Perdendo-se no Passado I Livro 05 - Série Obscuros

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CAPÍTULO 15
MELINA

Eu odiava ter que estar do meio de toda a sujeira que a máfia era, o pouco que eu conhecia me desagradava e eu queria fugir para o mais longe que eu pudesse. Chega de problemas, chega de se arriscar demais, chega de arriscar aqueles que eu amo.

Agnes não podia passar por grandes estresses, por isso decidi manter tudo isso escondido dela. Só disse que sua tia e tio haviam se metido em problemas e que logo apareceriam novamente. E eu espero que ela acredite em minhas palavras.

Olho para Zola que está vindo em minha direção sério e logo atrás vejo meu irmão, Bernardo, que assim que me vê abre um sorriso, único, um sorriso do qual eu sentia falta.

- Sente-se. – Zola ordena fazendo meu irmão se sentar na cadeira a minha frente. Somente uma mesa me separava de meu irmão e eu não hesitei em me levantar e dar a volta e abraça-lo.

Por mais que eu quisesse odiá-lo eu simplesmente não conseguia. Por mais que todos tivessem errado comigo, ainda eram minha família, era meu pilar, minha fortaleza, foram eles que me criaram, foram eles que sempre estiveram comigo e as memorias ruins não tinham poder de apagar as boas.

- Senti tanto sua falta, Be. – Sussurro para meu irmão e posso sentir o olhar pesado de Zola em mim.

- Que lindo esse reencontro. – Ouço a voz de Dimitre soar na pequena sala cinzenta. – Mas sinto informar Doce Melina, mas Bernardo não pode ficar por muito tempo.

- Por que? – Meus olhos percorrem meu irmão e depois olho para Dimitre. – Para onde irão leva-lo?

- Seu irmão sabe demais e isso me incomoda para caralho. – Dimitre fala como se na verdade não se importasse. – E não posso me dar ao luxo de um inimigo colocar as mãos nele... Então, Bernardo trabalhará para mim a partir de hoje.

- Não! – Protesto e encaro meu irmão. – Be, você não precisa disso.

- Iriam me matar, Mel. – Bernardo fala com dificuldade.

Encaro Zola revoltada, ele deixaria mesmo que matassem meu irmão? Não, ele não seria capaz. Seria?

- Onde está Maria e minha mãe? – Pergunto temerosa.

- Logo as verá e temo dizer que sua irmã e sua mãe terão que sair do país. – Dimitre fala sem nem ao menos olhar em meus olhos.

- Por que está fazendo isso? – Pergunto pesarosa. – Eles são a única família que tenho!

- Será mesmo, doce? – Dimitre perece zombar de mim. – Melina, estou te dando uma chance que nunca pensei em dar a ninguém, pense bem a respeito disso.

Eu o encaro sem entender.

- Deixe minh família em paz. – Peço.

- E eles ficarão, porém preciso de sua mãe e seu irmão longe de tudo e seu irmão não teve muita escolha. Ele vai me ajudar a desfazer toda essa merda! – Dimitre agora parece raivoso.

- Para onde você as enviará? – Pergunto temerosa.

- Índia. – Ele fala pela primeira vez olhando em meus olhos. – Acredite em mim, elas estarão seguras por lá. – Afirma, porém não consigo acreditar nele.

- Zola... – Me viro para Zola que escutava tudo atentamente. – Por favor, me ajude. Não deixe que levem minha família para longe.

- Temo não poder fazer nada, Mel. – Ele fala e parecia também preferir do jeito que estava e isso me revoltada.