CAPÍTULO 31 | PENÚLTIMO CAPÍTULO

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Continuação do capítulo anterior.

Narrado por Lucas.

O beijo havia cessado, e nossas testas naquele momento já estavam coladas permitindo que ambos pudessemos sentir à temperatura do ar que saia dos nossos pulmões. Suas mãos passeavam carinhosamente sobre minha face húmida pelas lágrimas intensamente caídas sem que eu pudesse controlar.

Em tom de murmuro ele começou a sunsurar. E notavelmente sua voz estava embargada pelo choro intenso.

__ Me responda, eu preciso saber.

Nossas testas continuavam coladas, e um desejo enorme de em fim contá-lo a verdade me sucumbia por dentro, mas ainda sim eu tinha que encontrar as palavras certas. Ele precisava saber e talvez depois de conhecer a verdade, pudesse nos ajudar a salvar Amadeu como também a fazer justiça. Lentamente desvencilhei minha testa da dele. Sim eu já me sentia preparado.

__ Acho melhor sentarmos, o que você vai saber em alguns minutos, pode ser extremamente duro para você __ afirmei.

__ Lucas você está me assustando

__ Não fiques. Agora vamos sentar naquele banco __ digo apontando em direcção de um banco que estava à alguns passos  por atrás de nós.

Ele suspirou.

__ Tudo bem, vamos __ exclamou apreensivo em seu tom de voz.

Caminhamos até ao banco e já estávamos sentados lado à lado sem olhar nossos rostos, nossos olhares estavam depositados no horizonte e talvez aquele fosse o melhor caminho para prosseguir.

__ Pode falar __ pediu.

__ Sim __ sunsurei.

Naquele momento suspirei e não sei de onde, mas eu ganhei coragem, começando à contar pausadamente tudo o que ele precisava saber, Philips nada respondia, muito menos questionava. Do canto do olho eu podia vê-lo escorar seus cotovelos sobre os joelhos e suas mãos sobre o rosto como se as mesmas pudessem impedir de cair às lágrimas que evidentemente pingam lentamente dos seus olhos. Após alguns minutos em fim eu terminei. Eu me sentia um lixo por saber que tais factos contados por mim haviam provocado aquele sofrimento nele.

__ Agora você entende porque é que você tem que ficar aqui? __ indaguei em tom baixo e ele nada respondeu. __ O povo precisa de você, um comboio sem uma cabeça não é nada e você é à cabeça de tudo isso, talvez essa seja a forma de honrar o nome do seu pai, de fazer justiça pela sua morte.__ toquei seu ombro __ você precisa ser forte e eu sei que você é __ completei me desmanchando em lágrimas.

Lentamente ele se posicionou e de seguida me olhou, seus olhos estavam vermelhos e seu rosto visívelmente enxarcado.

__ Ela matou o meu pai, eu me lembro daquele dia como se fosse ontem, ele deitado naquela cama todo banhado de sangue, ele me obrigou à prometer algo que até então eu jurei que jamais cumpriria, mas agora eu me vejo na obrigação de cumprir seu último desejo, em sua honra e pela justiça que têm que ser feita, o lado bom dessa história é que agora tenho dois irmãos __ sorriu __ o Bruno quem diria meu irmão.

__ E o Amadeu, ele precisa da nossa ajuda, nós temos que salvá-lo antes que seja tarde Philips __ exclamei o cortando.

Após ouvir minha última frase, ele levantou do banco. Deu um grito que me fez ficar arrepiado e de seguida caiu na grama de joelhos, rápidamente fui ao seu encontro, agachei- me na grama o abraçando de seguida.

__ Como ela foi capaz de cometer tamanha barbaridade? __ Questionou em prantos em meio ao abraço.

__ Eu...__ pausa não sei o que lhe dizer, e nem posso mentir que sei qual é a dimensão da sua dor, pois eu jamais saberia.

Amar-te Em 15 Dias Where stories live. Discover now