- E o que você disse para ele? – devolveu Steve, sem prestar muita atenção. No mesmo instante, o resto da equipe na cozinha ficou levemente mais tensa, olhando de um para o outro enquanto silenciosamente os questionavam se iam mesmo discutir aquilo em público.
- Que eu iria falar com você? – continuou ela, um tom de obviedade em sua voz – Pensei que meu comentário sobre o assunto já fosse servir de introdução para darmos uma resposta em conjunto. Comunicação em sociedade funciona assim, Rogers. Não vamos começar o dia quebrando máximas conversacionais.
- E-eu não acho que quero participar dessa conversa – comentou Thor para Petr ao seu lado – Será que conseguimos sair discretamente?
- Cara, jurava que você ia pedir pipoca.
- Muito cedo – respondeu o deus sem pensar duas vezes, só depois realmente considerando a possiblidade – Mas boa ideia. Podemos estourar um pacote antes de sair?
- Desculpe, só não entendi o que precisa ser discutido – suspirou o soldado, deixando seus talheres sobre a mesa e virando sua cadeira para trás, podendo assim agora ver melhor a mulher sem se entortar tanto.
- Porque nós começamos nessa de dividir o quarto porque eu precisava de supervisão?
- Você acha que continua no meu quarto porque eu estou te supervisionado? Ou que ainda precisa de supervisão? – estranhou ele, quase achando graça na forma que Avril ficou sem jeito. Normalmente era o contrário, precisava aproveitar esses momentos. Se J.A.R.V.I.S. não tinha um protocolo para registrar tais cenas, ele precisava criar um urgente.
- Foi uma medida provisória que permaneceu até hoje simplesmente porque nenhum de nós se opôs, e que não significa que temos que dividir um quarto para sempre e em qualquer lugar.
- Essa é sua forma delicada de dizer que não quer mais dividir um quarto comigo?
- Essa é minha forma delicada de colocar que foi nos dada a opção pelas circunstâncias, já que pelo visto somos acomodados demais até para tocar no assunto sem cobrança de terceiros.
- Você está falando em tecnicidades e ainda não disse se quer ou não.
- Você quer? – ela fugiu da pergunta, devolvendo ao homem risonho – Isso é provavelmente a versão mais aproximada de realmente morar juntos que podemos ter, por isso trouxe o assunto.
- Eu não tinha pensado dessa forma, mas não me incomoda a ideia. E você? A ideia de assusta, por acaso?
- Na real, o que me incomoda é pensar em você me acordando todo dia às cinco da manhã – desconversou ela, mesmo que aquilo realmente fosse verdade. Normalmente não conseguia dormir muitas horas seguidas, mas os horários do soldado eram bem ofensivos
- Qual é, eu costumava acordar as quatro, acrescentei uma hora a mais por você.
- Sábado e domingo continua sendo sacanagem. É pecado, praticamente.
- É sua condição para continuarmos dessa forma? – Steve ficou sério depois que ela assentiu, tirando alguns segundos para pensar nos aspectos que não gostava dela como colega de quarto – A minha é sem mais ferramentas perigosas no quarto. Ainda acho que ficou uma cicatriz no meu pé por pisar naquele troço...
- Bebê chorão... E aquilo foi no laboratório, a idade não está fazendo bem para sua memória.
- Então vamos continuar no mesmo quarto?
- Você que sabe.
- Você que sabe.
- Devo repassar a decisão para seu pai, chefe? – Sexta-Feira interrompeu a discussão, causando alguns risos. Nem o sistema parecia estar mais aguentando os dois.
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The Real Side II: Dark Times
Action"Tudo mudou depois de NY". Tony Stark gostava de repetir aquilo e, embora sua filha sempre revirasse os olhos quando ele começava aquela conversa, a jovem não podia negar a afirmativa. Muitas coisas haviam mudado desde 2012. Seu relacionamento com o...
Capítulo 10
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