FLASHES

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Que baita novidade era aquela?

O tal Adriano enfim apareceu, e trouxe consigo muitas lembranças, era penoso olhar a reação de espanto que Alex ainda tinha no rosto. Mesmo após o burburinho pela chegada do primogênito de Fatinha.

- Que saudade meu menino, você não mudou nada, está mais lindo. Que saudade, que saudade de você Adriano.
- Eu também senti sua falta mãezinha, mas vocês sempre estiveram aqui no meu coração. Demorou mas voltei.
- E para ficar, não deixo mais você sair de perto de mim- Falou exasperada.
- Não é assim que são as coisas mãe, minha nossa que saudade de poder te chamar de mãe que eu estava, pessoalmente é muito melhor. Mas agora eu tenho toda uma vida na França, tô abrindo um restaurante como te falei. Mas falamos sobre isso depois, está todo mundo olhando pra gente.

Fatinha acabou por voltar a si, e se recordar da sua festa de aniversário.

- Allan seu safado, foi você não foi? Um dia você ainda me matar. Meus amigos, pra quem não conhece esse é o meu filho mais velho, o Adriano, ele mora na França e não nos víamos há vinte e quatro anos, mas o meu sofrimento acabou, e meu sonho foi realizado. Cadê o Tubarão? Filho, vem aqui cumprimentar seu irmão. Melhor, vamos todos para a mesa do bolo, quero uma foto com os meus três filhos.

Fatinha seguiu até a mesa do bolo acompanhada de Adriano e Allan. Nos estantes seguintes Tubarão acompanhou uma espectativa generalizada para que ele também se juntasse aos seus. Sentiu as pernas pesarem, ao dar cada passo até os familiares, era o peso do orgulho, da mágoa, de tantos traumas gerados, após aquele terrível dia onde o seu grande ídolo abandonou a casa.

Pensava em como Débora reagiria aquela cena, estaria rindo absurdamente da sua cara naquele momento. O seu irmão havia aparecido. Depois de tantos anos envolvido naquela putaria toda, ele deu as caras.

A vontade do policial era de socar Adriano, um murro, um não, uma sequência de murros aguardadas com o tempo. Ele envergonhou toda a família na época, saiu dizendo que seria modelo e logo depois tinha sua cara estampada em todas as locadoras do bairro chupando uma rola enorme. Os Falconi foram motivo de chacota pelos anos seguintes, o até então promessa do futebol Adriano Falconi agora havia se tornado uma estrela do cinema adulto.

Alex conseguiu chegar até a mesa do bolo, viu Allan o encarar com uma expressão diabólica. Ele simplesmente fez como os outros, encarou o fotógrafo e viu uma série de flashes surgindo, não apenas de uma câmera, mais de uma sequência de celulares que surgiram em seguida tentando registrar o momento. O seu próprio filho Julinho, mesmo não entendendo nada do que acontecia se juntou aos paparazzi para aquele registro histórico, o dia em que o filho da puta do Adriano voltou pra casa.

