Nervous

25

    Nossa, com toda a certeza da vida, eu estava vivendo os melhores dias da minha humilde existência. Esse era o terceiro dia ao lado de Shawn e cia, e eu realmente não estava me importando. Estava curtindo muito passar um tempo com a Ava, Lizzie, Aalyah e o Geoff, eles eram as melhores pessoas para o rolê. O Theo também agradecia mentalmente, eu sei, porque não segurava vela sozinho. Brincadeira, tenho nem autoestima para isso.

    Hoje, iríamos até o apartamento da Ava assistir Elite, os planos eram ir até lá e dormir todos lá também. Por isso nem me preocupei em fazer qualquer super produção, vesti só uma saia preta com botões, minha brusinha "Not your babe" cinza e minha chinela. Coloquei minha camisola "The rainbow is the new black" junto com o necessário para minha higiene e TCHARAM.

-Eu não gosto nada, nada da ideia de você tá dormindo a menos de um Km de distância do meliante... -diz o Theo assim que termino de passar o perfume.

-Não é como se fôssemos dormi junto. -reviro os olhos.

-Mas ainda assim, não gosto nada. -responde emburrado.

-Tu vai tá dormindo com ele se não se lembra, não eu. -saio do quarto fechando a porta.

-Já ouviu falar no termo "O proibido é mais gostoso"? Sabia que transar com o risco de ser pego, ou sem poder deixa o negaço com um sabor melhor? -diz quando entramos no elevador.

-Olha, não me dá ideia... -sorrio maliciosa.

-Nem pense Dona Aysla! Nem pense! -diz levemente irritado e eu gargalho.

-Você é uma graça Theo, sinceramente, quem sou eu na fila de pegação com o Shawn Mendes? Tenho nem autoestima para isso... -falo saindo e encontrando a Ava.

-Meu amor! Senti saudades! -ela me abraça forte.

-Você não vê ela tem tipo 24h... -diz o Theo revirando os olhos.

-Cala a boquinha vai? -diz Ava impaciente.

-Vamos antes que vocês comecem a terceira guerra mundial aqui. -digo me divertindo observando os dois darem a língua como sinal de ofensa.

   

     O ap da Ava era lindinho, todo aconchegante e suficiente para ela, tinha o jeitinho dela e era fofo demais.  Se eu fosse grande, eu iria querer morar em um lugar assim. O restante do pessoal, chegaram depois, e quando digo pessoal me refiro ao Shawn e a Aalyah. O Geoff e Lizzie furaram, porque a mãe da Lizzie passou mal e eles foram para o hospital.

    Organizamos tudo o que era necessário, e nos jogamos entre os colchões para assistir outra série. A mudança se deu por conta da faixa etária para maior de 18 anos, sabe, tínhamos uma adolescente no meio de nós. Optamos por assistir Riverdale. Por fim, trocamos de roupa e comemos bastante brigadeiro, pipoca e pizza. Certeza que vou sair parecendo um bolinho daqui.

-Já é meia-noite ... -fala o Theo bocejando logo em seguida.

   
   Decidimos ir dormir porque essa vida de adulto suga nossa juventude num sopro e você nem percebe. Já se passava das duas da madrugada quando acordo afobada por um sonho quente com o Shawn. Convenhamos que era meio impossível não pensar besteirinhas com ele dormindo no quarto ao lado, e mais sabendo que ele dorme praticamente pelado. Aí, de repente ficou quente aqui né? Acho que vou tomar banho.

    Saio do quarto na ponta do pé indo até o banheiro que ficava no final do corredor, com minhas coisas no braço. Tomo um banho demorado deixando a água gelada cair sobre o meu corpo, enxugo meu corpo vestindo minha calcinha de vovó e minha camisola novamente. Não tinha lavado o cabelo, e também nem vi a necessidade de passar perfume. Deixei minhas coisas de banho na mochila dentro do quarto e fui estender a toalha na área de serviço. Eu estava usando a lanterna do celular para me guiar pela casa, mas  a bateria estava acabando e então coloquei pra carregar no começo do corredor e segui em direção ao quarto da Ava.
     Mas de repente, um corpo aparece na minha frente fazendo com que eu quase grite de susto.

-Fruta que caiu, quem é você? -digo após o susto. Começo a tocar o rosto do ser a minha frente, e logo chego a conclusão- Shawn? O que você tá fazendo acordado uma hora dessas?

-Acordei com sede e estava indo beber água... -responde no mesmo tom baixo que o meu- e você?

-Acordei com calor e fui tomar um banho... -digo sem pensar muito, mas logo me dou conta do que disse e coro violentamente.

      Longos segundos de silêncio se passaram, eu continuo a encarar "o nada" no escuro, mas decido que é hora de voltar para a cama. Tento seguir mas o Shawn me impede, segurando minha cintura e repousando uma mão no meu rosto.

-Que foi? -pergunto curiosa?

-É só que... Dane-se...

    Sinto seus lábios grudarem nos meus, e meus soldadinhos saírem gritando jogando os relatórios para o ar e correndo pela sala do meu cérebro. Correspondo ao beijo da mesma maneira, caraca ele beija bem demais. Meu corpo reage de maneira grotesca a cada toque sutil que ele dá para aproximar seu corpo do meu. Sinto ele sorrir quando nos separamos por falta de ar, nossas respirações desreguladas e as testas coladas, o carinho em minha bochecha, foram só mais uma desculpa para seguirmos nessa troca louca de salivas gostosa mais uma vez.

    Não sei quando, ou em qual momento as coisas ficaram quentes entre nós. Apenas sei que levei a mão dele a minha bunda, e ela ali foi uma passagem para me lambuzar naquele homem maravilhoso. Suas mãos passeavam por todo meu corpo, seus beijos mais ousados, o que me fazia arder instantaneamente. Ele me prende contra a parede, e começo a sentir o quanto ele estava excitado. Apoio uma das pernas em seu quadril para que a minha intimidade tenha contato com a dele ainda que entre os tecidos, e quando isso acontece me esforço ao máximo para não gemer muito alto. Ficamos nessa de sarrar nossos corpos por um tempo que não sei dizer.

-Eu preciso de você... -ele diz quase como uma suplica ao pé do meu ouvido.

-Então me tenha... -respondo quase como um gemido.

     Ele não perde tempo, me coloca no seu colo encostada na parede, afasta minha calcinha para o lado (essa hora eu dou graças a Deus por estar escuro) e toca minha intimidade que está loucona da vida. E sim mores, ali mesmo o Shawn Mendes me ama da melhor forma possível.

       Sorrio ao perceber o que acabamos de fazer, e coro violentamente ao me dar conta de que ele entrou -literalmente- na minha vida. Nunca achei que eu pudesse ter um orgasmo tão intenso, sem ao menos precisar de uma preliminar descente. Não sei quanto tempo demorou, mas agora o sol começava a querer despontar no céu de Toronto, o que me fazia ver parcialmente o rosto daquele ser como se fosse uma sombra. Sorrio sem mostrar os dentes, feliz e nervosa ao mesmo tempo. Me escorrego por entre seus braços e sigo apressadamente para o meu lugar no quarto da Ava. Brinco com a minha clavícula enquanto mordo os lábios. Tipo isso foi real? Isso realmente foi real mesmo? Aí Jesus...