XIII

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Ana:

Luísa chegou em casa após as sete da noite, estava com a blusa branca um pouco suja, provavelmente em alguma ocorrência da delegacia. Ela me viu e sorriu.

- Como foi no trabalho?

- Persegui um ladrão que estava roubando no posto de gasolina, consegui o prender e tive que retornar em uma delegacia só para fazer o inquérito policial. - Ela começou a desabotoar a blusa ali mesmo na sala. - Por isso vim mais tarde, eu saí quase cinco da tarde.

- Você vai para o bar com o pessoal?

As crianças voltaram correndo da área e dois abraçaram as pernas de Luísa, enquanto Gustavo veio até mim.

- Acho que sim.

- Eu quelo ir! - Gael pediu.

- Eu também! - Os outros levantaram os bracinhos.

- É festa de adulto, não pode. - Peguei Gustavo no colo.

- Posso ir pa casa da dinda?

- Não, acredito que todo mundo vai para essa festinha, mas podemos deixar na casa da vovó. - Luísa respondeu sorrindo.

- De novo?! - Guilherme cruzou os braços.

- Ei, nada de birra! Vou ligar pra ela, OK? - Ele assentiu.

Luísa logo subiu para o quarto e eu fui colocar o jantar deles. A noite passou um pouco devagar, a mãe de Lu veio buscar as crianças, que ainda foram com carinhas emburradas.

Luísa estava no quarto há um tempão, então eu subi e a encontrei com um short dourado, uma blusa branca e rasteirinha. Ela parecia estar discutindo em uma ligação.

- Eu já falei que amanhã eu vou. - Pausa. - Caramba! Eu vou já sair, não posso... - Pausa bem mais longa. - Você está ficando chata.

Me afastei da porta e fui até o quarto dos meninos, fingindo que estava procurando algo. Alguns minutos depois ela passou pela porta e logo voltou quando me viu.

- Preciso sair, OK? Algum problema?

Ainda pensei em falar algo sobre o bar, mas apenas balancei os ombros. Ela sorriu e saiu quase correndo, escutei o barulho da porta e fui buscar meu celular no quarto.

Mandei mensagens para Cecí, Fernando e Raquel, perguntando se tinham falado com Ana, mas todos negaram, informando que estavam indo para o bar. Fernando me ligou assim que me respondeu.

- O que rolou? - Ele perguntou antes de eu falar "alô".

- Onde você está?

- Terminando de me arrumar. Você não vai?

- Eu ia com ela, mas saiu sozinha, escutei falar com alguém no celular, era alguma mulher.

- Do trabalho?

- Não sei, eu não escutei a voz da pessoa, nem o assunto, mas ela disse que iria encontra-la.

- Eu pensei que estivessem se acertado, Ana...

- Estávamos bem, mas agora eu nem sei mais o que pensar.

- Você quer que eu te busque para irmos ao bar?

- Não quero ir encontrar os outros, vão perguntar por ela e eu não quero responder que eu não sei onde está a minha esposa. - Choraminguei.

- Não chore! Troque de roupa e desça, daqui a pouco estou aí embaixo, vamos dar uma voltinha.

Desliguei a ligação e fui para o quarto. Tomei um banho rápido, coloquei um vestido preto bem justo ao corpo, marcando minha cintura e minhas coxas que eram um pouco grossas. Coloquei um salto médio, ajeitei uma bolsa, me maquiei e desci para encontrar Fernando.

Ela e euWhere stories live. Discover now