VIGÉSIMA OITAVA DOSE

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Ela
  

Sem saber ao certo o que fazer após aquela manhã na companhia de Christopher, Katrina ficou deitada no sofá depois que homem saiu, pensando em tudo o que os dois conversaram e principalmente no seu pai. Sentia falta do mais velho, nada conseguia preencher a ausência daquela figura masculina que ela tanto amava e aquela foto serviu como um gatilho para despertar as suas emoções.

Acabou adormecendo e só acordou quando ouviu um barulho, o sol estava desaparecendo lá fora enquanto o dia se transformava em noite. Dylan era quem estava fazendo barulho na cozinha, provavelmente comendo alguma coisa, Kathy levantou o corpo preguiçoso por ter dormido demais e foi até onde o irmão estava.

- Chegou agora? - Perguntou enquanto enchia um copo de suco.

- Tem um tempinho, fui deixar a Julie na casa da mãe dela. Dona Victória foi ver filme na vizinha. - Explicou já sabendo que a irmã perguntaria pela mais velha.

- Entendi! - Afirmou enquanto se servia do macarrão, requentado por Dylan, que estava na mesa. Dormiu tanto que acabou acordando com sono.

Os dois continuaram comendo em silêncio, Katrina não queria e nem tinha motivos pra falar nada sobre a sua manhã e Dylan quase nunca falava sobre sua vida pessoal com ela. Kathy percebeu que o irmão estava quieto demais mas preferiu não questionar, já conhecia o mais novo o suficiente para saber que ele não falaria se algo estivesse o incomodando.

- Eu posso te pedir um conselho?  - O mais novo perguntou deixando Katrina surpresa, já que ela não esperava aquela pergunta. Era como se ele tivesse lido os pensamentos da irmã. - Mas se você for fazer alguma brincadeirinha, já avisa que eu nem começo.

- Calma, Dylan, eu nem disse nada. Pode falar, eu percebi que você tá estranho mas nem perguntei porque você nunca me conta nada. - Se defendeu e esperou o irmão desabafar.

- Eu vi a Dominique hoje e foi diferente, sabe? A gente quase se beijou mas eu falei pra ela que eu estou ficando com uma pessoa. Estou com a Samantha e apesar de não ser nada sério, quero respeita-la. Mas eu sinto que se não fosse isso, eu teria ficando com a Dominique e ela teria correspondido.  - Abriu o jogo, olhava para o nada relembrando tudo o que aconteceu.

Katrina ouviu atentamente e apesar de amar brincar com o irmão, sabia que tinha que levar aquela conversa a sério. Dylan jamais pediria a sua opinião se o assunto não fosse importante.

Lembrou quando o irmão soube que seria pai, ele ficou tão assustado com a notícia que correu até Katrina para que a mais velha pudesse ajuda-lo. Os dois não podiam ser considerados como melhores amigos mas sabiam que tinham o apoio e a ajuda um do outro sempre que fosse necessário, independente da situação.

- Vocês ainda se amam. - Falou o que era óbvio para qualquer um que conhecesse o casal.

- Mas a Sam... - Tentou falar mas não soube ao certo o que dizer.

- Você gosta da Samantha, eu não duvido, mas gostar e amar são coisas diferentes. Você e a Dominique terminaram de uma forma muito estranha, nem eu entendi muito bem. Vocês se amam, tem uma filha linda e merecem ser felizes. Porém, se você está confuso e quer conversar e tentar algo com a Dominique, acho justo você abrir o jogo com a Samantha. Ninguém merece ser enganado ou usado para tampar o buraco que outro alguém deixou.

- Eu não estou usando ela. - Disse de imediato, sem acreditar que Katrina estava cogitando aquela possibilidade.

- Eu não disse que está, mas você não pode negar que ainda sente algo pela Dominique. Enquanto isso, a Samantha pode estar criando esperanças e até um sentimento graças ao envolvimento dos dois. Se você acha que não tem volta, segue em frente, mas se você ainda está balançado, não deixa a Samantha fazer morada em um lugar onde você só está de passagem. Ela é mais nova que você, não deve ter tanta maturidade para lidar com relacionamentos, não se torne uma experiência ruim pra garota.

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