capítulo 12

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Théo.

Nem nos meus maiores sonhos eu imaginava que conseguiria o meu próprio escritório tão cedo. Eu trabalhei duro, foram dias e noites me dedicando aos melhores casos da empresa Mansur e dando adeus à vida social. Foi exaustivo, mas eu sabia que valeria pena. Ter o meu melhor amigo como meu novo sócio foi de extrema importância. Vicente vai continuar com o trabalho de detetive e cuidar também da parte administrativa, e eu como advogado empresarial. Juntamos o útil ao agradável, precisávamos mesmo de um lugar para trabalhar longe da empresa Mansur. Eu entrei com uma parte do dinheiro, e ele com a outra metade. E assim conseguimos abrir o Escritório Carter & Aguilar.

— Ainda bem que você chegou! — Vicente caminha em minha direção assim que eu passo pela porta do escritório.

Materiais de construção estão espalhados, pessoas andam para lá e para cá, e a poeira acumulada faz o meu nariz coçar. Em todos os meus 27 anos de mania por organização eu nunca me senti tão feliz por ver um lugar tão bagunçado.

— Um dos engenheiros não vai participar mais da obra, a empresa entrou em contato comigo.

— Quem?

— Adivinha... — Vicente empurra o óculos para cima do nariz.

— Fred. — O nome dele sai como um rosnado da minha garganta.

Vicente confirma, balançando a cabeça.

— Aconteceu alguma coisa entre vocês?

— Aconteceu.

O vinco que se forma na testa de Vicente alerta o quanto ele está confuso.

— O quê?

— Depois eu te conto.

Não quero pensar nisso agora. Lembrar do que o babaca do Fred fez me deixa com raiva, e com vontade de mandá-lo com uma passagem só de ida para o inferno, e esse não é um momento para estresse.

— E o quê faremos? — pergunto.

— A empresa vai colocar outro no lugar, o mais rápido possível. Ainda bem que, mesmo com esse imprevisto, está tudo correndo bem. — Vicente abre um sorriso. — Vem ver como está ficando.

Eu sigo o meu amigo por todos os cômodos do nosso novo negócio. Ele me mostra os detalhes, empolgado com o empenho dos funcionários para finalizar tudo o quanto antes. Tiro foto de tudo e envio aos meus pais, eles ficarão orgulhosos. Penso em enviar para Annie também, mas me lembro de que o imbecil do Fred quebrou o celular dela.

Um minuto depois, tenho uma resposta da minha mãe. Abro a conversa e reproduzo o áudio que ela me mandou.

 Está tudo ficando lindo, filho! — É o meu pai. Sua voz continua fraca, mas posso perceber pelo seu tom que está sorrindo. — É o começo de uma grande caminhada. Estou muito orgulhoso.

Nem preciso dizer que um sorriso de rasgar o rosto toma conta da minha boca, né?! Orgulhar o meu pai faz parte da minha missão de vida. Dar a ele tudo o quê ele teve que abandonar por minha causa me motiva a continuar cada dia mais buscando o meu sonho. Agradeço a ele o amor que eu adquiri pela minha profissão. Seus ensinamentos foram fundamentais para a escolha do quê eu quero fazer pelo resto da minha vida. Eu queria muito que o meu irmão pensasse do mesmo jeito e buscasse ser alguém ser alguém melhor. Mas o Gael é um caso perdido.

Converso com os responsáveis pela obra, dou algumas opiniões e escuto ideias novas. Depois de longos minutos, Vicente e eu paramos em um bar perto do escritório.

Nos sentamos de frente para o balcão. O lugar está praticamente vazio. O barman coloca o nosso pedido no balcão de madeira, duas longnecks de cerveja.

Inalcançável - Livro 2Where stories live. Discover now