XV

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Luísa:

Depois que subi as escadas, atendi o celular e fiquei no quarto. Era da delegacia onde o homem da noite anterior tinha sido levado. Me passaram informações de que ele tinha sido liberado por outro delegado e que não tinha dado em nada. Acabei xingando tudo e todos, desliguei em seguida e tentei me acalmar antes de descer.

Vi um pequeno cachorro preto na sala brincando com os meninos, estranhei, mas preferi ir repassar a notícia para Ana.

- Por quê tem um cachorro na nossa sala?

- As crianças esconderam e...

- Depois você me conta, eu estava numa ligação  e aconteceu uma coisa nada boa. - Mordi meu lábio inferior.

- Cancelar a viagem? - Ela perguntou mudando a feição.

- Não, nada disso! É que o cara de ontem foi liberado por um delegado... Ele continua solto por aí.

- Sério?! Quem foi o delegado?

- Não sei, nem quis saber. Estou puta demais, Ana. Aquele infeliz vai continuar solto!

- Vem cá. - Ela esticou sua mão e dei a minha, me puxou e nos abraçamos. - Isso foi passado, já aconteceu e vamos esquecer. Amanhã vamos viajar juntinhas e shallow now.

- Se fizer piadas desse nível, eu cancelo a viagem. - Falei e ela me deu um tapa na bunda. - Agora é sério, temos um cachorro?

- Seus filhos o escondeu no quarto de hóspedes, alimentou com biscoito e água, mas acho que ele não tocou nos biscoitos. Precisamos ir em um pet shop ou supermercado, vacinar esse cachorro e ainda perguntar se a sua mãe fica com ele.

- Cecí e Raquel não podem ficar?

- Tente tirar esse cachorro de perto deles pra você ver, meu amor.

À tarde, bem depois do almoço, fomos até um petshop da cidade. Parecia um shopping, tinha dois andares e muitas coisas, até uma pequena cafeteria. As crianças correram para ver alguns brinquedos, enquanto Ana e eu vigiávamos de longe e tentávamos entrar em um consenso de qual ração levar.

Depois que Ana leu o rótulo de várias marcas, decidiu por uma e compramos logo dois pacotes para não precisar ficar indo ao petshop. As crianças carregavam alguns brinquedos e roupas nos braços, mas logo tratamos de devolver as roupas e comprar apenas três brinquedos, cada um tinha o direito de escolher um. Fizemos o pagamento, enfiamos as sacolas dentro de um carrinho e fomos na cafeteria.

Pedimos sucos para as crianças e eu, um café para Ana e alguns pães de queijo e pães de chocolate, do mesmo tamanho que o de queijo.

- E o nome dela vai ser mesmo Jade? - Perguntei.

- Sim, mamãe. - Gael respondeu como se fosse óbvio.

- Vocês vão ajudar a limpar o que ela sujar, levar para passear e dar carinho? - Eles assentiram de boca cheia. - E não vão parar de cuidar, né? Sempre dar amor e carinho.

- Sim. - Gustavo respondeu depois que engoliu.

Aproveitei que estavam animados e felizes, e contei que Ana e eu íamos viajar. Suas carinhas ficaram mais tristes quando contamos que seria apenas nós duas e que eles ficariam com as vovós, padrinho e madrinhas. Mesmo assim prometemos que iríamos voltar antes mesmo de sentirem nossa falta.

- Quelo fazer xixi. - Gustavo pediu fazendo carinha de aperto.

- Vamos, vou com você ao banheiro. - Falei levantando e os outros dois decidiram acompanhar.

Os dois fizeram xixi e ficaram apontando alguns adesivos de animais que tinha pelo banheiro. Depois que retornamos a cafeteria, Gael me puxou para mostrar um coelho que estava à venda. Enquanto os três babavam o bichinho, olhei de relance para a cafeteria e notei alguém na nossa mesa.

Ela e euWhere stories live. Discover now