Alma Gêmea

Passado

Wu YiFan

-Tao? – perguntei. Meu ômega nunca me visitava em local de trabalho. – O que você aprontou dessa vez? Trocou seu cartão pelo meu e o estourou?

-Que tipo de homem você pensa que eu sou? – ele indagou e eu ergui uma sobrancelha. – Tá, tá. Não é que eu tenha estourado seu cartão, apenas foi uma conta boba.

-Você que vai pagar! – avisei.

-Eu?! Mas o cartão é seu. Não há divisões de bem entre nós. – ele argumentou e eu ri. Somente com ele que eu costumava rir.

-Exatamente, querido. Você usou meu cartão e agora você pode pagar a conta dele. Nosso relacionamento é baseado em comunhão de bens, como você mesmo acabou de me dizer. – declarei e o vi abrir a boca para protestar, porém, não conseguia. Eu tinha usado suas palavras contra si.

Estávamos no quintal da família Kim, mais precisamente na parte em que ficava o carro, e por isso podíamos conversar calmamente. Eu não estava trabalhando no momento, já que o senhor Kim estava dentro de casa com a esposa – que tinha voltado de viagem.

-Senhor Wu, não faz assim com seu Taozi. – meu ômega fazia manha e se aproximava de mim, enquanto subia seus dedos pelo meu peito. Eu adorava seus toques e meu corpo pedia por ele. – Por que não vamos esquecer esse assunto e aproveitamos pra fazer uma loucura em seu local de trabalho?

-Você adora me tentar, né? – resmunguei e o puxei pela cintura.

Eu sabia que Tao adorava quando eu tomava atitude. Seu sorriso era enorme apenas porque o puxei para mais perto de mim. Estava prestes a começar um beijo necessitado, quando ouvi passos se aproximando.

-WU! – ouvi o senhor Kim gritar e me afastei de Tao. – Wu! Prepare o carro agora! – meu chefe gritou e quando entrou em meu campo de visão, ele estava alterado.

-Agora mesmo, senhor. – acatei a ordem e me separei de Tao, para que pudesse abrir a porta do carro.

-Aconteceu algo? – Tao questionou. Ele tinha "intimidade" para tal pergunta, porque ele era o modelo da empresa do senhor Kim.

-ACONTECEU TUDO! AQUELE DESGRAÇADO DO GYEON ACABOU DE ME LIGAR! – ele respondeu alterado e seu tom de alfa foi ouvido. Rosnei baixinho porque ele fez isso com o meu ômega, mas Tao olhou para mim e sorriu para me tranquilizar. – Aquele canalha falou que tem algo que eu quero e que precisa me ver pessoalmente.

-Isso me parece suspeito, senhor. Se importa que eu vá? Sei lutar e posso servir de ajuda caso tenha mais de 2 homens. – Tao se ofereceu e eu novamente quis impedir, mas eu sabia que Tao não iria me ouvir.

-Acho melhor mesmo. Se for só o Wu, posso dar uma ordem a ele e isso vai obrigá-lo a obedecer. Ele não vai poder me impedir de matar aquele desgraçado se eu ordenar que ele não me pare. – ele comentou e então os dois entraram no carro.