Alma Gêma

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Zhang Yixing



"Hyung, você está ocupado? Hannie me deixou tomando conta do Hansu, mas apareceram uns problemas na empresa e eu terei que ir lá ver. Poderia ficar com o Hansu pra mim? Eu estou no restaurante que te trouxemos. Aquele que é perto do estúdio de dança. Aguardo sua resposta."


"Chego aí em 10 minutos." respondi a mensagem.


Peguei um táxi, já que eu estava caminhando pelas ruas, e dei o endereço. Eu gostava de cuidar do Hansu, ele era um garoto cheio de vida e muito carinhoso, mas eu percebia que a maioria das vezes isso era só comigo. Talvez seja porque fiquei cuidando dele depois que fez um ano, quando Luhan ia para faculdade e Sehun para o estúdio de dança ou a empresa. Cuidar de Hansu tinha sido minha forma de retribuir o abrigo que meu primo e seu alfa estavam me dando.


Fazia pouco tempo que eu tinha arrumado um emprego e estava morando sozinho. Tao tinha precisado de um modelo para ficar em seu lado, em uma capa de revista, e implorou para que eu fosse. Fiquei receoso porque eu sabia que Kris tinha ciúmes de mim. Tao me contou que no dia em que tinha me ligado e me deixado falando sozinho, há alguns anos, ele estava me "usando" para fazer com que Kris cedesse aos seus encantos. Naquele mesmo dia que ambos se tornaram um casal.


De todo modo, desde que apareci com Tao na revista – e continuei vivo – as pessoas começaram a pedir para que Tao desse o meu contato e agora eu trabalhava para modelo de roupa, óculos, sapato, creme e etc. Não era famoso, mas já conseguia ter um dinheiro fixo para me manter e não mais viver às custas do meu primo e seu alfa. Eles nunca reclamaram – pelo contrário, lamentaram quando deixei a casa, mas eu sabia que tirava um pouco da privacidade de ambos.


Um táxi parou e eu entrei, informando o endereço que eu queria. O lado bom de ser modelo, é que eu ganhava um dinheiro extra quase toda semana e isso me ajudava com despesas extras. Eu torcia, internamente, para ficar famoso e Suho me encontrar. Podia fazer um ano, dois, três, quatro, dez e eu sempre iria ficar querendo encontrar meu Myeonnie. Eu sentia muita saudade dele e sempre me questionava se ele sentia a minha, se já tinha encontrado alguém ou sei lá. Eu só sabia que queria saber dele.


-Chegamos. – o taxista me informou e eu peguei o dinheiro.


Agradeci e saí do carro. Olhei para o restaurante e suspirei. Eu me sentia nostálgico naquele dia. Talvez tenha sido a proposta da nova campanha que eu faria "Sem pré-conceitos", que envolvia vários problemas da sociedade. No meu caso, eu seria usado para combater a xenofobia, enquanto outros serviam para combater os crimes que cometiam entre pessoas da mesma classe (alfa, beta e ômega).


Adentrei o restaurante e o gerente veio até mim. Expliquei que queria encontrar com Oh Sehun, então o homem apenas pediu que eu o seguisse. Pude notar a reforma que tinham feito naquele lugar e até comentei com o gerente, que perguntou se eu tinha gostado. Avistei meus amigos de longe e Minseok foi o primeiro a me ver. Ele começou a se remexer na cadeirinha e me dar tchau.


-Oie. – os cumprimentei e o gerente se afastou. – Hansu, você...


-Lay? – ouvir aquela voz me fez estremecer. Virei de supetão e vi comida virar para todos os lados.


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