Capítulo 27*

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Boa Leitura

8-)

ERIKA

Chamo-me Erika Moore, tenho trinta e sete anos e sou formada em Relações Públicas. Filha de pais amorosos que sempre me ensinaram a ser uma mulher forte e determinada, e foi essa determinação que me fez chegar onde cheguei hoje. Trabalho para os Barker há dezessete anos e me vi encantada com essa família, principalmente por meu chefe e seus filhos.

Quando meu professor da universidade me disse que tinha mandado uma carta de recomendação para o escritório dos Barker, eu fiquei muito grata, mas tinha para mim que a maior empresa de direito não contrataria uma garota de vinte anos que acabara de se formar. Grande engano! Uma semana depois recebo uma ligação da secretária do grande advogado criminalista, Gabriel Barker, me agendando para uma entrevista. Mal sabia eu que estava caindo na toca do coelho, ou melhor dizendo, sendo isca do grande e famoso "tubarão" dos tribunais.

Cheguei na entrevista afobada porque meu despertador não tocou no horário programado. Lembro-me até hoje de estar com uma saia social preta e uma camisa branca com o casaco combinando com a saia e lembro também que minha camisa tinha uma mancha gigante de café que um sem noção mais atrasado do que eu tinha entornado em mim no meu caminho para a empresa.

Chagando na empresa, todos me receberam muito bem, mas não acreditei que iria passar porque tinham outros concorrentes mais experientes do que eu sentados na sala de espera. Como eu disse, grande engano. Fui chamada para a sala do "tubarão", quer dizer, Gabriel Barker e quando entrei foi como tivesse levado um solavanco. Vi-me totalmente perdida naqueles olhos escuros e cabelos pretos. Ele era tão lindo e gostoso que minha calcinha tinha ficado encharcada e parecia que tinha várias borboletas batendo asas na minha barriga. Ele me analisou dos pés a cabeça e quando parou na mancha de café na minha camisa e sorriu, foi o baque final. Depois daquele dia, me vi apaixonada por Gabriel Barker, o "tubarão" dos tribunais e melhor ainda, meu chefe e casado.

Depois da entrevista fui para o meu apartamento onde morava com meu namorado de dois anos. Richard era um bom homem e muito trabalhador, mas eu era muito nova quando começamos a namorar e acabamos metendo os pés pelas mãos quando decidimos vir para Seattle e morarmos juntos. Eu já não sabia se meu amor por ele era de paixão ou amizade. Só que naquele dia eu soube a resposta, eu não poderia amar Richard, não depois de me sentir tão atraída por Gabriel.

Depois de começar a trabalhar como assistente dele, eu quase não tive tempo para mais nada, vivia no trabalho ou viajando. Richard não gostou muito e decidimos terminar o namoro. Foi quando Gabriel me chamou para vir morar aqui na casa, porque precisava de uma pessoa para ajudar sua mãe a cuidar dos seus filhos pequenos, pois a desgraçada da mãe delas foi embora, sem se importar com os filhos.

Desde então vivo aqui como assistente do Gabriel e como auxiliar da senhora Jessica com as crianças, que hoje considero como meus filhos e de certa forma acredito que sejam. Katarina só tinha onze anos e Jacob era um recém-nascido. Eu os criei como meus, o amor que sinto por esses dois é tão grande que chega a ser sufocante. Eu descarreguei neles todo o amor proibido que sinto pelo pai deles. Mas hoje fico pensando, será que não está na hora de constituir minha própria historia, ter um homem e meus próprios filhos? Eu estaria louca em pensar que um dia Gabriel possa me amar e me desejar, ele já passou por tantas coisas na sua vida. Primeiro seu pai inventa uma história cruel, quando inventou que a mulher da vida dele, que ele sempre amou na infância, tinha mentindo e enganado. Depois teve a louca da sua esposa, Rosely, que foi embora, largando-o com duas crianças pequenas.

Não acho que Gabriel queira mais problemas na vida dele, não agora que a vida deu a oportunidade de ele conhecer sua filha e ela veio viver com ele, pelo menos por um tempo. Eu tenho que colocar na minha cabeça e no meu coração que Gabriel nunca vai ser meu e nem eu dele. Deixo as lágrimas descerem pelo meu rosto, lavando essa dor que sinto no meu peito por um momento, quando escuto uma batida na porta.

Mentira ExplosivaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora