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No fim da tarde Alex vestiu uma roupa qualquer e avisou a Benício que precisaria fazer algumas compras no mercado do centro da cidade. Faria também uma visita a clínica veterinária para saber o estado do animal atropelado dias atrás e acertar os gastos.

- Você precisa fazer isso hoje mesmo?
- Bom, já não temos nenhum tempero. A geladeira na verdade tá bem vazia. Não quer que eu vá?
- Eu nunca quero que vá, na verdade eu não quero que isso acabe nunca, ficar longe de você é sufocante.
- Tu sabe que isso me deixa daquele jeito né?
- Bobo
- Tudo bem, então eu vou amanhã cedo enquanto você estiver dormindo.
- Não poxa, você já está arrumado, vai lá.
- Agora eu que não quero ficar longe de você, depois dessa declaração bonita que fez.
- Vai logo Alex, eu sobrevivo, eu juro- Ben sorriu.
- Vem comigo então poxa.
- Não, estou cansado, pode ir, eu vou aproveitar para descansar um pouquinho.
- Certeza.
- Sim, só me faz um favor, trás morango se conseguir achar.
- Morango é? Tá planejando o que? - Alex olhou malicioso a Benício.
- Na verdade só estava com vontade de comer mesmo, mas pensando bem, trás duas caixas se achar.
- Aí porra, fiquei curioso, o ruim vai ser achar morango uma hora dessas. Pode ser uva? Acho que serve né?
- Pra quê? Eu nem disse o que quero com o morango, você é uma figura sabia? Vai logo, trás morango, uva, chantilly e calda de chocolate- Ben falou isso dando uma mordida na orelha de Alex.
- Filho da puta, mete a mão pra ver como fiquei.
- Nem pensar, eu te conheço bem senhor Falconi, e sei como você está, e como ficará se minha mão chegar a encostar nesse piruzão.
- Vou voando, quando você menos esperar vou estar aqui. Porra, tô com tesão só de pensar, essa noite promete.

Alex saiu patolando o pau, tentando encontrar uma posição confortável após a provocação de Benício.

Ben trancou a porta da cozinha e foi até o banheiro da suíte, se despiu observando a marca dos dedos de Alex em sua cintura. Por mais estranho que aquilo pudesse parecer, Ben se excitava ao perceber o quão louco tudo aquilo era. Ele se sentia o homem mais sortudo do mundo, um vencedor de uma loteria bilionária, porque a probabilidade de ter um homem tão lindo como Alex completamente apaixonado por ele era utópica. Mas o fato de ser exatamente Alex esse homem, o mesmo ao qual estava completamente louco desde a primeira vez que viu, fazia aquilo tudo beirar ao inconcebível, era perfeito demais para ser verdade.

Sentou na privada se olhando por completo, sentiu os olhos lacrimejarem ao tentar imaginar em que momento ficou completamente louco a ponto de imaginar um romance com Alex. Estaria ele sendo vítima de uma completa loucura, criando uma história que nunca existiu.

Mas as marcas estavam ali presentes em todo o seu corpo, não era uma criação de sua mente, era real, ao menos que ele fosse capaz de um contorcionismo absurdo a ponto de deixar a marca dos dentes em sua própria bunda.

Não, não era invenção, ele havia sido o grande premiado com um bilhete raro, e mesmo não se sentindo digno de algo tão especial assim jamais abriria mão dele. O bilhete não era apenas um  homem másculo, viril, cheio de melanina, medindo quase dois metros, repleto de músculos e com um pau, ou piru como Alex preferia chamar, de tamanho colossal. Isso não era o que aumentava as cifras do seu prêmio, o que lhe fazia um grande vencedor era ter o amor de alguém como Alex, aquilo sim era fabuloso.

Benício foi despertado de sua reflexão com as batidas vindas da porta. Colocou um roupão rapidamente e correu até a cozinha. Alex aparentemente havia demorado muito menos do que o rapaz imaginava, o que deixava o babá em polvorosa. Ben pegou a chave e abriu a porta com um sorriso de ponta a ponta no rosto.

Mas se surpreendeu ao identificar três caras desconhecidos em sua frente. Um rapaz branco dos cabelos escuros e rosto esburacado por algumas espinhas, aparentemente liderava o grupo. O rapaz era de uma beleza estonteante. Benício viu um sorriso sendo formado no rostão do tal cara, o que revelou um sorriso amarelado, em seguida viu o punho do mesmo vindo em direção ao seu rosto próprio rosto, antes de cair inconsciente pôde perceber que preso aos dedos do jovem ele trazia um soco inglês muito reluzente.

QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora