40. Calmaria Antes da Tempestade

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        A mansão Black era um lugar incrivelmente atolado de coisas. Por mais que tivessem limpado várias vezes o Largo, haviam ainda coisas a ser arrumadas — a casa não se renderia tão facilmente. Dos cinco viajantes, Crystal e Alice eram as duas que mais passavam tempo com os mais novos, pois Alex estava sempre por perto de Molly para ajudá-la com eventualidades e Aurora havia saído alguns dias antes para um recrutamento rápido contra Voldemort — finalmente tinha as aventuras que sempre sonhara. Quando não estavam fazendo nada daquilo — e com isso seria "limpando" ou "contando histórias" — Crystal e Alice eram pegas cochichando pelos cantos, mas nunca parecia realmente importante para qualquer um que as visse: elas pareciam apenas conversar sobre comodidades do mundo delas, coisas do futuro que seriam úteis ali ou algo do tipo.

       No geral, Harry gostava muito da companhia das duas mulheres, pois elas sempre contavam histórias sobre quando estiveram em Hogwarts e sobre os pais deles. Não tinham muitas, é claro, mas o menino gostava de ouvi-las repetidas vezes se pudesse — era bom finalmente ter pessoas lhe contando sobre os pais, pessoas que haviam convivido e eram próxima a eles. Os gêmeos eram outros que adoravam ouvir as histórias e comentar o que teriam feito de diferente — e Gina dava boas risadas com todos. Rony e Hermione pareciam divididos em ora prestar atenção no que era dito e ora se preocupar com a audiência de Harry. Sem contar aquele detalhe, tudo ia muito bem.

        Durante o jantar daquela quarta-feira — dia que antecedia a audiência de Harry Potter — porém, o estômago de Harry pareceu ir ao chão quando a Sra. Weasley o lembrou da audiência. Por mais que a costela de porco que Molly tivesse preparado estivesse deliciosa, ninguém parecia conseguir comer. Todos os amigos de Harry pararam de conversar ao comentário da senhora sobre as roupas que ela havia preparado para o menino e Crystal trocou olhares com o irmão, Alice, Aurora — que havia retornado de sua missão naquele mesmo dia —, Remus e Sirius — e este último fechara a cara imediatamente ao ouvir sobre a audiência.

        Estava daquele jeito desde a noite anterior, quando Dumbledore apareceu no quartel-general da Ordem da Fênix para falar sobre algumas coisas do dia da audiência — principalmente sobre como Harry iria para o Ministério da Magia e com quem. Sirius havia ficado mais zangado do que o normal — o que Crystal não acreditava que pudesse acontecer — quando o diretor falara que ele não poderia acompanhar o afilhado. Por mais que quisesse ajudar o amigo, todos os outros concordavam que seria muito perigoso mesmo que ele fosse como animago, já que a esta altura Rabicho já deveria ter dito a Voldemort — e todos sabiam que Comensais da Morte ainda viviam no meio bruxo, fingindo que nada estava acontecendo, e que muitos trabalhavam lá.

        — O Prof. Dumbledore acha que não é uma boa ideia o Sirius ir com você, e devo dizer que... — dizia Molly quando Harry olhara para o padrinho como se perguntasse se ele ia com ele para o Ministério.

         — ... acho que ele tem toda razão. — Sirius completou entre os dentes.

        — Quando foi que Dumbledore lhe disse isso? — indagou Harry, surpreso.

        — Ele esteve aqui ontem a noite. — respondeu Alex. — Você já estava deitado.

        Mas ele sequer falou comigo, o garoto pensou e Crystal pensava exatamente a mesma coisa. Era estranho que Dumbledore não tivesse falado com ele às vésperas de algo tão importante, nem que fosse para acalmar Harry. A sensação de ansiedade assolou o rapaz mais forte do que antes enquanto pensava sobre aquilo e sobre o que seria decidido no dia seguinte.

        — Harry, me dê sua mão? — pediu Alice do nada, atraindo a atenção de todos. A asiática esticou a mão para Harry que estava quase de fronte a ela na mesa e ele a pegou, por mais que não tivesse entendido o porquê.

𝗠𝗨𝗧𝗔𝗧𝗜𝗦 𝗠𝗨𝗧𝗔𝗡𝗗𝗜𝗦,	𝒔𝒊𝒓𝒊𝒖𝒔 𝒃𝒍𝒂𝒄𝒌Where stories live. Discover now