17

11.3K 592 450
                                    


Ana:

Os dias foram passando e continuamos às escondidas. Claro, Fernando e Cecília eram os únicos que estavam sabendo dessa aproximação, além das amigas mais próximas de Luísa. Tentamos ser discretas na faculdade, até porque ela era minha monitora, e mesmo que os alunos já desconfiassem que eu fosse lésbica, não iria pegar muito bem.

Todos os finais de semana Luísa estava indo dormir na minha casa. Sua mãe já estava sabendo sobre sua orientação sexual, então provavelmente desconfiou de nós, mas não havia comentado nada até agora.

No meio da semana, precisamente na quinta, dei minha primeira aula à noite e fiz a chamada. Os alunos foram saindo e vi Paula entrar na sala, carregando sua bolsa.

- Oi, Paulinha. - Falei sorrindo e voltando a guardar minhas coisas.

- Está com fome? Podemos ir comer caranguejo na praia, hoje é dia. - Disse ficando na minha frente.

- Ainda tenho outra aula, só saio daqui após às 10 horas.

- Não tem como cancelar?

- Não posso, vou deixar a turma desigual com as outras, e faltam vinte minutos, não vou deixar os alunos na mão esperando a noite toda e cancelar em cima da hora.

- Estou morrendo de fome, mas não quero ir sozinha.

- Se quiser me esperar, vamos após a aula. O que acha? - Peguei as coisas e descemos juntas.

- Hum, pode ser. Só não demore muito. Vou ficar na sala dos professores resolvendo algumas coisas.

Depois da última aula, mandei mensagem para Paula e nos encontramos no estacionamento. Ela decidiu a barraca de praia que iriamos e apenas lhe segui no carro. Mandei mensagem para Luísa, mas ela sequer viu. Quando liguei, não atendeu. Imaginei que estivesse dormindo, então apenas deixei uma mensagem avisando que estava indo jantar com Paula.

Arranjamos uma mesa e sentamos. Fizemos o pedido de 6 caranguejos e refrigerante. O local estava razoavelmente cheio, mas era tranquilo ainda conversar sem precisar gritar.

- Então, como está indo a sua adaptação na cidade? - Perguntei.

- Ah, estou adorando! Fernando é quem está me fazendo mais companhia, já que você some nos finais de semana e sequer fala comigo. - Ela balançou os ombros e eu ri.

- Estou ocupada nos fins de semana, mas podemos marcar algo para algum.

- Que tal irmos naquela balada sábado?

- Hum, não frequento mais esses locais há bastante tempo.

- Pode voltar a frequentar. Vamos, por favor! Preciso beijar na boca!

- Deveria ir com a Cecília, ela está solteira.

- Cecília e você. Está evitando sair comigo?!

- Não, é porque... Eu só não quero ir.

Nosso pedido chegou e troquei logo de assunto, falando sobre um dos casos que estava dando notícia nos jornais. Rachamos a conta e fomos para os carros, que havíamos estacionado lado a lado.

- Espero muito que vá sábado. - Ela disse ficando na minha frente, acabei me encostando no meu carro.

- Vou tentar, mas não é certeza.

- Quero muito a sua companhia. - Paula se aproximou, me abraçou e beijou meu rosto.

- Eu também gosto da sua companhia, Paula. - Destravei meu carro e abri a porta do motorista.

Ela e euWhere stories live. Discover now