capítulo 1

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O colar fino de ouro branco está em minhas mãos

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O colar fino de ouro branco está em minhas mãos. O pingente de estrela brilha ao entrar em contato com a luz do sol que entra pela janela. É o preferido de Mía.

Foi um presente do pai, eu me lembro quando ele entregou a ela a caixinha preta de veludo e o sorriso no rosto da minha filha iluminou-se ao abrir.

O pingente representa ela. A estrela que ilumina vidas repletas de escuridão.

Minha mente voa para o dia em que fui embora levando minha filha comigo. Mais uma decepção. Eu sabia que não deveria ter confiado nele. Não dei tempo para explicações, eu fugi. Não acho que fui covarde, foi um ato de desespero. Instinto de mãe. Ninguém tiraria minha filha de mim.

Théo jogou no lixo qualquer possibilidade de confiança e reconciliação, ele não merece. Nunca mereceu. Ele só pensa nele mesmo.

Foi difícil deixar para trás tudo o quê vivi em poucos três dias ao lado de Théo, na casa dos pais. Eu me lembro tão bem de tudo, principalmente da noite dentro do seu escritório. As carícias depois de todas as palavras ditas. O refúgio em seus braços. Tudo parecia ainda tão recente.

Eu tento deixar para trás e não pensar, mas Mía pergunta incansavelmente pelo pai. Dói em mim. Eu digo o de sempre: que ele está ocupado e viajando a trabalho. Ela entende, na maioria das vezes. Não queria afastá-la do pai, mas eu não poderia correr o risco de perdê-la. Além do mais, Théo estava prestes a voltar com Sarah. A conversa deles no escritório deixou bem clara suas intenções. Eu sabia que ele largaria tudo por ganância, mais uma vez, e Mía seria decepcionada.

Ele poderia machucar a mim, mas a minha filha não.

Desde o dia que fugi eu nunca mais tive notíciais de Théo.

Mudei o número do meu telefone e fui para a casa dos meus pais, lá eu sempre encontraria um abrigo e um colo para chorar.

Eu sei que agi por impulso, mas eu tive medo.

Mía é o que eu tenho de mais importante em minha vida. Ninguém pode tirá-la de mim.

Guardo o colar de volta na caixinha de veludo e observo de soslaio Mía entrar no quarto. Coloco a caixinha no fundo da gaveta da grande cômoda branca e fecho.

- Mãe! - Mía anda em passos largos e para ao meu lado. - A tia Julie vai levar o Duque pra passear, eu posso ir também?

Ela me olha com olhos pidões, piscando seguidas vezes fazendo os cílios enormes subirem e descerem.

- Hãn... eu não sei, vai dar mais trabalho a ela - respondo, colocando roupas limpas e dobradas na gaveta de blusas.

- Deixa disso, Ann. Nós nos entendemos. - Julie aparece no corredor, colocando a cabeça para dentro do quarto da minha filha. - Não é, Mía?

- É isso aí! - Mía levanta o dedão para Julie, em sinal positivo.

Eu solto uma risada.

- Posso ir? - insiste ela.

Inalcançável - Livro 2Where stories live. Discover now