Inglaterra

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♤ Lucy ♤
N

ão era tão estranho estar de volta a Inglaterra quanto eu pensei que seria no começo, antes de entrarmos no avião e tudo mais. A velha cidade continuava debaixo de suas nuvens cinzentas e ruas frias, tudo deprimente demais para meu gosto.
O veículo preto ia abrindo caminho entre os outros carros de forma ágil e impressionante, nunca imaginei que Natsu soubesse dirigir um veículo inglês.
- Você está bem princesa? - Perguntou o rosado enquanto desviava de um carro prata, este que buzinou e soltou xingamento contra meu companheiro.
- Só não sei como meus pais vão se sentir... Apenas isso - Dou de ombros e me viro para ele, um de seus braços se mantinham firme no volante coberto de couro preto e seus olhos focados na rua a sua frente de uma forma inacreditável.
- Se sentir sobre você estar aqui ou sobre o que você é agora? - Brevemente ele me olhou.
- Sobre o que eu sou agora... Não sei se eles vão aguentar a verdade sabe? - Sorri de canto de forma triste.
- Princesa é só não contar, simples assim - O rosado diz em uma voz calma, sua mão livre alcançou a minha - Eles não precisam saber se você não quiser - Ele levou minha mão a sua boca, depositando ali um beijo carinhoso. Eu conseguia sentir borboletas em meu estômago, a ansiedade dentro de mim era grande, mas algo havia mudado.
- O que você acha? - A pergunta saiu como uma surpresa para ele. Um olhar foi lançado a mim, seu cenho brevemente franzido em uma confusão compreensível - Acha que... Acha que estou grávida?
- ... - Um sorriso surgiu no rosto do rosado e o sentimento da felicidade cresceu em meu peito ainda mais - Eu não sei, você acha?
- Eu sei que... Algo está diferente - Respiro fundo controlando minha ansiedade - Não sei exatamente o que, mas algo está diferente.
- É uma probabilidade então princesa - Mais uma vez ele me olhou e nossos dedos foram entrelaçados - Não precisa ficar apreensiva, eu vou estar com você a cada momento.
- Você promete? 
- Princesa, pra você eu prometo tudo.
A enorme porta de madeira pesada com detalhes em ferro foi aberta a nossa frente, revelando uma pequena cidade com casas simples e que aparentemente só possuíam o que poderia ser extremamente necessário, a cada metro que o carro ultrapassava mais olhos curiosos nos encaravam e isso me fez sentir incorfortavel em um nível estratosféricos. Senti as rodas de nosso carro começarem a rodar por cima de terra, o veículo subiu um morro até para e de frente com um castelo de tamanho médio, o veículo foi parado a frente de uma enorme porta de madeira está que possuía dois lobos cravados e acima deles uma lua cheia. Dois lobos - que sinceramente para mim pareciam mais armários ambulantes - se encontravam a cada lado da porta pesada. Descemos do carro e meu braço quase involuntariamente se uniu ao de Natsu, da mesma forma em que os homens costumavam fazer com suas mulheres. Nossos passos pararam a frente da porta, ambos os homens nos olharam de cima a baixo e não demorou muito para a porta se abrir para que pudéssemos entrae.
A nossa frente um extenso salão de estilo vitoriano se relevou, um homem de estatura baixa, calvo e com bigodes grandes descia as escadas em nossa direção, parecia apressado de certa forma.
- Vejo que chegaram - Disse ele terminado de ajeitar seu paletó branco - Admito que esperava ver Gray e sua companheira aqui também.
- Erza está fora, não posso deixar a alcatéia sem qualquer tipo de proteção - Disse Natsu, um pouco ríspido para minha opinião - Assim que voltarmos eles vão vir.
- Compreendo, uma bela decisão - Apontou. Logo seus olhos foram direcionados a mim e senti uma incrível vontade de simplesmente sair dali ou me esconder atrás de Natsu, mas permaneci firme e não me movi - Me chamo Makarov, prazer em conhece-la Luna...?
- Lucy... Prazer em conhecê-lo - Um pequeno sorriso de puro respeito se fez em meu rosto e a expressão do homem a nossa frente continuou quase imóvel.
- Me sigam, Alfa Natsu e Luna Lucy - Disse Makarov enquanto nos dava as costas e começava a andar.
Atravessamos a enorme sala em silêncio, eu sentia Natsu em minha mente, tentando de qualquer forma me acalmar com sua presença e sinceramente, estava funcionando.
Seguimos Makarov até uma sala de jantar gigantesca, está que possuía uma mesa de madeira enorme em seu centro, sem cada um dos cantos da sala havia uma serviçal - lobas obviamente - suas roupas eram perfeitamente arrumadas e suas cabeças baixas, se não fosse por meus olhos acho que não teria se quer percebido a presença delas ali. O velho homem se sentou em uma das pontas da mesa, Natsu se sentou em uma das laterais e eu ao lado dele, o deixando mais próximo do homem que me incomodava tanto daquela forma, por debaixo da mesa alcancei a mão de Natsu e após um momento ele entrelaçou nossos dedos, aparentemente estava conversando com Makarov. O velho homem soltou uma risada alta e timbrosa, assustando a mim momentaneamente.
- Lucy Heartfilia - Sua voz foi direcionada a mim e meu companheiro de cabelos róseos virou seu rosto para poder olhar para mim - Me chame de Makarov.
- Tudo bem... Makarov - Dizer aquilo com alguém de um status muito superior ao meu era de certa forma estranho, era como chamar meus pais como chamo meus amigos.
- Natsu disse que você é daqui mesmo? Uma inglesa nata - Começou. Uma de suas mãos tocou sua longa barba e começou a acariciar os cabelos brancos.
- Sim - Respondo em um tom baixo, apesar de ter certeza que minha voz saiu absolutamente firme.
- Como se conheceram? - Como nos conhecemos? Isso pra mim me parece uma pergunta pessoal demais para ser respondida, um breve aperto de mão sendo dado por Natsu me fez sair de meus pensamentos.
- Em um hospital - Digo me lembrando do exato dia em que meus olhos encontraram os dele - Um acidente havia ocorrido e ele estava envolvido... Eu o ajudei a fugir do hospital.
- Você ainda era humana quando isso ocorreu? - Ele olha para uma das empregadas e acena, a mesma logo se retira do cômodo em silêncio absoluto.
- Sim, eu era - Prevendo sua próxima pergunta, adicionei - Eu o ajudei porquê eu senti que deveria.
- Compreendo... - Seus olhos encararam os meus por um tempo, tempo este que para mim foi longo demais - Ela é tola Natsu, embora esteja aprendendo... Com o tempo será uma das melhores Lunas que conheço.
Brevemente senti Natsu aliviar sua mão na minha e eu o olhei brevemente, ele estava tão nervoso quanto eu. A empregada volta com uma bandeja de ouro, aparentemente decorado completamente a mão, uma carta lacrada com o símbolo de uma lua cheia se encontrava em cima da mesma, ela se aproxima de Makarov e se abaixa, o velho lobo estende a mão e pega a carta, logo a entregando para Natsu. Nossas mãos se soltam e o rosado pega a carta.
- Obrigado Makarov - Disse com uma voz firme, observei aquela cena com cuidado e curiosidade, o que poderia ter dentro do envelope afinal de contas?
- Por nada pirralho, agora podem ir - Apontou para a porta.
O rosado foi o primeiro a se levantar, segui seu exemplo e saímos da enorme sala.
- O que foi que aconteceu ali dentro? Pensei que ele me perguntaria mais coisas - Dou de ombros e novamente envolvo meu braço no seu, ele sorri de canto.
- Makarov é um lobo velho princesa - Iniciou em um tom baixo - Ele não pôde ir a sua apresentação como Luna e isso o deixou de orelha em pé, mas apesar de velho ele consegue sentir coisas que outros lobos não conseguem, como a alma da pessoa ou do lobo.
- E por quê a Juvia tem que vir também? 
- Por que ela é uma ex-desgarrada, ele é inteligente em chama-la aqui - Natsu tinha toda razão. Juvia poderia ser considerada um perigo por conta de seu passado nada limpo com os desgarrados, mesmo que tenha sido forçada a todas aquelas situações terríveis.

