— O que você está fazendo aqui? ­— quis saber me levantando e soltando da mão de Hugo. Ainda abraçada a minha futura sogra olhou com um olhar de pena e veio em minha direção. Eu não precisava da pena daquela mulher!

— Oh minha querida! Eu sinto muito! — e abraçou-me sem me dar tempo de recusar. — cheguei agora a pouco de viagem e resolvi passar para ver Yago. Estava com muitas saudades. — se desvencilhou e foi em direção a Hugo que neste momento já estava de pé vindo em minha direção. — Desculpa chegar assim sem ser anunciada. É que seu Augusto comentou comigo e eu me desesperei — começou a chorar e eu não estava acreditando naquilo ­ ­­— corri antes mesmo que ele pudesse avisar da minha presença.

Então ela fez aquilo que eu mais temia. Abraçou Hugo e chorou. Corri para o banheiro para vomitar. Mais uma vez colocava para fora todo resquício do nojo que eu sentia daquela mulher e de tudo que ela representava para mim. Ouvi batidas na porta.

­— Amor me deixe entrar. — Hugo soava suplicante. — Você está bem?

Abri a porta.

— O que você acha? O que aquela mulher esta fazendo aqui? Me diz que a mandou embora. — me puxou e me abraçou.

— Ainda não. E antes que você me xingue, quero te lembrar que minha mãe não sabe o que houve e não quero mais confusão do que esta em que nós estamos. Não se preocupe que eu vou chamá-la em qualquer oportunidade e manda-la ir.

Eu podia mandar ele para aquele lugar? Podia. Mas não ia fazer. Apesar de estar furiosa e ainda com o estômago enjoado eu precisava observar e ver se aquilo que eu sentia estava correto.

— Ok. Mas já aviso que se ela chegar perto de você da forma que chegou não vou me responsabilizar por qualquer atitude violenta da minha parte.

— Não vai precisar amor. Não vou sair de perto de você. — me abraçou novamente e dessa vez eu o abracei envolvendo sua cintura. — Agora vamos. Quero estar na sala para quando aquele telefone ...err... você sabe. — e meu coração gelou de novo.

Voltamos para a sala e vi quando Álvaro consolava a psicopata. Vi quando ela de soslaio olhou em nossa direção e nos viu de mãos dadas. Não sei se alguém viu, mas eu vi quando a expressão dela mudou. Quase imperceptível, mas pude ver um leve ódio riscar sua face. Será que estou vendo coisa demais?

— Você está bem? — dessa vez foi Felipe que se aproximou e de forma bem discreta quis saber. Senti quando Hugo soltou a minha mão e me abraçou. Meu amigo sabia o que ela significava para mim.

— Vou ficar.

A porta se abriu e Thomaz rompeu a sala em passos acelerados.

— Doutor? Alguma novidade? — Hugo esqueceu que Lipe estava ao meu lado e foi em direção ao investigador.

Olhei quando Marina se levantou rapidamente e tentou ajeitar o cabelo.

­— Infelizmente nada relevante. Conversamos com alguns moradores da região e a única coisa que conseguimos foi uma casa naquela mesma rua que tem uma câmera , porém os moradores da casa estão viajando e só vamos conseguir as imagens, se tiver, quando eles voltarem.

— E voltam quando pelo amor de Deus? — dessa vez foi Felipe que quis saber.

Eu na verdade não tirava os olhos dela. Percebi quando ela apertou seus dedos quando ouviu sobre a casa na rua da escola.

— Daqui a dois dias. Foi a informação que a vizinhança nos passou. — Disse quando percebeu a presença da psicopata. — porque têm uma mulher que eu não autorizei nessa sala?

Curando Feridas ( Hiatus)Where stories live. Discover now