INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO DO ROCK I

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[11.03.19]

Apesar de combinarem que ouviriam Janis Joplin no dia seguinte, Taehyung e Jeongguk acabaram não se encontrando, porque o roqueiro se esquecera de que, naquele dia, já tinha compromisso — e fora marcado há meses.

Assim, tudo que Jeongguk recebeu — já que não haviam trocado seus números de telefone — foi um recado. Sooyoung e ele estavam sentados em uma das mesas da lanchonete perto da Faculdade de Música quando um rapaz se aproximou. Ele se vestia como se fosse um dos caras dos Seo Taiji & Boys em uma de suas apresentações para a televisão.

— Você é o Jeon Jeongguk? — questionou-lhe e ele assentiu, franzindo a sobrancelha. — O Taehyung pediu para te avisar que não vai poder sair com você hoje.

— E por que ele te mandou aqui ao invés de vir me dizer?

— Porque não teve tempo.

— Deixa eu adivinhar, a agenda lotada diz que ele vai se pegar com alguém hoje? — debochou Jeongguk, sem pensar direito, logo se dando conta de que estava se rebaixando sem ajuda de ninguém.

O rapaz riu.

— Não, acho que é alguma coisa de família.

Jeongguk assentiu:

— Sinto muito que você ter vindo aqui só para me dizer isso.

— Não fiz de graça — ele sorriu, mostrando dinheiro. Jeongguk arqueou as sobrancelhas, era um dinheiro alto para passar recados. O rapaz olhou para Sooyoung: — Além disso, valeu a pena. Quer tomar alguma coisa, princesa?

— Hoje não, querido, obrigada — ela sorriu de leve, fazendo-o se despedir e ir embora. — Bom, você... valeu uma nota grande, né — Sooyoung riu baixinho.

— Grande merda. E "família"? — Jeongguk se virou para ela. — O que é isso? Uma desculpa ótima pra me dispensar e pegar outra pessoa?

— Pegar outra pessoa? — Sooyoung riu e brincou: — Quer dizer que você esperava que ele te pegasse hoje?

— Não foi isso que eu quis dizer — ele revirou os olhos.

{...}

A melodia do jazz preenchia o restaurante enquanto Taehyung lia concentrado um livro de Nietzsche. Havia reservado uma mesa em um dos restaurantes mais famosos e caros da cidade porque teria uma companhia ilustre naquela noite — e aquela pessoa gostava daquele restaurante e, em especial, das sobremesas.

Taehyung deixou o livro de lado quando sua companhia se sentou à mesa, treze minutos atrasado — como sempre.

— Oi — Min Yoongi murmurou baixo e monótono, como de costume.

— Oi — Taehyung sorriu, observando os detalhes às vezes esquecido do rosto alheio. Cada detalhe...

Min Yoongi, a razão de Taehyung ter esquecido todos os planos que fizera para sua maioridade.

Aparecera quando Taehyung tinha dezessete anos, à tira-colo com sua mãe, a nova madrasta. Yoongi tinha vinte e três anos, jeito meio fechado e rude, estava na universidade e morava nos dormitórios. Passou um ano inteiro visitando a mãe esporadicamente, aos poucos fazendo amizade com Taehyung, mas nunca falava sobre coisas relevantes. Em algumas de suas visitas, trazia sua namorada. Bae Suji era linda e divertida, e parecia gostar de conversar com Taehyung muito mais do que Yoongi parecia gostar. Pelo fato de adorar rock, os dois sempre tinham assunto, e seu pai até mesmo lhe deu um LP dos Beatles — Suji gostava da banda e Taehyung não conseguiu acreditar que seu pai dera um LP caro para a garota. Talvez quisesse juntar pontos com o enteado?

sobre todas as bandas de rock que eu não conhecia antes de conhecer vocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora