- Amor, fica calma, se ficar nervosa pode acontecer algo. Eu ficarei aqui todas as noites contigo, não se preocupe. A Justiça está de recesso, ou seja, o escritório permanecerá fechado até o próximo ano, a universidade está de férias, você nem retornará esse semestre para as aulas, então não precisaremos se preocupe com nada fora daqui.

- Amor, estou dentro de um hospital.

- Para cuidar da sua saúde e de sua família.

Luísa me olhou e encostou a cabeça no travesseiro, fechando os olhos. Dei a volta e sentei na ponta da cama, comecei uma pequena massagem em seus pés inchados por causa da gravidez e logo escutei a porta abrir. Sua mãe e a minha entraram juntas.

- Como está, meu amor? - A mãe dela correu até a cama e beijou sua filha. - Você me assustou! Como estão meus netos?

- Estão bem, não aconteceu nada com eles. - Lu sorriu.

- E você, está sentindo alguma dor? - Minha mãe perguntou séria, o jeito de sempre.

- Não, estou melhor. Acho que me deram remédio no soro.

- Está com quase nove meses, certo? - Ela perguntou novamente.

- Sim, mas completo apenas em janeiro.

- Você quer que eu fique alguns dias aqui com ela? - Mãe me perguntou. - Se tiver que resolver alguma coisa fora daqui, posso ficar sem problemas.

Minha sogra olhou minha mãe com cara de deboche e segurei o riso. Querendo ou não, aquela atitude de minha mãe era engraçada, logo ela que teimou com meu casamento e com a gravidez desde o início.

- Quando eu precisar de algo, prometo ligar para a senhora. - Falei sorrindo. - Obrigada.

- De nada. Preciso ir, deixei meu carro estacionado na rua detrás, acho que levarei uma multa. Qualquer coisa me ligue, serve para as duas. - Ela apontou Luísa e depois para min. - Tchau, meninas.

Ela colocou a bolsa no ombro e saiu do quarto.

- Tenho é medo. - Lu disse.

- Talvez ela esteja vendo que ficar contra você e a própria filha não vai adiantar muita coisa, principalmente agora quando tiverem filhos.

- Exatamente, vamos dar uma chance a mamãe. - Sorri e beijei a mão de Luísa. - Preciso buscar algumas coisas em casa para dormir aqui, tem algum problema de ficar com ela? Posso pedir a Raquel.

- Eu fico, pode ir pegar o que precisar.

- Obrigada. Não vou demorar.

Dei um selinho em Luísa e saí do quarto.

Fernando e mamãe haviam ido embora, Raque estava me esperando.

- Vou te dar carona, sorte que esperei, ia te ligar. - Ela disse. - E aí, como ela está?

Fui o caminho inteiro falando o que tinha acontecido, falei sobre mamãe e que eu ficaria com Luísa durante esses dias no hospital. Raquel me ajudou com uma mochila e algumas roupas para mim, pegamos uma bolsa que havia tudo dos gêmeos, peguei a chave do carro e me despedi de Raquel.

Segui para o hospital, coloquei o carro no estacionamento dos acompanhantes, peguei todas as bolsas e subi para o quarto após efetivar meu cadastro como acompanhante oficial de Luísa.

- Voltei. - Falei entrando.

Minha sogra me ajudou com as bolsas. Logo se despediu de nós e foi embora. Como eu já estava com calça de moletom, apenas vesti uma blusa larga, porém apresentável.

Ela e euWhere stories live. Discover now