CAPÍTULO 06

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Boa leitura, anjos!


Com um aviso no sábado logo cedo de que iria ficar do lado de fora um pouco, Harry passou todo o final de semana sumido. Voltou para a casa de Louis apenas na hora das refeições e, fora isso, a única programação que fizeram juntos foram as sessões de filmes depois do jantar.

Harry cumpriu com o que falou uma vez e no domingo à noite estava mesmo parecendo um vagalume quando voou para o sofá a fim de assistirem Death Proof. A luminescência de suas asas estava linda e seu tom de dourado causaria inveja a qualquer joia da realeza.

– Okay, agora entendi o que você falou sobre o seu brilho naquele dia – Louis observou rindo, admirado.

– É, eu estou de bom humor – Harry deu de ombros com um sorriso nos lábios e covinhas aparentes, sem revelar mais nada.

– Tá legal... – Louis desistiu e simplesmente deu início ao filme.

O humano sentiu falta da companhia constante e chegou a perguntar se Harry estava precisando de alguma coisa só para ver se conseguia arrancar alguma informação da fada, mas não deu em nada e, obviamente, ele não forçaria o outro a falar.

– Mas pra que tanto sangue, Lou? – Harry choramingou das almofadas.

– É Tarantino, Hazz. É uma das marcas dele.

– O gosto de vocês, humanos, às vezes é bem bizarro, sabia? – A fada disse fazendo uma careta para a tela.

– É, eu sei – Louis riu – Podemos assistir outra coisa, se quiser.

– Por favor – Harry respondeu com um biquinho.

– Hey, que tal uma animação japonesa? Acho que você vai gostar de O Serviço de Entregas da Kiki!

– Pode ser, eu acho.

Ao final da animação do Studio Ghibli, Harry desejou boa noite para Louis ainda encantando com a obra que haviam acabado de assistir. Encaminhou-se para o quarto de hóspedes e encostou a porta ao entrar, voando para a cama grande demais para o seu atual tamanho. 

Pousou no colchão um pouco atrapalhado pela maciez abaixo de seus pés e sentou-se, tirando suas botinhas e levantando-se novamente para terminar de despir-se, deixando no corpo apenas a peça íntima, já que não precisava de descanso naquela noite.

Caminhou equilibrando-se pela cama até chegar próximo da janela aberta. Esticou suas asas douradas e brilhantes, as bateu três vezes e pousou no parapeito. Fechou os olhos verdes e respirou fundo, inspirando o ar noturno fresco. Sentou-se encostado em uma das laterais da esquadria de madeira com os joelhos dobrados e os braços apoiados neles.

Harry passou a madrugada toda pensando. Queria colocar suas ideias no lugar, mas sua mente sempre acabava sendo inundada por um oceano azul.

Várias horas depois, a fada decidiu tomar um banho e logo após vestir uma muda limpa de roupas e arrumar a tiara dourada sobre os cabelos cujas pontas ainda estavam úmidas, rumou para a cozinha para que pudesse adiantar o que conseguisse do café da manhã.

Arrumou uma mesa simples, levando um item de cada vez, mas ao tentar abrir a geladeira, teve certa dificuldade. Não conseguiu fazer com que a porta se movesse ao puxá-la, por mais que fizesse força e batesse suas asas o mais rápido possível, então apoiou os pés na junção próximo à vedação, as mãos na lateral da porta e esticou o corpo fazendo com que a geladeira finalmente se abrisse. Dali de dentro só conseguiu pegar uma bandeja com algumas fatias de queijo. Harry mal via a hora de ter seu tamanho normal de volta.

Fairy Harry Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora