Sinopse

645 43 8
                                    

        Acordo com aquele despertador gritando em meus ouvidos, sem pensar duas vezes o pego jogando-o contra a parede, ouvindo ele se desmontar. Mais um dia se iniciava, e nada de mais acontecia, levanto e vou me arrumar.

- Mais um despertador quebrado para a coleção.- Diz Donna entrando no quarto.

- Não começa com as suas lições de moral logo cedo, pois estou sem saco pra isso hoje.- Digo colocando meus brincos.

- Tudo bem, trouxe seu café, do jeito que você gosta.- Fala sorrindo.

      Donna foi quem me criou, trabalha a muitos anos para minha família, mora somente eu, ela e o meu pai nessa mansão. Nos desentendemos as vezes, Donna consegue ser um pouco intrometida demais, e eu não tenho muita paciência para isso.
      Tomo o seu café, olhando no relógio, estava na minha hora, pego a bolsa e a chave do carro.

- Tenho que ir.- Digo.- Ah, e não volto para o almoço.

- Se cuida querida.- Fala.

         Dirijo até a empresa de publicidade onde trabalho, a "Cooper publicidade", que é do meu pai, a empresa pela qual ele depositou e deposita todo o seu tempo durante todos os anos. Mal entro na empresa, e vários puxa sacos vem me dar bom dia, com um daqueles sorrisos falsos, ignoro todos e sigo até o elevador que me leva até meu andar, odeio gente falsa e interesseira.
        Chego na minha sala e me sento a minha mesa, olho tudo a minha volta, e era incrível como eu não me sentia completa.Tenho tudo o que qualquer pessoa pode querer, uma boa de uma mansão, carros, uma empresa que futuramente será minha, dinheiro, respeito, poder, e mesmo assim esse vazio insistia em me atormentar, e eu sabia exatamente o por quê.
      Ouço duas batidas na porta, digo para entrar, e minha secretária entra com uma xícara na mão.

- Desculpe incomodar Srta. Megan, mas trouxe seu cafezinho.- Diz me alcançando a xícara.

       Apenas a olho sem vontade, pegando a xícara e tomando um gole do café, que por sinal estava horrível.

- Mas que merda é essa?- Falo me levantando e largando a xícara na mesa.- Quantas vezes tenho que te falar que gosto do café bem forte e sem açúcar?

- De... Desculpe...

- Sua incompetente, pega essa porcaria e sai logo daqui.- Digo bufando.- Agora!

     Ela pega a xícara nervosa, saindo rapidamente dali. Vejo meu pai entrar pela porta me olhando com desaprovação, reviro os olhos o dando as costas, já sabia o que vinha dali.

- Isso é jeito de tratar nossos funcionários, Megan?- Pergunta cruzando os braços.

- Sou assim e trato do jeito que eu bem entender.- Respondo.

-  Não sabe o quanto fico decepcionado quando vejo uma cena dessas.- Fala respirando fundo.- Essa não foi a educação que eu te dei, minha filha.

         Solto uma gargalhada irônica, me apoiando na mesa e o olhando séria.

- E sabe qual educação você me deu?- Pergunto o desafiando.- Nenhuma, pois você sempre viveu para essa empresa, ela sempre foi mais importante que tudo, nem no pior momento de minha vida, você esteve comigo.

- Minha filha, você sabe...

- Já chega.- Digo não querendo falar do assunto.- Tenho várias coisas para terminar, se me der licença ficaria muito grata, afinal o dono disso tudo aqui, odeia trabalho pela metade.

         Ele me dá uma última olhada antes de sair, fecho os meus olhos com força, nós dois nunca tivemos um bom convívio.
         Minha mãe faleceu no parto, não cheguei a conhecê-la, mas pelo o que Donna fala ela era uma mulher magnífica, e meu pai era bem      diferente. Talvez se ela estivesse aqui, tudo seria diferente.
        Escuto meu celular apitar, o pego vendo várias mensagens na tela, era Jasper. Sorrio internamente, pelo menos teria diversão logo mais. Termino de revisar aquele catálogo e aproveito para adiantar o trabalho, pois não pretendia voltar para a empresa hoje.
         Olho para o relógio, passava um pouco mais do meio dia, fico satisfeita com minha agilidade, pegando minha bolsa e seguindo para o meu compromisso.
      Vou até um dos melhores restaurantes, que ficava do outro lado da cidade, que por sinal era o meu favorito. Entro no local e podia o ver sentado em uma mesa num canto mais discreto, caminho até lá.

Jogadas do DestinoWhere stories live. Discover now