- O Romário Falcon, Allan você é irmão do Romário Falcon, um dos meus atores favoritos- Benício falou isso deitado sobre o corpo de Allan no carpete do quarto do brutamontes. A festa já havia sido encerrada nas últimas horas, os convidados possivelmente estavam todos repousando em suas casas, enquanto os dois estavam ali completamente pelados revivendo aquela cena típica de uma novela.
- Fala baixo porra, vai acordar o pessoal- Allan reclamou da barulheira que Benício estava fazendo, além de Fatinha, a casa tinha como hóspedes Adriano e aquele que Benício descobriu ser o marido do cunhado, o Francês Markus.
- É que essa história é confusa demais. Como você nunca me falou isso? Eu tô namorando o irmão de um dos meus heróis.
- Punheteiro do caralho, pelo que eu tô percebendo você e os Falconi tem um caso de amor antigo, primeiro o Adriano, depois eu e agora esse rolo com o Tubarão, não pense que eu esqueci do que vi mais cedo.
- Vá se fuder Allan, eu já disse que você está viajando quanto ao Alex, e sobre ser punheteiro, não sou nada disso, apenas admirei e muito na minha adolescência esse tipo de conteúdo e seu irmão é um dos melhores.
- Na verdade era, ele não faz esse tipo de filme tem mais de dez anos. É o tempo que ele conheceu o Markus e se juntaram.
- Mas como se deu isso tudo?
- Então eu não lembro muito bem, na verdade não lembro de porra nenhuma, eu só tinha quatro anos quando ele saiu de casa. Pelo que minha mãe me contou ele fez isso após a morte do meu velho. Tanto ele como o Tubarão jogavam numa escolinha de futebol dessas sérias, os dois tinham chances de se tornar profissionais, o Adriano era encarado pela galera aqui do bairro como um nome certo na copa de noventa e quatro. Mas numa fatalidade, logo depois que meu pai morreu ele sofreu uma fratura no fêmur e passou os dois anos seguintes tentando se recuperar, mas não voltou a ser o mesmo, o tempo para se profissionalizar era curto e ele viu o sonho ir por água abaixo. Foi nessa época que surgiu um olheiro, não do futebol, mas aparentemente do mundo da moda. Convenhamos que meus velhos fizeram três homens pra lá da porra toda né? E o Adriano foi seduzido pela proposta que o cara colocou. Na época minha mãe deveria ter desconfiado, pois quando ela tentou enfiar o Tubarão no meio, o tal agente disse que não trabalhava com menor de idade.
- Que parada mais doída.
- Sim, eu sei que logo o Adriano tinha saído de casa e nunca mais voltou, se meteu em fazer programa e depois virou ator pornô. O que acabou com a minha mãe e minha família num certo tempo. Ele não voltou por vergonha, minha mãe escreveu uma carta dizendo o como se envergonhava dele, que existiam diversas profissões mais simples, mas não por isso menos nobres que o futebol. Que ele tinha acabado com a vida dela, a do Tubarão e a minha, e que ela tinha vontade de morrer quando alguém comentava sobre o filho dela ter virado prostituto.
- A Fatinha reagiu assim?
- Sim, mas logo depois veio o arrependimento, mas já era tarde, ele já havia saído do Brasil e virado sensação na Europa, um rapaz de dezenove anos, negro, com um tremendo corpo não era de se jogar fora. Ele então fez carreira lá. Mas todos os meses mandava um dinheiro pra gente. O que acabou nos sustentando num tempo terrível. O Tubarão perdeu o rendimento no futebol conforme foi saindo da adolescência, ele sempre foi grandão e também não foi longe. Enfim, um tempo depois minha mãe e Adriano voltaram a se falar, mas aquelas palavras dela ainda o enchia de vergonha de voltar aqui. Até que eu o convenci tem duas semanas, falei que ela estava cada dia pior das doenças e que o sonho dela era o rever antes de morrer. Ele chorou, duvidou, mas resolveu vir e foi isso que você viu. Agora já chega, deixa eu te comer mais uma vez, porque essa primeira foi bem fraquinha.
- Calma Allan, mas e o Alex nisso tudo, o porque de tanto espanto?
- Aquele filho da puta é um hipócrita como sempre te falei. O que acontece é que o Adriano era o ídolo dele, o grande exemplo de irmão mais velho, a referência máxima. O Tubarão sempre foi garganteiro, sempre falou demais, ele se garantia no Adriano pra tudo, eram inseparáveis. Só que do nada ele viu isso cair por um precipício, ele passou a ser apontado na escola como irmão do boca de veludo, o chupa pau, o cara que dá cu e por aí vai, não mais como irmão do cara que iria jogar a copa.
- Entendi, esse trauma então é um tanto compreensível, ele era um adolescente não?
- O caralho de compreensível, porque foi o dinheiro do cu e da pica do Adriano que nos sustentou, não nos deixou passar fome, e sabe mais roceiro, ajudou a custear os gastos que ele tinha na faculdade. Foi o Adriano que o ajudou com a faculdade, que construiu esse casarão aqui, que ajudou a pagar minha escola e me ajuda na faculdade. Ele querendo ou não, aceitando ou não, tudo aqui tem o dedo, o pau o cu e o caralho a quatro do Adriano ou do Romário Falcon que seja. A propósito Romário é em homenagem ao jogador de futebol.
- Eu já tinha imaginado- Ben ficou chocado com tanta informação, tão chocado que não percebeu Allan sair completamente pelado do quarto e voltar com uma fatia de bolo enorme- Outra fatia de bolo Allan? Assim você vai engordar cara.
- Relaxa roceiro que dessa fatia aqui eu só quero o chantilly.

