23. Namorados

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        — O que exatamente Lily disse para convencer vocês? — Crystal perguntou repentinamente a Sirius enquanto andavam calmamente pelos corredores para chegar ao jantar. — Não é como se convencer vocês fosse algo fácil.

        — Realmente não é, obrigado. — ele sorriu antes de continuar. — Mas ela explicou algumas coisas que nós não tínhamos ficado para ouvir o que eram. — respondeu o rapaz levemente incomodado. — E quando James bateu o pé, ela o ameaçou de não sair mais com ele.

        Apesar de o que Sirius havia dito ter soado engraçado e o mesmo ter soltado uma risada baixa, Crystal não conseguiu pensar em outra coisa: James havia "batido o pé" a respeito de voltar a falar com elas. O rapaz de longos cabelos negros fitou a garota alheia em silêncio, entendendo o porquê de sua reação e voltou a se pronunciar:

        — Nós sentimos que tivemos nossa confiança traída, você sabe. Confiamos coisas a vocês, como os assuntos sobre minha família ou tudo a respeito do Aluado... Até mesmo o Sr. e a Sra. Potter confiam em vocês. — Sirius suspirou. — Confiança é tudo para a nossa amizade.

        — Eu entendo... — Crystal virou a cabeça para olhar o amigo. — Entendo mesmo. Todos nós entendemos. Para falar a verdade, esse foi um dos motivos de eu ter contado tudo, já não aguentava mais esconder as coisas de vocês enquanto vocês estavam confiando tanto em nós. — a garota mordeu o interior de sua bochecha esquerda e olhou para frente. Haviam chegado ao corredor onde a festa acontecia e era possível ouvir uma música lenta abafada por de trás da porta. — Espero só que entendam que tivemos motivos plausíveis também.

        — Graças à Lily, nós entendemos um pouco sim. — Sirius se virou para a amiga e sorriu. — Aparentemente, somos um grupo de problemáticos. — Crystal se permitiu rir e concordou com a cabeça. — Bem, vamos entrar? A julgar pela música, temos uma festa tediosa nos esperando.

        — Realmente. — Crystal rolou os olhos. — Uma pena que eu não tenha feito minha parte do plano, não sabia que viria mesmo comigo depois de tudo.

        — Sua sorte é que eu sou incrível. — o rapaz tirou um saquinho marrom de dentro do paletó. Tinha aproximadamente 10 cm de altura, estava um pouco gordinho e parecia se contorcer. — Eu consegui pegar o que precisávamos.

        — Mas como você c...

        — Acho melhor deixar essa parte de lado. — Sirius interrompeu a amiga e guardou novamente o saquinho. — Muito suor e lama envolvida. — Crystal parou por alguns segundos imaginado a cena e desatou a rir.

        — Eu ia te perguntar como conseguiu guardar isso no bolso sem dar nas vistas já que você é tão magro. Mas, de qualquer forma, obrigada pela imagem mental. — a garota riu mais um pouco. O amigo de cabelos longos fechou a cara e rolou os olhos.

        — Eu disse: eu sou incrível... E não sou magro. — Sirius rolou os olhos mais uma vez. — Agora, poderia se concentrar? Temos uma festa e pessoas tediantes para aturar... E, se Merlin permitir, por pouco tempo. Vamos.

        O rapaz segurou a mão de Crystal e a guiou até a porta enquanto a mesma se recompunha, secando o canto dos olhos com o dedo indicador da mão livre. Sirius deu o braço para a moça mais uma vez e abriu a porta quando estavam preparados. A música aumentou instantaneamente e Crystal olhou bem atentamente a sala à sua frente: com uma iluminação amarelada aconchegante, o local parecia bem mais chique do que a garota estava esperando; havia uma mesa redonda que ocupava a maior parte de uma das subdivisões do cômodo, janelas e arcos com longas cortinas enfeitando-as; haviam também vários lustres dourados, mas um maior e de cristais pendia sobre a mesa que Crystal via da entrada. Quando adentraram mais o local, a garota conseguiu ver uma estante com fotografias, cartões postais e outros objetos com mensagens de pessoas diferentes.

𝗠𝗨𝗧𝗔𝗧𝗜𝗦 𝗠𝗨𝗧𝗔𝗡𝗗𝗜𝗦,	𝒔𝒊𝒓𝒊𝒖𝒔 𝒃𝒍𝒂𝒄𝒌Where stories live. Discover now