- 🌕 -

♤ Juvia ♤
-

Não está bravo? - Perguntei a meu companheiro, estavamos na cozinha esperando o café ficar pronto em uma das jarras no fogo, por debaixo da mesa extensa e circular de madeira meus dedos brincavam uns com os outros.
- Por que eu estaria bravo com você? - Seus olhos deixaram celular e se voltaram para mim, suas mãos deixaram o aparelho sobre a mesa.
- Por conta do que aconteceu durante a lua vermelha - Tentei de toda e qualquer forma não encarar seus olhos, por isso mantive meu olhar baixo.
- Não... Eu nunca ficaria bravo com você por algo tão pequeno quanto isso - Ele se levantou e se sentou na mesa, em seguida levantou meu rosto para encarar o seu. Senti minhas bochechas corarem de imediato - Eu não posso e nem vou forçar você a nada, entendeu?
- Entendi... Mas é impossível não me sentir culpada com isso.
- Não se sinta, não tem porquê se sentir dessa forma - Ele sorri para mim e cola meus lábios aos seus, iniciando assim um beijo calmo e amoroso.

- 🌕 -

♤ Autora ♤
K

yoka estava próxima a Oracion Seis, seu nariz incrívelmente treinado já sentia o cheiro de Cobra e Angel adiante. Seus passos haviam deixado de fazer barulho na neve a muitos quilômetros e isso lhe deu mais libertada para correr até seu objetivo.
- O chefe não confia em nós - Soltou Cobra no mesmo instante em que sentiu o cheiro de Kyoka, os olhos do homem se reviraram e a albina a seu lado repetiu seu ato, o que não agradou em nada a loba recém chegada.
- Como está a situação? - Perguntou, deixando passar os jestos nada respeitosos daqueles dois.
- Controlada, Midnight e Racer foram na frente para verificarem o terreno abandonado pelos desgarrados - Informou Angel e retirou a poeira inexistente de seu vestido branco.
- Ótimo, nosso mestre deve chegar em menos de seis meses - Um sorriso macabro surgiu em seu rosto.
- Vamos atacar quando os filhotes estiverem nascendo? Interessante - Uma quarta voz se juntou ao grupo, era Hoteye, com sua voz grossa e face amigável, apesar do tamanho e da deformidade em seu rosto.
- Vejo que ainda está aqui - Angel soltou cruzando os braços a frente de seu corpo - Pensei que seguiria Midnight ou Racer.
- Não há por quê segui-los, eles estão apenas verificando território, vão ser facilmente confundidos com desgarrados e ignorados contente que não invadam Fairy Tail, Blue Pegasus ou Saberthoot - Afirmou o gigante que mais poderia ser confundido com um monstro mesmo em sua forma humana. Eles estavam mais próximos agora e mesmo assim iriam esperar por suas ordens, Kyoka estava louca para sentir o gosto do sangue do primogênito que nasceria na Fairy Tail, mas sua verdadeira intensão e motivação era finalmente vencer aquela que chamavam de Erza Scarlet e ver o sangue da ruiva sair de seu corpo quente e vazio pela morte.

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