Allan encheu a mão no chantilly que fazia a cobertura do bolo e passou pelos mamilos de Benício. O babá acabou rindo de toda aquela situação, quebrando o clima estranho que estava na casa após o regresso do filho primogênito de Fatinha.

Allan acabou por colocar Benício sob o seu colo e com as mãos ainda sujas segurou na cintura do babá, ele tinha uma pegada incrível. O chupou os peitos, consumindo todo o creme que cobria os mamilos, Ben acabou sentindo uma forte ereção surgindo no pênis do namorado e no seu próprio membro. O brutamontes em seguida se levantou, pegou mais um pouco do chantilly e passou sobre a rola dura. Ben sabia o que fazer, e o fez com a maestria que havia adquirido no tempo junto a Allan, sugou todo o creme, todo o suor daquele membro, mas pela primeira vez sugou algo diferente, a sequência inacreditável de esperma que Allan liberou em sua boca, era forte e volumoso. A sensação foi espetacular, tanto que ele mesmo gozou após sentir o pau ainda duro do namorado em sua boca. Allan estava insaciável e não demorou muito tempo até que ele já estivesse, firme e viril penetrando Benício.

A noite histórica se encerrou após aquele último ato, daqueles que não eram artistas eróticos, mas que davam um show a cada transa.

Um novo dia se iniciava com muita agitação, Ben depois de tantos acontecimentos mal se lembrava, mas naquele dia de domingo o aniversariante não era mais Fatinha, era ele mesmo.

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Boa tarde seus lindões e suas lindonas, me perdoem o sumiço, estive um tanto ocupado nessa reta final do ano, mas cá estou trazendo a vocês, mas um capítulo desse que acabou sendo um grande presente que 2017 me trouxe.

Não vou tomar mais do seu tempo esse ano, mas em 2018 voltamos com mais capítulos e muitas surpresas. Amei conhecer e ter a companhia de vocês aqui.

2017 não foi um ano tão fácil, mas no fim das contas o resultado encontrado na balança foi bastante positivo.
Isso não apenas através de grandes conquistas, mas pelo simples fato de ter se cumprido todos aqueles desejos que muitas vezes achamos clichês quando recebemos na virada do último ano.

Sim, em 2017 sobrou saúde, amor, paz e alegria... O tal do dinheiro não veio, mas isso é o de menos. Nessas últimas horas de 2017 o que devemos fazer de fato é uma retrospectiva das coisas que deram certo, e daquelas que nem tanto. Que 2018 seja um ano de foco, recomeços e mais acertos do que erros.

Talvez você ande triste pelos cantos achando que esse ano foi uma grande porcaria, talvez de fato tenha sido. Mas isso não é motivo de desânimo, você respirou, se alimentou, teve saúde para suportar até aqui 364 intensos dias, sobreviveu, viveu. Então seja grato por isso, a vida é uma dádiva e muitos não conseguiram finalizar esse ano como almejaram.

Em 2018 viva a vida... Sorria, coma, faça dieta, treine, durma, RELAXE- a vida é uma só (me perdoe se sua religião prega o contrário). A você que me suportou no seu feed ao longo desse ano, que teve paciência para ler esse textão meu muito obrigado.

QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt