Concluído)Where stories live. Discover now