ENCONTROS

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Ben parou numa praça que ficava em frente ao escritório ao qual iria buscar um emprego. Precisava recuperar o ar, mas também lembrar do que havia acontecido há vinte minutos atrás. Como havia sido gostoso aquele beijo. Tentava lembrar os detalhes, primeiro Allan o prendendo, depois passando a mão por todo o corpo até chegar a sua bunda. Sim ele havia a apertado de forma indecente.

Ben queria ter aproveitado mais daquele cara, mas sabia que precisava controlar a situação para não serem presos por atentado ao pudor, pensou que jamais havia beijado alguém na rua, ou daquela forma e com Allan tinha passado e muito disso.

Não queria pensar que Allan só queria curtir com sua cara e no outro dia estaria agarrado com outra, mas também sabia que o rapaz não havia prometido amor eterno. Decidiu que não se cobraria e também não cobraria nada do bonitão.

Esfriou a cabeça e entrou no escritório, aceitou uma água e logo passou pela entrevista. Saiu com mais uma promessa, mas pouco convencido que conquistaria algo de fato.

Na saída foi chamado pela recepcionista. Ela informou que na creche onde sua filha estudava estavam precisando de professores, e o foco eram homens. Pegou o endereço e seguiu diretamente pra lá.
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Muito próximo dali

- Querida eu entendo, mas eu não pude vir antes. Falava Débora exaltada- Acontece que eu preciso trabalhar para manter o meu filho aqui. E o pai também está de serviço, e como vocês bem sabem é melhor que ele esteja lá.
- Dona Débora eu compreendo sua aflição, somos solidários com todos os problemas que a senhora tem enfrentado ultimamente, mas de qualquer forma a nossa diretora gostaria de falar com a senhora, só peço que aguarde ela retornar do almoço, por gentileza.
- Mas minha querida- Falava irritada- Eu preciso ir para casa resolver um monte de pendências.
- Dona Débora eu sinto muito. Mas sem a conversa, não poderemos receber o Julinho aqui amanhã.
- Tudo bem, então eu espero- Falou com sarcasmo, contendo a vontade de voar no pescoço da moça.

Débora naquela tarde acabou esquecendo o filho na creche, precisou inventar que estava trabalhando para amenizar a situação, mas seria obrigada a levar uma conversa com a tal diretora.

Ela não aguentava mais aquela vida, não suportava a ideia de não poder seguir sua rotina normalmente por ser mãe. Sem contar com a pouquíssima ajuda que tinha do seu querido esposo.

Durante os cinco anos do filho contou com o apoio de algumas babás, mas nos últimos tempos isso acabou se tornando um problema gigantesco, não encontrava ninguém, mesmo oferecendo muito além do que o mercado. Sua tragédia pessoal já durava um mês, nesse tempo havia sido ameaçada de perder um dos seus principais empregos, e tinha ainda que aturar todas as noites Tubarão chegando bêbado ou cansado.

Na noite anterior o esposo vomitou todo o seu carpete caríssimo, o que foi motivo para uma briga, briga não, caos entre eles logo cedo. Mas como sempre saiu vencedora, ele poderia intimidar todo mundo na rua, mas ela sabia exatamente onde cutucar para ferí-lo.

Agora estava ali entediada, junto a Vanessa, aquela ao qual creditava a função de sua melhor amiga.

- E então Deby, nada?
- Nada, a infeliz insiste que eu tenho que conversar com a diretora. Minha vontade é de ir embora e deixar esse moleque aí.
- Eu juro que tento entender esse seu desprezo ao fato de ser mãe. O Julinho é um menino tão tranquilo.
- Eu já disse, leva para você. Esse garoto grita e eu que escuto, ele come e eu tenho que fazer a comida, e o pior de tudo, ele caga e você sabe perfeitamente quem tem que limpar. Ele é tão inútil quanto o pai.
- Eu acho que você reclama de barriga cheia, um marido lindo e excelente profissional e um filho como o Julinho é uma bênção.
- Vanessa você fala isso, porque não passa de uma encalhada. Tem a minha idade e não casou e só entra em relacionamentos furados.
- Você não precisa ser tão grosseira, se eu soubesse tinha ficado em casa.
- Linda eu não te chamei para vir aqui, você que se ofereceu. E não estou sendo grosseira, nem te ofendendo, eu na verdade tenho é inveja. Queria eu ser uma encalhada agora, sem marido e sem filho pra me perturbar.
- Aí Deby, você precisa de terapia. Você reclamando do tubarão, e eu aqui louca pelo Luciano.
- Você é louca por qualquer macho né, basta te dar confiança que você fica apaixonada, escuta o que eu digo o traste do Luciano não é para você.
- Por que não?
- Porque não é, aquilo também não vale nada, um encostado é isso que ele é.
- Nossa como você é amargurada.
- Aí licença Vanessa, eu vou falar com aquela idiota, se essa velha acha que eu tenho a vida dela, está muito enganada.
- Para tudo amiga, olha que delícia esse rapaz chegando.
- Ah delícia ali, deve ter idade para ser seu filho. Se toca mulher.

QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt