Ana:Luísa chegou em casa após as sete da noite, estava com a blusa branca um pouco suja, provavelmente em alguma ocorrência da delegacia. Ela me viu e sorriu.
- Como foi no trabalho?
- Persegui um ladrão que estava roubando no posto de gasolina, consegui o prender e tive que retornar em uma delegacia só para fazer o inquérito policial. - Ela começou a desabotoar a blusa ali mesmo na sala. - Por isso vim mais tarde, eu saí quase cinco da tarde.
- Você vai para o bar com o pessoal?
As crianças voltaram correndo da área e dois abraçaram as pernas de Luísa, enquanto Gustavo veio até mim.
- Acho que sim.
- Eu quelo ir! - Gael pediu.
- Eu também! - Os outros levantaram os bracinhos.
- É festa de adulto, não pode. - Peguei Gustavo no colo.
- Posso ir pa casa da dinda?
- Não, acredito que todo mundo vai para essa festinha, mas podemos deixar na casa da vovó. - Luísa respondeu sorrindo.
- De novo?! - Guilherme cruzou os braços.
- Ei, nada de birra! Vou ligar pra ela, OK? - Ele assentiu.
Luísa logo subiu para o quarto e eu fui colocar o jantar deles. A noite passou um pouco devagar, a mãe de Lu veio buscar as crianças, que ainda foram com carinhas emburradas.
Luísa estava no quarto há um tempão, então eu subi e a encontrei com um short dourado, uma blusa branca e rasteirinha. Ela parecia estar discutindo em uma ligação.
- Eu já falei que amanhã eu vou. - Pausa. - Caramba! Eu vou já sair, não posso... - Pausa bem mais longa. - Você está ficando chata.
Me afastei da porta e fui até o quarto dos meninos, fingindo que estava procurando algo. Alguns minutos depois ela passou pela porta e logo voltou quando me viu.
- Preciso sair, OK? Algum problema?
Ainda pensei em falar algo sobre o bar, mas apenas balancei os ombros. Ela sorriu e saiu quase correndo, escutei o barulho da porta e fui buscar meu celular no quarto.
Mandei mensagens para Cecí, Fernando e Raquel, perguntando se tinham falado com Ana, mas todos negaram, informando que estavam indo para o bar. Fernando me ligou assim que me respondeu.
- O que rolou? - Ele perguntou antes de eu falar "alô".
- Onde você está?
- Terminando de me arrumar. Você não vai?
- Eu ia com ela, mas saiu sozinha, escutei falar com alguém no celular, era alguma mulher.
- Do trabalho?
- Não sei, eu não escutei a voz da pessoa, nem o assunto, mas ela disse que iria encontra-la.
- Eu pensei que estivessem se acertado, Ana...
- Estávamos bem, mas agora eu nem sei mais o que pensar.
- Você quer que eu te busque para irmos ao bar?
- Não quero ir encontrar os outros, vão perguntar por ela e eu não quero responder que eu não sei onde está a minha esposa. - Choraminguei.
- Não chore! Troque de roupa e desça, daqui a pouco estou aí embaixo, vamos dar uma voltinha.
Desliguei a ligação e fui para o quarto. Tomei um banho rápido, coloquei um vestido preto bem justo ao corpo, marcando minha cintura e minhas coxas que eram um pouco grossas. Coloquei um salto médio, ajeitei uma bolsa, me maquiei e desci para encontrar Fernando.
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Ela e eu
RomanceLuísa sempre teve um olhar diferente para uma professora de sua faculdade. Quando finalmente consegue lhe ter nas mãos, será mais difícil do que pensava para manter quem sempre quis ao seu lado.