Mentira Explosiva

Capítulo 29*

Boa Leitura;

8-) 

JADE

Me chamo Jade Cruz, tenho 22 anos e sou uma mistura de mexicana com espanhola. Eu sou uma menina simples, que gosta de coisas simples na vida: uma boa música, uma boa balada, principalmente corridas de moto e carros e eu amo desenhar. Sim, eu sou uma desenhista. A sensação de estar em frente a uma tela em branco e montar uma bela imagem em sua mente, ou estar em frente a um ator, desenhando a suas perfeições, é maravilhosa e alucinante. Saber que depois das férias de verão eu vou ir para a faculdade de artes Seattle (Seattle University) me deixa eufórica e ao mesmo tempo triste por lembrar que não tenho minha irmã e nem minha mãe aqui para dividir essa felicidade comigo.

Falando em minha família, tentarei dar um pequeno resumo sobre a minha família e o meu passado. Como disse antes, eu sou uma mistura de um mexicano com uma espanhola. Minha mãe saiu da Espanha quando era pequena, junto com os meus avós, e foi para o México. Mais precisamente, para uma ilha chamada Cancún, onde tentaram ter uma vida melhor para eles e para minha mãe. Meu pai, isso se ele puder ser considerado um pai, veio de uma família rica que era muito conhecida pela ilha, onde os moradores, principalmente os feirantes e comerciantes, deviam respeito e seus aluguéis, pois quem comandava grande parte da ilha era a família Castillo. Uns desses feirantes eram meus avós que conseguiram um posto nas ruas onde vendiam bugigangas e se sustentavam muito bem com os turistas que sempre procuravam comprar presentes e recordações das viagens.

Minha mãe era muito jovem e inocente quando teve o azar de conhecer Pablo Castillo, o único filho do grande e perigoso Juan Castillo. Ela se apaixonou a primeira vista e como a minha irmã me dizia, eles "viveram um grande amor". Palavras da nossa mãe, não dela. Bom, minha mãe tinha uma visão distorcida do que era um grande amor. Mas continuando a história, eles começaram a se relacionar escondidos dos meus avós até que minha mãe, com dezessete anos, descobriu que estava grávida e foi expulsa de casa. Sem ter para onde ir e ainda grávida, ela foi atrás do amor da vida dela pedindo ajuda. Foi quando o seu inferno começou. Juan Castillo lhe deu um teto e conforto quando a obrigou se casar com seu filho. No começo eles viviam felizes, minha mãe contava que Pablo se tornou mais atencioso e carinhoso e fazia promessas de amor a ela e ao bebê. Minha mãe, lógico, acreditava e se apaixonava mais. Nove meses depois, minha irmã nasceu. Eles estavam eufóricos e alegres quando seguraram o bebê pela primeira vez, mas essa felicidade durou pouco. A morte de Juan Castillo fez com que o filho tivesse que substitui-lo em seus negócios. Negócios esses que minha mãe não nunca soube.

Depois disso, ele se tornou sombrio e misterioso. Vivia fora de casa, viajando, e quando voltava se tornava mais misterioso e mais afastado da minha mãe e da filha. Ainda assim havia noites em que ele ia até ela, pedindo consolo e carinho, o que minha mãe estava mais do que disposta a dar. Foi assim durantes anos, mais precisamente por seis anos, até que minha mãe descobriu que estava grávida novamente. Diferente da primeira gravidez, Pablo não ficou muito feliz com o estado dela e se tornou agressivo e mais distante, deixando minha mãe desolada e com uma criança de apenas seis anos de idade e grávida de mais uma. Ela vivia naquela casa gigante, cheia de seguranças assustadores fortemente armados, que diziam estar protegendo-a quando seu marido e grande amor vivia fora, trabalhando em seus comércios ilegais. É isso mesmo: comércio ilegal, drogas, armas e até tráficos de pessoas, era esse todo o mistério que a família Castillo escondia por trás das grandes muralhas de sua mansão.

Nasci sete meses depois, quando minha mãe entrou em trabalho de parto prematuro. Eu resisti, mas a minha mãe não. Ela morreu alguns dias depois, deixando duas crianças pequenas órfãs de mãe. Tudo isso só causou mais escuridão para a alma de Pablo, que se tornou mais sombrio e escuro. Eu acho que ele realmente amava a minha mãe.