CASA

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A semana seguinte começou super agitada para o Benício e Alex. O babá foi surpreendido com a chegada de Alex ao quartinho da Tijuca, um tanto que afobado.

- Pronto, a casa tá certa. Já podemos voltar, vamos hoje mesmo, porque minha coluna não aguenta mais esse colchão.
- Boa noite pra você também- Ben respondeu irônico- Como foi seu dia? Ficou tudo bem? - Seguiu com a ironia.
- Ah Ben, sem drama vai. Quer notícia melhor do que saber que depois de tanto tempo vamos voltar pra casa. Ou agora vai dar uma da maluca da Débora e dizer que odeia minha casa.
- Sem comparações Alex, muito menos com a sua esposa.
- Ex-esposa
- Não é o que a lei entende.
- Mas é o que meu coração entende, meu corpo entende e o seu também. Ou agora vai bancar o conservador, e fugir de mim porque ainda me encontro casado com aquela demônia. Vai entrar na onda agora de resistir esse corpo gostosão aqui mesmo? Acabei de dar aquela treinada, pra chegar no ponto pra você, olha as veias saltando.

Ben se levantou e deu um beijo no rosto de Alex.

- Você poderia ser o homem mais incrível do mundo...
- E não sou? - Alex interrompeu Benício todo convencido.
- É, você é, mas mesmo sendo o homem mais incrível do mundo, eu jamais tocaria em você, ou permitiria que me tocasse, se eu me sentisse num adúltero.
- Ah Ben, que palavra mais forte, e isso não é adultério.
- Eu sei que não, e por isso estamos juntos, mas o fato de ser o homem dos meus sonhos não faria com que ficasse com você nem no impulso, caso estivesse com ela.
- Mas que bom que não estou. E pela lei, só somos casados porque aquela infeliz sumiu no mundo e não apareceu na audiência.
- Não fica bolado comigo, e nem faz bico desse jeito, porque eu não resisto.

Alex tentou puxar Benício para um beijo. Mas logo foi impedido pelo babá.

- Sem beijos e sem nada mais por hoje. Você mesmo disse que sua coluna não aguenta o meu colchão. Então bora arrumar tudo e ir pra sua casa.

No tempo em que arrumavam tudo, Ben ficou inquieto pensando em como seria a vida a dois na casa de Alex. Seria possível sustentar aquele relacionamento, após aquela lua de mel?

Enquanto Ben pensava Alex meio que involuntariamente trazia algumas situações a toma que o deixavam ainda mais preocupado.

- Tu acredita que eu fui falar pra minha mãe que estávamos nos dando bem agora. E ela disse que isso tava na cara, que possivelmente o lençol da minha cama na casa de praia deve estar cheirando a fumaça.
- Casa de praia? E por que fumaça? - Ben parou tudo o que fazia aguardando uma resposta para aquilo.
- Ela pensa que ainda estamos lá, eu não quis contar o que rolou com a casa depois da invasão, não quis preocupá-la e nem te expôr.
- Fez bem, obrigado. Mas e esse lance de fumaça aí?
- Ela disse que a o lençol tá cheirando a fumaça, isso se a cama não estiver só as cinzas também, por causa do tamanho do nosso fogo.
- E você respondeu o que? Não me diga que concordou! - Ben questionou Alex nervoso.
- Cara eu só ri, ri de dar gargalhada, eu não sei de onde minha mãe tira essas coisas, é cada pérola. E pensando bem, não é só a cama e o lençol que tem o rastro do nosso fogo. A casa toda ficou marcada- Alex falou isso apertando a bunda de Benício de forma indecente.
- Então quer dizer que ela já sabe da gente? Que merda.
- Ben, o ingênuo aqui é só você. Minha mãe vê as coisas longe, sabe exatamente o que tá pegando faz tempo. E cara, qualquer pessoa em sã consciência desconfiaria desse nosso sumiço. Ou tu acha que o Damião e a família dele achavam super normal nós passarmos um dia inteiro, num Sol do caralho dentro de casa, com as portas fechadas.
- Mas eu não quero que a Fatinha pense mal de mim. Me julgue por ter me envolvido com o Allan e agora contigo.
- Cara, esquece isso, pra minha mãe, você é o quarto filho, quarto filho viado, mas quarto filho. E ela já sabia que eu te amava, e tinha me aconselhado a investir, só que antes falando com o Allan. Mas agora não tem mais Allan, nem mais ninguém, só nós dois.
- E o Julinho, como vai ser quando voltar? Será que vai ficar tudo bem?
- Ué, agora não quer que meu filho volte?
- Mas é claro que quero. É que morro de medo da reação dele.
- Eu também morro, mas acho que ninguém espera tanto essa nossa história como ele, então fica em paz. E a propósito ele já chega no final de semana.
- Eita que eu não tô preparado pra tanta emoção. Acho melhor ficar aqui.
- Para de palhaçada, não fico aqui mais um dia. Olha o estado da sua cama, tá bamba já, a madeira tá quase partindo ao meio. E não é pelo nosso peso, é que a pobrezinha não aguenta mais tanta socada que eu tô te dando.

QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)Where stories live. Discover now