NO INFERNO

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-Casou-se com essa mulherzinha fútil, porque não tinha onde cair morto! E sim meu pai me criou com muito carinho, educação e AMOR - comecei a aumentar o tom de voz. - Tenho muito orgulho de ter sido criada por ele e não por uma mulher mesquinha - falo olhando para Yumi. - E Yumi com você eu nem gasto saliva, te garanto que inútil o meu pai não era, já você- foi uma risada em deboche- Eu não digo o mesmo. Tem um homem dentro de casa e vai atrás do vizinho, que feio em mamãe. - Falei a última palavra sendo irônica. - Ah e aliás Yumi, meu pai não era um monstro igual você, ele nunca me abandonou, diferente de você que com três meses de vida me abandonou e agora está tentando dar uma de mãe responsável.

Respirei fundo antes de continuar

-Quantos filhos e filhas você já não deve ter abandonado por aí não é mãezinha? três? Quatro? Quantos mais você deve ter abandonado sem ninguém saber? Até porque né, você é uma mulher superficial e desprezível, deve ter ido para cama com vários outros homens né mamãe? - disse batendo na mesa, e subindo as escadas correndo batendo a porta do meu quarto, mas aquela mulherzinha irritante subiu atrás de mim.

- Hellen, eu quero mais respeito! Aqui ainda é minha casa e eu exijo que você pelo menos me respeite sua bastarda mimada.

- Vai se fuder. - digo abrindo a porta e a encarando.

- O que você disse?- perguntou com aquela cara de songa dela. Pronto, vai se fazer de desentendida agora.

- Além de tudo isso é surda também, foi isso mesmo que você ouviu, VAI SE FUDER! - Falei gritando, fazendo ela e Yuri arregalar os olhos em espanto .

- Hellen aqui não é aquele lugarzinho de merda que você morava, eu quero respeito aqui na minha casa! você é uma inútil igual seu pai! - Ela falou gritando e eu já estava a ponto de perguntar se ela queria me deixar surda.

- Você lava a sua boca pra falar do meu pai, sua imunda, você não é metade do que ele foi para mim - Falei sentindo uma raiva daquela mulher que se dizia minha mãe.

- HAHA, minha querida, quem você acha que pagou aquele apartamento, hum? Você acha, que com o dinheiro que seu pai recebia você teria condições de pagar aquele apartamento?- Falou irônica .

- É Yumi, você tem razão, foi você quem pagou aquele apartamento, você que sempre me sustentou e sempre me deu "tudo que eu precisava " mas, querida mamãe, a senhora só se esqueceu de me dar uma única coisinha, amor... Um sentimento tão bobo né? Tão pequeno visto por você não é mesmo? Pois é querida mamãe, mesmo que você me desse todo o dinheiro do mundo, mesmo que você fizesse tudo o que eu pedisse e fizesse o possível e o impossível pra mim nada, eu repito nada iria suprir o amor que eu nunca tive de você, já meu pai não, meu pai nem se compara a você, sabe por que? Porque mesmo sem muitas condições ele me deu mais que você, ele me deu amor, pois ele sabia que eu era fruto de uma aposta, porém, ele também sabia que eu não tinha culpa do erro de vocês até porque eu não pedi pra vir ao mundo, mas acima disso tudo ele sabia que eu era A FILHA DELE . E acima de tudo ele me amou, não importava as circunstâncias, já você mamãe na primeira oportunidade me abandonou e se meu pai não tivesse vindo me buscar você teria me colocado na adoção sem mais nem menos pois você não queria ficar com essa fedelha aqui não, melhor ainda você estava carregando um PESO que não era seu, foi assim que você disse para o meu pai no telefone naquele dia, ou eu estou enganada mamãe? - Eu perguntei olhando para ela e esperando sua resposta mas ela apenas permaneceu calada. - O que foi mamãe? O gato comeu a sua língua? - disse debochando da mesma que continuava calada, mas com raiva. - Que foi mamãe? Não vai falar nada? Você não vai falar nada porque sabe que tudo que eu estou falando é verdade, você não tem o que falar não é mesmo mamãe? - Disse mais uma vez a provocando ela, e por mais que não quisesse admitir ela sabia que eu estava falando a verdade.

- É como diz o ditado, tal pai, tal filha. Tinha que ser ele mesmo pra criar uma filha tão chata e mimada - disse ela tentando tirar o foco da conversa.

- NÃO FALA DO MEU PAI SUA DESGRAÇADA! - Gritei já perdendo minha paciência por completo.

- Hellen, olha como fala com sua mãe - disse Yuri, que até então estava calado. É um idiota por achar que tem algum direito de me dar ordens.

- Mãe? Yuri, ela precisa ir para uma escola para aprender como ser mãe, porquê, nem pra isso essa megera serve, ela é uma puta de luxo isso sim. E outra coisa quem você acha que é para querer me dar alguma ordem? Eu faço o que eu quiser Yuri e você não tem nada a ver com isso, se nem essa inútil aí que se diz minha mãe eu respeito, imagina você que não é ninguém. - Falei com raiva vendo Yumi arregalar aqueles olhos dela. - o que foi mamãe? Está impressionada? Mas eu só falei a verdade querida mãezinha, desculpa é que eu esqueci que às vezes a verdade dói.

- Deu Hellen , você está viva graças a mim- disse Yumi, me fazendo revirar os olhos.

- Por algum acaso pedi para vim ao mundo?

- Chega, eu te sustentei enquanto aquele imundo estava comendo vadias pela praia de Copacabana, você só serviu para me atrapalhar mesmo, e quer saber? Você sempre foi um peso na minha vida mesmo, deveria ter te abortado você é um fruto de uma aposta mesmo, sua imunda! vê se cresce, amadurece.- Cuspiu as palavras na minha cara, que belo exemplo de mãe que eu tenho.

Logo depois de mais alguns minutos de briga ela já estava falando sozinha pois eu não ia perder meu tempo com aquela inútil. Ela parou mas ficou resmungando, então ela desceu na frente escada e voltou para a mesa, logo a segui fazendo a mesma coisa, estava um silêncio só e era possível sentir a raiva nos olhos dela de longe, ela continuou calada mas ao me ver sentar na mesa em uma cadeira de frente pra ela, não se conteve e começou novamente a desferir vários xingamentos contra mim e mais uma vez começamos uma discussão, eu realmente odeio essa mulher.

O clima estava tão tenso que nem vi que a empregada colocou um prato na minha frente, ela estava me humilhando, na frente de Yuri.

- Perdi a fome - disse me levantando rápido, fazendo a empregada tomar um susto. - Desculpe meu amor, eu não tinha percebido que você estava aí. - Pedi desculpa à empregada que era bem simpática e ela sempre me tratou muito bem, e sempre tentava me ajudar quando minha mãe vinha querer encher meu saco quando eu era pequena.

- Tudo bem pequena, não tem problema. - disse HeeSla toda carinhosa para mim, então eu a abracei e dei um beijo em seu rosto e nessa hora eu podia sentir o olhar de raiva da Yumi sobre mim pois eu estava tratando a HeeSla como eu nunca havia tratado ela, e isso sempre causou muita raiva nela, eu sempre tive muito aproximação com ela e a Yumi sempre fazia questão de deixar bem claro que não gostava nem um pouco da nossa aproximação, mas eu nunca me importei com a opinião dela mesmo.

Então depois de abraça-la, comecei a andar em direção a porta sem nem olhar para a cara de nenhum dos dois.

- Onde você vai? - Perguntou minha "mãe" já se levando e cruzando os braços e batendo o pé.

- Se você nunca se importou com isso a 16 anos atrás, porque se importaria agora? - disse saindo, deixando a mesma conversando sozinha.

Sai de casa sem lugar pra ir, não conhecia muitos lugares por aqui, mas me perder, eu sei que não iria. Só que eu não iria ficar em casa escutando aquela idiota falando mal do meu pai no meu ouvido, mas não ia mesmo.

- Que droga de vida! - murmurei pra mim mesma.

Continuei andando sem rumo até ver um grupo de garotos logo há minha frente, tentei passar por eles sem ser notada.

- Ei, isso não é hora de uma princesa estar na rua.









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