VOCÊ É ARTE

37.3K 4.8K 8.2K
                                    

[13.05.19]

confesso que escrevi esse capítulo ouvindo strawberries & cigarettes (nem um pouco rock eu sei djsjjs)... estou sensível, chorei porque só escrevo coisas que me deixam carente kkkkhjj

o vídeo da mídia é a música no violino que o jk vai tocar no capítulo (;

eu atualizo tão rápido isso aqui, mas não quero terminar nunca :((((



Taehyung podia não entender a intensidade e complexidade dos sentimentos de Jeongguk, mas se esforçava para ter empatia, além do que, na realidade, podia ter uma mínima e vaga ideia do que o namorado estava sentindo. Afinal, também lhe havia sido difícil se desvencilhar do próprio pai quando o fizera alguns anos antes.

Mesmo que não houvesse quase nenhuma lembrança boa daquela relação, ainda era seu pai. Pegava-se volta e meia perguntando-se se as coisas podiam ter sido diferentes, se poderiam vir a ser. A esperança de que as coisas melhorassem sempre esteve ali, guardada a sete chaves, mas ainda assim guardadas. Como se tivesse passado tinta por sobre todas as lembranças e sentimentos que estavam gravados em sua mente, mas isso não as fazia sumirem. Ainda estavam ali, embaixo de camadas de tinta.

Certamente parte dos sentimentos de Jeongguk eram assim: apesar de odiar a pressão que seu pai lhe sujeitava, ainda era seu pai, e provavelmente esperava que as coisas pudessem se resolver.

Também podia compreender como Jeongguk devia ter medo de ser independente financeiramente. Arranjar um trabalho sem nenhuma experiência ou referências devia assustá-lo ao ponto de lhe dar pesadelos ou falta de ar se pensasse demais. Taehyung lembrava de seu primeiro emprego e de como às vezes ainda sentia certo desconforto no primeiro dia dos bicos que arranjava nas férias.

Jeongguk devia sofrer muito mais, porque nunca tivera nenhuma liberdade e a dependência dos pais fora sempre tão grande que agora era-lhe difícil até mesmo se imaginar sem eles. É claro que, com as condições de seu pai, Jeongguk podia viver a vida que desejasse... desde que estivesse disposto a abrir mão de inúmeras coisas e a trabalhar.

E aquilo não era algo que Taehyung podia mudar. Jeongguk tinha de tomar suas próprias decisões e tudo que o roqueiro podia fazer era estar ali para ajudá-lo.

Taehyung esperava que a letra da música do Pink Floyd, que sempre lhe fora tão reconfortante, ajudasse Jeongguk também. Esperava que o fizesse perceber que todos eram só almas perdidas vagando dentro de um espaço pequeno e insignificante do Universo inteiro — a Terra. Esperava que Jeongguk percebesse que os velhos medos estariam sempre ali se não mudasse os velhos caminhos.

{...}

Uma semana depois, Jeongguk saiu de casa com a jaqueta de Taehyung na mochila, a fim de devolvê-la após da aula da faculdade. Ele também queria sugerir que fossem ao cinema assistir ao filme "Il Mare", que havia lançado no começo daquele mês de setembro. Jeongguk gostava da atriz principal e achava o ator bem bonitinho. Sem contar que era um filme romântico e eles ainda não haviam assistido nenhum filme assim.

Havia uma semana que os dois não se viam — embora houvessem combinado de se ver no dia seguinte ao parque de diversões. Jeongguk estava seguindo à risca todos os horários das aulas e as ordens dos pais por medo. Mas não havia se passado um único dia em que não pensara no bilhete de Taehyung. E, por não ter devolvido a jaqueta, não havia se passado, igualmente, uma única noite sem que ele a vestisse e se abraçasse, sentindo o cheiro gostoso e imaginando que abraçava o namorado — e ouvindo álbuns do Pink Floyd que havia comprado só por causa de Taehyung.

sobre todas as bandas de rock que eu não conhecia antes de conhecer vocêWhere stories live. Discover now