Perdendo-se no Passado I Livro 05 - Série Obscuros

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CAPÍTULO 21
MELINA

Eu balançava os pés na água tranquila, olho para o céu e com a mão tampo ao sol que feria meus olhos. O dia estava lindo, assim como a família que me cercava. As vezes eu me pegava pensando em como conseguiam ser assim, leves, mesmo fazendo parte do que fazem.

Vejo Agnes na beira da piscina junto dos seus novos amigos, vejo Ettore conversando com ela e os dois gargalhavam de algo, as crianças corriam de um lado para o outro e logo pularam na piscina lançando água em minha direção.

Me levando saindo da borda da piscina e escuto as risadas infantis que deixo para trás. Sorri e sigo para dentro da casa.

Já se passou duas semanas desde a morte de meus irmãos e aos poucos o aperto no peito e a dor antes alucinante deixava a mágoa que os dois marcaram em meu coração.

Zola tem estado presente se certificando a todo momento como eu estava e aos poucos eu fui organizando toda a bagunça dentro de mim. E aos poucos eu fui reconhecendo o amor que a muito tempo já tinha se instalado em meu peito por esse homem.

Eu o amava irrevogavelmente e agora com tudo nos eixos dentro de mim eu estava mais que pronto para verbalizar isso a ele, já que demostrar era o que mais fazíamos.

Caminho até a cozinha onde escuto vozes e risadas e vejo Yvonne, Sophia, Aria e Maria conversando animadas enquanto preparavam algo para a festinha de aniversário de Alina.

- Mel. – Maria fala animada assim que me vê entrando na cozinha. – Que bom que se juntou a nós. – Ela me puxa para a bancada onde Aria prepara um tipo de massa.

Me sento junto delas e vejo Yvonne me encarando e começo a ficar sem jeito, eu troquei poucas palavras com Yvonne, mas eu sentia que ela estava me observando tentando encontrar algo em mim.

Yvonne então se aproxima e me lança um enorme sorriso carinhoso e acabo sorrindo de volta sem saber o porquê.

-Eu nunca te agradeci pelo que fez por minha filha. – Ela fala e afaga meus ombros. – De início foi difícil te reconhecer. – Ela parece pensar no assunto e logo volta seus olhos em minha direção. – Não tenho como retribuir tamanho carinho que deu a Alina.

- Não precisa agradecer, Alina sempre foi uma menininha incrível. – Sorrio lembrando quando Agnes e Alina brincavam no parquinho do orfanato.

Aria se aproxima com um pote com o resto da massa que antes preparava.

- Tome! – Ela me estende a colher. – Experimente.

Experimento a massa do bolo de chocolate que ele preparava.

- Hmmm... – Solto um gemido de satisfação. – Está ótimo.

Aria solto um gritinho animada.

- Que bom. – Ela parece aliviada e seus olhos amêndoas pousam em mim com ternura. – E você como está, Mel? – Ela arregala os olhos. – Posso te chamar assim?

- Claro, sem problemas. – É bom não ter ninguém me chamando de Lina, isso me remetia ao passado. E somente Agnes me trazia boas lembranças sobre o sobrenome. – Estou cada dia melhor, Zola tem sido muito atencioso.

- Zola sempre foi um amor de pessoa. – Sophia afirma me fazendo lembrar de sua presença.

E as lembranças de tudo o que Zola tinha feito por mim e tudo o que continuava fazendo para me deixar confortável e bem fez um sentimento explodir em meu peito transbordando amor que eu sentia por ele.