Nervous

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   Felicidade. Como podemos definir felicidade? É tão subjetivo, e tão certo ao mesmo tempo que minha cabeça fica confusa. Às vezes acho que ela, é como a tal liberdade. Não sabemos definir ao certo qual é o significado, mas todos sabem quando ela está sendo tirada. Ou talvez ela seja como o tempo, porque tudo na nossa vida gira em torno da tal felicidade.
    Somos felizes quando ganhamos aquele brinquedo que vimos na TV na nossa infância, quando conseguimos atingir a meta, quando escutamos uma música boa, quando aquele ídolo nos nota, quando estamos em um show ao vivo, quando estamos ao lado dos poucos mas verdadeiros amigos, quando nossa mãe faz aquele prato que amamos, quando nosso pet vem ao nosso encontro com todo o amor que ele sente... somos felizes em cada pequeno segundo de tempo.
      Por mais que a vida seja vazia e solitária, a maior parte do tempo, nós somos felizes. Porque a felicidade não precisa de uma grande ação pra que possa ser real, ela é real nos menores dos menores gestos. Até o maior solitário ser, tem seu momento de felicidade. E eu digo isso por experiência própria, por mais sozinha que eu me sinta, tenho momentos felizes que me fazem feliz.
     Ok, talvez seja uma realidade paralela que criei com minha imaginação? Talvez seja uma realidade paralela que criei com minha imaginação. Porém, a minha imaginação me faz feliz. Eu acredito que é a imaginação que move o mundo, se você não tem, o que é de você?
    Só que, em nenhum momento eu pensei que a minha imaginação fosse se tornar realidade. E aqui estou eu, frente a frente com o Shawn Mendes, meu namorado. E ele é real. E me ama na minha forma imperfeita de ser eu. E  me inclui nos seus planos para o futuro. E é meu companheiro de dias bons e ruins. E me olha como se eu fosse única. E me faz sentir segurança. E me entende como ninguém.

- Eu amo você. - falo com toda a sinceridade que existe em meu coração. Vejo seu sorriso ir de orelha a orelha.

- Eu amo você. - ele repete se aproximando de mim, me deixando um beijo carregado de sentimentos nos lábios.

   Sinto aquela mesma sensação: coração acelerado, errando algumas batidas, estômago com todas borboletas  voando desconexas, como é que respira mesmo? Eu nunca vou me acostumar com o fato de sermos reais, é muito bom para ser verdade sabe?

- Eu acho tão meloso vocês dois... - diz o Theo, se fazendo enojado - Mas eu não canso, faz mais.

    Paramos de nos beijar para rir, eu já disse que o Theo é o melhor amigo que eu poderia ter hoje? Não? Então digo agora: O Theo é o melhor amigo que eu poderia ter.

-Feliz aniversário, meliante. - ele fala indo na direção do Bolinho, dando um abraço e o presente.

- Obrigado. - o Bolinho agradece sorrindo.

   Então como se fosse a deixa, os outros convidados vem o parabenizar. Só então percebi que estavamos, a um tempo consideravelmente grande olhando um para o outro, como se o mundo não existisse. E todos os convidados estavam apenas observando, esperando algo acontecer para ir o cumprimentar. Fato que me deixou corada, principalmente quando a Karen veio me cumprimentar novamente. Sério, quis enfiar minha cabeça dentro de um buraco.

-Hilário sua cara! - diz a Ava rindo.

-Quieta! - falo ainda corada.

-Ninguém quis atrapalhar vocês, era como se estivessem numa conversa por telepatia. - explica - Aí vocês se beijaram, e o Theo resolveu interromper, porque disse que o "meliante" ia acordar...

  -CRISTO! - meio que grito fazendo a atenção das pessoas se voltar a mim, dou um sorriso amarelo fazendo um sinal positivo com as mãos.

- Ah, vocês estavam todo coisado. - explica ela rindo.

- Só pula essa parte, por favor. -digo sentindo minhas bochechas queimarem.

     A festa de aniversário foi muito tranquila, na medida do possível. Conheci pessoas, entre amigos de infância e novos amigos. Inclusive, conheci a Camila, um amor de pessoa. Me revelou uns podres do Shawn, que me fizeram rir bastante. Tudo estava na mais perfeita ordem, respirei fundo aliviada por ter dado tudo certo no final das contas.

- Vocês são muito civilizados cantando os parabéns, nunca vou me acostumar com isso... - confesso comendo do bolo - se fosse lá no Brasil, ia ter alguém gritando, outro puxando o ritmo de funk, outro puxando o "Com quem será?" Geral batendo palma e comemorando como se tivesse descoberto a paz mundial...

   Ele ri. Eu amo quando ele ri das besteiras que eu falo, ele se importa.

-Quer ir pra um lugar mais calmo? - ele me olha.

-Mas e os convidados? -pergunto visivelmente confusa, não se deixa a festa sem o aniversariante.

-Eles superam. - ele responde dando de ombros. Sorrio e o sigo.

    Ele nos conduz até o terraço do prédio que fica no último andar, e assim que chegamos, ele cola o corpo no meu. Me olha nos olhos, enquanto coloca meu cabelo para trás.

- Sabe Aysla, eu não sou muito bom com palavras mas você me faz querer falar o tempo inteiro... - confessa, me fazendo sorrir. - é tipo, falar sobre qualquer coisa. Eu nunca me senti tão apaixonado em 21 anos de vida, como eu me sinto quando estou com você. Porque todo dia eu te amo mais, e quando acho que não tem como, tá eu sendo brega por você. E eu amo ser brega por você, porque você me faz feliz. E eu amo você. Amo você. Amo você!

   Ele repete me dando vários selinhos, que no fim se transformam em um beijo. Separo nossos lábios por um instante, o observando.

-Alguns cometas parecem estar perdidos, mas quando eles entram em órbita, os cientistas percebem que eles não estavam perdidos, precisavam apenas serem encontrados... - falo com a visão um pouco embaçada, talvez eu esteja um poço de lágrimas? Talvez. - Você me encontrou. E eu te amo.

   Respondo o vendo sorrir largo, e logo me beijar novamente, com mais uma porção de sentimentos. O céu estrelado,  era testemunha de dois corações explodindo de felicidade....

-Você acha que esse final ficou meio brega Theo? - olho pro meu gatinho que repousa tranquilo no meu pé, e me olha como quem diz: sério?

   Sim, eu falo com meu gato. A tela do notebook clareia meu rosto no quarto escuro, e me sinto ansiosa. Tipo, sempre gostei de escrever fanfic's, essa é a primeira sobre o Shawn... será que eu posto? E se as pessoas não gostarem? E se for brega?

- Você acha muito brega? Tipo, será que leriam? Aí Theo do céu, o que faço? Nervous nem é um bom título, tá aí só porque era a música que eu tava escutando saca? Que tipo de autora não coloca um título descente na obra dela? Aí, não sei. Vou perguntar a Azura o que ela acha... -digo me esticando para pegar meu celular.

    O movimento, faz o Theo se levantar meio puto e subir no notebook. Quando volto minha atenção a tela, vejo a mensagem: "Publicação feita com sucesso." Mordisco meus lábios, pensativa.

-É, vou deixar no ar. Ninguém vai ler mesmo... - falo tentando me convencer, e acabo me convencendo.

   É isto. Nervous foi ao ar, seja o que a minha Santa quiser.

                                FIM(?)