CAPÍTULO 22

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Boa leitura, anjos!  


Louis abriu a porta de vidro da linda quitanda de dona Guerta e a segurou aberta para que Harry pudesse passar. O lugar era muito bem cuidado e arrumado, as prateleiras de produtos naturais pareciam fazer parte de uma decoração colorida e bem pensada. A idosa espanhola sempre fora muito caprichosa com sua loja. O aroma de frutas e hortaliças misturado com pães frescos era um convite inevitável às compras.

– Louis, meu querido, que bom te ver – A senhora baixinha dirigiu-se na direção do rapaz com os braços abertos, pronta para mais um de seus cumprimentos calorosos.

– Oi, dona Guerta – O botânico respondeu à saudação com o mesmo entusiasmo.

– Você não tava muito bem esses dias... tá melhor? – Guerta perguntou, enquanto segurava o rosto de Louis com as duas mãos e analisava suas feições, virando-o de um lado para o outro.

– Estou, guapa – Louis riu, fazendo caretas entre as mãos da senhora. Arrumou o cabelo quando finalmente foi solto – Vem cá, eu quero te apresentar alguém – Disse a envolvendo pelos ombros.

Louis a guiou até onde a fada esperava, próximo a uma das prateleiras que exibiam queijos e alguns doces caseiros de produtores da região. Harry sorriu ao vê-los se aproximando.

– Guerta, esse é o Harry, mais novo morador de Bibury e meu namorado – Louis introduziu, sorrindo ao perceber a reação sutil da fada às suas palavras – Pequeno, essa dona Guerta, a pessoa que faz os biscoitinhos que você adorou.

– Não me leve a mal, mas finalmente, corazón – a senhora comentou com uma mão sobre os lábios, mas alto o suficiente para que Harry também escutasse, arrancando uma breve risada de ambos – Como vai, querido? – Guerta abraçou Harry tão apertado quanto o fazia com Louis.

– Eu tô ótimo, e a senhora? – A fada respondeu, retribuindo o gesto.

– Oh, por favor, senhora não – Dona Guerta riu, abanando uma das mãos na direção do outro.

– Guapa, Harry vai ser seu vizinho de comércio em algumas poucas semanas – Louis comentou.

– Jura? Vai abrir uma loja aqui?

– Na verdade, eu vou assumir a floricultura do senhor Davies – Harry respondeu com um sorriso orgulhoso.

– Isso é maravilhoso! Eu fiquei triste quando o senhor Davies me disse que deixaria a loja, porque amo ter as flores dele aqui ao lado, mas vou adorar ter as suas agora.

– Obrigado – Harry sorriu ainda mais largo – O Lou tá me ajudando bastante nisso.

– Que bom que tudo está indo bem. E seja bem-vindo a Bibury! O que tem achado da cidade até agora?

– Tô completamente encantado.

– O Louis já sabe, mas vou falar com você também, certo? Se precisarem de qualquer coisa, podem recorrer a mim, como uma segunda mãe. Tenho carta branca da Johannah até pra dar bronca, se precisar, então não hesitem em me procurar – Guerta disse segurando uma mão de cada um dos rapazes.

– Obrigado, guapa – Louis sorriu, fazendo suas ruguinhas nos cantos dos olhos aparecerem – Bom, nós viemos pra eu te apresentar o Harry e pra fazermos a compra da semana. Onde estão os cestinhos hoje? Toda vez você muda de lugar – O botânico perguntou, procurando em volta.

– Perto do caixa, querido – A senhora apontou para o local exato – Mas, diga-me, Harry, você já esteve na Espanha?


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