▪ C a m i n h o ▪ P e r i g o s o ▪

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Não é que eu tenha medo de morrer. É que eu não quero estar lá na hora que isso acontecer.

— Ele deve dar notícia — disse uma tia minha, irmã adotiva de meu pai

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— Ele deve dar notícia — disse uma tia minha, irmã adotiva de meu pai.

Eu estava na casa dela há dias. Quando voltei para casa, estava tudo fechado e interditado, a polícia ainda investigava os corpos de um casal que estava enterrado nos fundos de minha casa.

Já não dormia muito bem, depois de saber que alguém enterrou eles lá, não dormia mais nada. Logo depois veio o pedido da justiça para que eu e meu pai deixasse o local.

Sem grana, fui para casa da minha tia. Meu pai ficava no escritório dele, o antigo. Como quase não existe mais atividades contábeis no local, ele fez daquele lugar sua casa.

Depois de todo constrangimento na faculdade, eu saí as pressas para o escritório dele, não estava. liguei milhões de vezes para seu telefone, não atendia. Fui, com o marido da minha tia, Reity, até os lugares que meu pai gostava de apostar, não encontramos. Passamos em delegacias, hospitais e necrotérios, nem sinal de Felipe no local.

Ele nunca havia desaparecido tanto tempo, e aquele medo de alguém ter feito com ele, o mesmo que fizeram ao casal que mataram e enterraram em nosso quintal, tomou conta de mim de uma maneira tão intensa que sentia a pressão arterial subir e descer em picos assustadores.

— Ele não pode me deixar sozinha — as lágrimas desciam.

A falta de notícia de meu pai, as complicações, a falta da minha mãe, e longe de casa com a economia no zero estava me destruindo de dentro pra fora.

— Ele não vai — As mãos dela apertaram meus braços. — Seu pai está sendo um inconsequente em fazer de sua vida uma bagunça, mas ele vai voltar, vai explicar porque sumiu por tantos dias e pedir desculpas.

— Da última vez em que passou dias sem aparecer — lembrei, enxugando meu rosto —, ele ao menos fez uma ligação, avisando onde estava e com quem, que horas voltaria e que eu não me preocupasse que estaria de volta a salvo. Mas agora é diferente e sinto que algo grave aconteceu.

— Pensar no pior não ajuda.

— Ele ser essa pessoa irresponsável é que não ajuda —  disse um pouco tomada pela revolta. A história sobre o dinheiro que devemos a faculdade ainda não desceu.

— Você tem toda a razão —
minha tia, se ergueu. — Vou falar com, Reity, e pagar um detetive enquanto a polícia buscar por seu pai.

Não havia contado a ela sobre a faculdade, nem do assédio. Eu sentia nojo e medo, algo que se misturava e que a única coisa que me levava a querer era fingir que aquilo não havia acontecido comigo e que tudo iria ficar organizado o mais breve possível.

— Sabe o que o policial perguntou quando eu e rio Reity fomos a delegacia?

— O quê?

— Se meu pai estava envolvido com a morte do casal enterrado em nossa casa. E se esse sumiço dele tem ligação.

HELL | Série Dark Virgin | Edição 01Where stories live. Discover now