Théo relaxa.

— Não sei nem o que eu seria capaz de fazer se ele se aproximasse de vocês — Ele cerra os punhos, e a expressão séria volta ao seu rosto.

— Ele não vai fazer nada. Agora temos você, estamos protegidos.

Ele sorri para mim, e eu retribuo. Eu quero mesmo acreditar em tudo isso, espero que todo aquele pavor que eu vivi tenha ficado para trás.

Matteo pega no sono e para de mamar um tempinho depois. As enfermeiras aparecem no quarto para verificar se está tudo em ordem, e paparicam meu filho, que está no colo de Théo.

Eu percebo que os olhares não são apenas para o bebê. Théo também ganha grande parte da atenção delas. Controlo os meus ciúmes, porque sei que é impossível não reparar em um homem como ele.

— Você faz mais sucesso do que o bebê — digo, quando mais uma das enfermeiras sai do quarto.

Théo solta uma risada, e ele mesmo se repreende quando percebe que gargalhou alto demais. Ele nina Matteo, fazendo um "shh" repetido, tomando cuidado para não acordá-lo.

— Deixa de ser boba.

— Eu estou mentindo? — Levanto uma sobrancelha, questionando-o.

Théo balança a cabeça para os lados, rindo.

— Não me importo em fazer sucesso com ninguém, e nem você deveria. Eu sou seu, amor.

Não posso negar que ouvir isso vindo dele faz bem para o meu ego. O bichinho dos ciúmes se aquieta dentro de mim.

— Eu acho muito bom que você esteja falando sério.

— Nunca falei tão sério em toda a minha vida. — Ele tem um sorriso bobo nos lábios. — Acho que já te provei isso.

O sorriso que eu dou é o suficiente para respondê-lo.

**

Alguém abre a porta do quarto.

Vejo uma pessoinha entrar. Os cabelos loiros presos em um rabo de cavalo bagunçado me fazem sorrir instantaneamente.

Melissa acena da porta para mim, com a mesma cara de felicidade que ela fez quando Mía nasceu. Ela está segurando sua câmera de trabalho. Eu sabia que ela não deixaria de registrar esse momento.

Mía dá passinhos curtos até o pai. Ele beija o topo da cabeça da pequena e a segura em seus braços.

Matteo está aninhado em mim, dormindo tranquilamente. De vez em quando ele solta uns suspiros baixinhos, e eu quase morro de amores com cada pequeno movimento que ele faz.

— Diz oi para o seu irmão, filha.

Mía observa Matteo com os olhinhos atentos, analisando cada detalhe do bebê em meu colo.

— Oi, Matteo — ela diz, com um sorriso banguela.

Esperei muito por esse momento.

— Ele é muito pequenininho, né? — Mía pergunta.

— É sim, meu amor. Por isso você precisa cuidar bem dele.

— Você vai cuidar? — Théo pergunta.

Mía confirma com a cabeça.

— E a gente vai brincar muuuito quando ele crescer.

Ouço cliques da câmera da Melissa.
Eu tenho certeza de que estou transbordando amor.

**

Quando volto a pisar no apartamento, estou carregando um novo bebê em meus braços. Vejo um filme da minha vida diante dos meus olhos. Me lembro de quando voltei para casa, depois do nascimento da Mía, agora é tudo completamente diferente.

Inalcançável - Livro 2Where stories live. Discover now