CAPÍTULO 04

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Nota inicial: só para lembrar que não sei nada de botânica, mas eu me esforço para ser crível, ok? Ok.


Boa leitura!


Louis se concentrava, revezando entre várias placas de Petri com amostras de plantas, analisava pesquisas e fazia anotações. Passou o dia todo assim, já que estava animado por ter conseguido uma pista de como ajudar Harry a voltar a ter o seu tamanho normal.

Enquanto isso, como não tinha muito no que ajudar, o alado passou o dia fazendo coisas aleatórias. Já havia ido voar pelos arredores da casa, leu mais um pouco do livro que tinha começado no final de semana, explorou a estufa e agora estava deitado num canto da mesa com os braços embaixo da cabeça e as pernas cruzadas. Se distraía murmurando uma melodia qualquer de olhos fechados.

– Acho que encontrei! – O humano de repente exclamou animado, fazendo a fada ter um leve sobressalto – Está vendo aqui? – Louis espelhou a imagem de seu microscópio eletrônico no computador ao qual estava conectado e apontou para uma parte específica do DNA vegetal mostrado na tela – Encontrei essa mesma sequência na urtiga e na verbena. Eu analisei a sequência de DNA de um lisianto dos bancos de dados da Universidade. Nele não existe essa parte aqui.

– E o que você acha que significa? – Harry não era cientista formado, mas entendia da Natureza e suas criações, então conseguia acompanhar a linha de raciocínio do botânico.

– Essa planta não era mais encontrada no habitat natural dela, então acho que a mutação genética que fez com que ela voltasse a crescer no meio ambiente foi uma defesa. A mesma que é encontrada na urtiga e na verbena, por exemplo, e que pelo visto causa efeitos adversos em fadas.

– E dá pra reverter o efeito disso? – Harry se sentia otimista e aliviado.

– Vou mandar um email para um amigo que trabalha lá na Universidade pra saber se ele consegue produzir um reagente contra essa defesa. Acho que estamos bem perto, Hazz! – Louis sorria com a possibilidade de estar no caminho certo para resolver o problema.

– Obrigado, Louis! De coração. Você está sendo incrível comigo! Prometo que vou te ajudar a encontrar as peônias que ainda faltam.

– Você não é obrigado a me ajudar, sabe disso. Mas agradeço mesmo assim – O humano estava satisfeito pelos avanços daquele dia – Está com fome? Nem tinha percebido que já anoiteceu.

– Andei beliscando umas flores no seu jardim – A fada falou corando levemente – Mas estava esperando pra jantar com você, de qualquer forma. 

– Então vamos. Vou cozinhar algumas verduras pra gente e grelhar um peixe pra mim.

Louis fechou a estufa quando saíram e rumaram para dentro da casa. Harry estava tão contente com as notícias do dia que sequer notou o sorriso lindo e constante em seu próprio rosto. Mas isso não passou despercebido para Louis, que sorria em resposta à felicidade em que o outro se encontrava. O pequeno estava radiante.

- Você prefere que não tempere os vegetais, imagino – Louis disse em tom de dúvida.

- Sim, mas não precisa mudar o jeito como cozinha pra você por causa disso. Eu não me incomodo, só não entendo por que humanos gostam tanto de camuflar o sabor natural das coisas – A fada comentou entrando na cozinha seguido por Louis.

- Não vai ser nenhum problema, posso temperar as coisas no meu prato. E não é camuflar, é melhorar. A batata, por exemplo. Quase não tem gosto se estiver sem sal – A essa altura, Louis queria continuar esse assunto puramente pela diversão da implicância.

- Oh, uau. Pelo bem da nossa convivência, eu vou fingir que não escutei esse insulto! – Harry pontuou dando ênfase à última palavra, fechando os olhos e pinçando a ponte do nariz com os dedos indicador e polegar.

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