Mentira Explosiva

Prologo

Não podia reclamar da minha infância, minha mãe trabalhava na casa de gente muito rica, advogados criminalistas. Tive dois grandes amigos, Teodoro e Gabriel. Como fui crescendo minha amizade por Gabriel se transformou em amor. Gabriel era filho dos patrões da minha mãe. Quando ela morreu, me tornei a empregada da casa, mas com isso meu amor por Gabriel se tornou impossível. Seus pais não aceitavam o nosso relacionamento, então começamos a namorar escondido, até eu me descobrir grávida aos meus vinte e dois anos. Mas o pior estava por vir, e descobri isso mais tarde.

— Você está grávida do Teodoro? — Gabriel pergunta isso na frente de seus pais, me sinto humilhada.

— Do que você está falando Gabriel?

— Eu estou falando que você me enrolou esses anos todos, fodia com os dois amigos era isso? — lágrimas correm pelo meu rosto. — Gabriel...

— Arruma suas coisas e dá o fora da minha casa.

Fico paralisada. Ele não está fazendo isso comigo. Viro-me e vou para meu quarto nos fundos da casa e começo a arrumar minhas coisas, mas deixo tudo que Gabriel me deu. Tudo que tenho não encheu mais que minha mochila. Pego-a junto com o pouco dinheiro que tinha e vou em direção a saída, ainda vejo Gabriel todo frio, sem um resquício do homem que amo. Saio dali sem saber para aonde ir. Só consigo pensar em Teodoro, mas não posso incomodá-lo, seu pai acabara de falecer, e ele não tem nada a ver com isso. Ando um tempo sem destino, até percebe um carro parar ao meu lado, vejo Teodoro sair e vir em minha direção, me jogo em seus braços e choro feito criança.

— Shhh... eu vou cuidar de você Célia. Fica calma.

— Coo... moo... Vo... cê descobriu? — pergunto entre os soluços.

— Eu fui até a casa de Gabriel e nós discutimos. Ele me contou o que fez. Ele foi um babaca Célia. Se ele conhecesse você de verdade, saberia que você nunca faria isso. Vem, vou levar você para minha casa.

Ele me leva para o carro, entro e fico em silêncio, pensando em como minha vida deu um giro de cento e sessenta graus em menos de vinte e quatro horas. Chegamos a sua casa, que era enorme, eu nunca entendi os negócios da família de Teodoro, ele também não gostava de entrar em detalhes. Ele me leva para um quarto e manda eu descansar. Faço o que ele diz e tomo um banho, caio na cama e tento dormi para esquecer toda essa dor. Acordo com Teodoro me chamando. Ele está com uma bandeja na mão.

— Seu almoço.

— Almoço? Quanto tempo eu dormi?

— Mais de quatorze horas.

Sento-me e ele coloca a bandeja em meu colo.

— Quero conversa com você.

Olho para ele esperando que me mande embora como Gabriel fez.

— Eu quero assumir seu filho Célia. — começo a balançar a cabeça em negativa. — Me escuta primeiro. Eu gosto muito de você, e sei que vou amar esse bebê. Também sei que você ama o Gabriel, mas ninguém vai lhe dar um emprego com você grávida, e você não tem ninguém por você, só eu. E quero fazer isso. Nós nos casamos, um casamento de fachada, e vou proteger vocês, sempre. Confie em mim. Deixe-me fazer isso por você.

Olho para ele completamente comovida com o seu pedido. Sinceramente ele era tudo que eu tinha. Eu não tinha família, parentes nada. Ele era meu único amigo, mas eu poderia fazer isso com ele?!

— Não é justo com você.

— Célia eu quero fazer isso por você. Por favor, me deixa fazer isso.

Eu não tinha opções, acabei aceitando sua proposta, e uma semana depois estávamos casados. E ele cumpriu com o que prometeu, nós éramos somente amigos, mas eu sabia que nunca me recuperaria pela perda de Gabriel, eu o amava com tudo de mim, e não tê-lo mais estava me matando aos poucos. Oito meses depois nasceu minha princesa Camila, e por ela eu teria que aguentar. Por ela eu faria o possível, para mandar essa escuridão para longe. Só não sei se conseguiria.