- Luísa, você ficou louca?!
- Estou viva, nada de sermão, OK? Continuando, um dos seqüestradores é o Maurício, aquele policial da Federal. E mais, quando saíram do quarto, escutei que falaram o nome da Maya.
- Quê?
- Que precisavam encontra-la.
Abri o cofre e peguei um envelope amarelo, o abri e mostrei a chave de um apartamento.
- Que chave é essa?
- Tem um apartamento próximo da universidade, eu sei que nunca te contei sobre isso, mas depois que entrei para a delegacia, imaginei que seria seguro termos dois imóveis.
- Você comprou?
- Não, eu pago o aluguel mensalmente, é um apartamento muito simples, apenas para ficarmos enquanto todo essa merda acabar.
- Precisamos falar sobre isso depois, Luísa. - Ela cerrou os olhos.
- Não temos tempo agora, vamos pegar as crianças e ir logo pra lá.
- E depois?
- Resolvemos no apartamento.
Enfiei a chave do apartamento no bolso, a arma dentro de uma mochila e pegamos as bolsas mais uma vez.
- Nós vamos retornar pra cá depois? - Ela perguntou.
- Outro tópico para conversarmos.
Chamamos o elevador e apertamos o S para irmos até a garagem.
- Sua ex é louca, merece uma surra pra parar de se meter com a gente. - Comentei batendo o pé no chão.
- Estou nem acreditando nisso...
Raquel estava com o carro ligado e brigou por termos demorado. Enfiamos as bolsas no porta-malas e entramos no banco traseiro.
- Caralho, eu não sou Uber! - Raquel brigou enquanto saía da garagem.
- Estava com tanto medo de te perder... - Ela comentou baixinho e começou a chorar.
- Eu também fiquei com medo de nunca mais ver minha família... Só conseguia pensar em você e nos meninos.
- Isso tudo foi minha culpa! Se eu não tivesse saído do hospital...
- Seria pior, amor. Eles poderiam levar nós duas. E vamos combinar, você ia ficar entalada na janela de tão lerda que é.
Recebi um tapa na perna e uma língua em seguida. Acabei sorrindo e lhe puxei, beijando seus lábios com desejo e saudade. Foi um verdadeiro beijo de língua, por um longo tempo.
- Ainda parece um sonho. - Ela riu.
- O casal poderia parar de se agarrar e me contar o que faremos agora?! - Raquel questionou sem tirar os olhos do trânsito.
- Vamos pegar as crianças e ir a um apartamento.
Contei toda a história desde o sequestro e a história do apartamento. Quando chegamos, Cecí estava no celular enquanto as crianças corriam atrás de uma bola na grama.
- Cadê os meus amores? - Perguntei me abaixando e quando me viram, correram para me agarrar.
Cecília deu um pulo da cadeira e ficou de olhos arregalados.
- Luísa?!
- Estava morrendo de saudade, sabia? - Falei para os meninos e eles me encheram de beijos. - Vamos fazer assim? Vão na cozinha, bebam um pouco de água e venham para o carro.
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Ela e eu
RomanceLuísa sempre teve um olhar diferente para uma professora de sua faculdade. Quando finalmente consegue lhe ter nas mãos, será mais difícil do que pensava para manter quem sempre quis ao seu lado.
XXII
Começar do início