O babá não sabia ao certo quanto tempo ficou apagado, despertou amarrado no sofá enquanto escutou o barulho de pratos sendo quebrados na cozinha, uma pia sendo retirada no banheiro e o armário de um dos quartos sendo derrubado.

Na sala viu o caos instalado, com todos os móveis fora do lugar. Tentou se livrar da corda que o prendia nos pulsos, mas o responsável pelos nós certamente havia tido contato com caça de grandes animais. Pôs a corda na região da boca, mordeu em vão, pensou em gritar, mas Damião não estava em casa, e naquela altura da semana as demais casas da rua estavam sem nenhum dos seus moradores.

Viu então um dos jovens voltar da região do banheiro. O tal cara o viu acordado e se assustou.

- O Quim, o muleque acordou, o que vamos fazer porra? Nem um coturno estamos usando cara.
- Qual foi Fabinho? Da mais um murrão na fuça dele aí.
- Tá maluco mano, bora logo. Já deu aqui né?

O tal Quim, o cara do rosto marcado apareceu na sala. Ben teve medo do que lhe aconteceria ao rever aquele sorriso amarelo.

- E aí muleque, curtiu a minha esquiva? Caralho, tu foi a nocaute- O tal cara falou com Benício caindo na gargalhada, o babá por sua vez sentiu um embrulho no estômago, ao enxergar tamanha brutalidade a sua frente.

Quim então sentou ao lado de Benício pegando o controle da televisão e a ligando num canal qualquer.

- Caralho, tu é muito otário- Fabinho entrou na sala e viu a cena, caindo no riso- Oh Franklin vem ver isso aqui.

O tal Franklin, um rapaz franzino- diferente de Quim e Fabinho que tinham corpos grandes e musculosos- chegou na sala aparentemente nervoso, mas acabou sorrindo também ao ver a cena bizarra, o tal Quim sentado de pernas cruzadas ao lado de Benício amarrado a cordas.

- Tira foto, tira logo vai- Quim exigiu enquanto dava um beijo na bochecha de Benício fingindo deboche, depois se deitou sobre o rapaz forjando um soco, por fim pôs Benício no colo, levantando o roupão do rapaz na altura da cintura expondo sua bunda- Tirou assim Franklin?
- Tirei sim cara, agora vamos embora, não temos mais nada que fazer aqui.
- É verdade- Concordou Fabinho.

Quim jogou Benício com força no sofá e foi ver as tais fotos.

- Caralho mano, olha essa aqui! Se a gente vende uma foto dessas pra um site pornô eu ganho um dinheiro, o muleque cuzão é literalmente um cuzão, que cheiro gostoso tu deixou em mim rapaz. Me deu até umas ideias.
- Sem ideias cara, já fizemos o que viemos fazer aqui porra- Falou Fabinho exaltado.
- Caralho Fabinho, deixa de ser amarelão, olha essa foto, olha esse rabo.
Fábio seguiu insistindo para que aquilo terminasse.
- Tu viu o que esse babaca fez com minha irmãzinha? Eu deveria matar ele de tanto porrar.

Nesse momento Benício conseguiu decifrar o enigma envolvendo a motivação para aquela invasão e tamanha violência. O tal Quim era irmão da moça morena que Benício derrubou café quente na padaria, a mesma que Alex levou pra casa dias atrás.

- Cara a Mirella já tá ótima, mandar você vir aqui na casa de um policial e fazer tudo isso, foi mais uma atitude mimada dela, nós dois viemos porque tínhamos uma dívida contigo e também tínhamos que tentar evitar que você fizesse uma merda maior. Mas já deu, ou vem com a gente ou foda-se.

Benício torceu como nunca para que o tal Quim decidisse seguir o conselho do amigo. Mas a sua torcida foi em vão. Quim levantou a mão e acenou com um sinal de tchau para o amigo.

- Bora Franklin, o Quim tá querendo arrumar merda aqui. Ajudamos onde dava, mas se sujar de sangue por causa de uma menina mimada não vai rolar.

Fabinho e Frank ameaçaram sair, mas tanto eles como o líder do grupo sabiam que não teriam coragem de fazer aquilo. Eram dois babacas curiosos que tinham na figura de Quim um ídolo. Os excitava ver o chefe do grupo aprontando das suas.

QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu