Dezessete Mil Dólares

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Hoseok estava virando um profissional na arte de ignorar o anjinho imaginário que ficava em seu ombro tentando incentivá-lo a fazer o que era certo, enquanto dava toda a atenção para o diabo que o dizia para deixar as coisas como estavam. Não por coincidência, a voz que ouvia o dando conselhos sábios que ele sabia que devia seguir era a voz de Namjoon, que o lembrava muito do anjo que imaginava vez ou outra. O diabo, no entanto, era sua própria voz. Hoseok sabia que já estava fundo demais em toda aquela palhaçada para dar o pé para trás, e tinha noção de que ele não seria o único magoado caso terminassem as coisas de maneira repentina.

O problema era que ele estava inerte em seu lugar. Não conseguia andar para trás, não tinha forças para largar Seokjin agora que o conhecia tão bem e tinha conhecido seus mínimos detalhes, apaixonando-se tão rápido que ele ficava tonto só de pensar na situação às vezes. Também não tinha coragem de dar um passo para frente, pedindo o mais velho em namoro ou qualquer coisa parecida, dando um nome oficial ao carinho e vontade de ficar perto que ambos sentiam um pelo outro. Era o peso na consciência, ele dizia para si próprio sentado em uma cadeira em frente ao seu computador e digitando sem parar, seus dedos agindo por conta própria enquanto sua mente estava distante, ainda em sua cama, ainda com Seokjin deitado ao seu lado e coberto por um fino lençol que cobria suas partes íntimas de maneira quase poética.

Em uma quinta-feira à noite, depois de Seokjin chegar em seu apartamento completamente exausto da semana que estava prestes a acabar pedindo apenas por carinho de Hoseok, o mais novo não conseguia parar de encarar o perfil de seu quase-namorado quando devia estar prestando atenção no filme que o acionista havia escolhido para eles assistirem. Longos minutos se passaram daquela forma, com Seokjin ignorando o olhar pesado de Hoseok perfurando suas têmporas, até que ele se cansou e devolveu a atenção que estava recebendo, sem ligar se as imagens ainda passavam na tela da televisão ou se ele estava perdendo uma cena importante. Ele andava tendo dias cansativos, não queria se sentir cansado ao lado da pessoa que o descansava da melhor maneira.

"No que você está pensando?" Seokjin perguntou com a voz suave, evitando se aproximar demais de Hoseok porque sabia que não seria capaz de se afastar, ainda mais quando seus lábios estariam no alinhamento certo para se encaixarem, bastava que ele se inclinasse para frente.

"Tanta coisa." Hoseok balançou a cabeça em negação, soltando uma risada debochada. Ele não conseguia encarar os olhos de Seokjin, optando por dar toda a atenção aos lábios cheios do homem. "Tanta coisa que eu não consigo dizer, mas quero muito, muito dizer."

"Posso tentar adivinhar o que é?" Seokjin perguntou, virando seu corpo para o lado, colocando uma perna em cima do sofá e segurando o rosto de Hoseok com firmeza, porém com o toque delicado. "Se eu adivinhar errado, podemos fingir que eu nunca disse o que eu vou dizer agora?"

"Podemos." Hoseok assentiu e conseguiu cinco segundos de coragem para olhar nos olhos de Seokjin, tão calmos, tão reconfortantes. Ele se sentia mal, ao mesmo tempo em que se sentia todo aquecido. "Podemos, sim."

"Eu quero ser seu namorado, Hoseok." Seokjin disse com a voz fraca, seu olhar descendo para os lábios do homem mais novo e subindo logo depois, voltando a encará-lo com uma intensidade quase assustadora. O carinho que fazia na bochecha de Hoseok fazia com que ele piscasse mais devagar, aproveitando o toque mais do que devia. "E eu queria saber se você quer ser meu namorado também."

"Quero." Hoseok sussurrou sua resposta, afastando a mão de Seokjin e jogando uma de suas pernas do outro lado do quadril do mais velho, sentando-se em suas coxas e passando os braços por trás do pescoço dele, aproximando seus rostos até que seus narizes se tocassem. "Eu quero muito, hyung."

Kospi {yoonmin}Kde žijí příběhy. Začni objevovat